História da Filatelia


Etimologicamente formada das palavras gregas phílos (amigo, amador) e atelês (franco, livre de qualquer encargo ou imposto), a Filatelia é normalmente definida como o ato de colecionar selos, especialmente aqueles considerados raros.Mas, muito mais do que um hobby de colecionismo, a Filatelia é, ao mesmo tempo, uma ciência e uma arte que apaixona pessoas dos mais diversos lugares do mundo.

História do Selo Postal e da Filatelia

O primeiro selo do mundo, conhecido como Penny Black, surgiu na Inglaterra, em 6 de maio de 1840, dentro da reorganização promovida no serviço postal daquele país por Rowland Hill. Até essa data, o pagamento pela prestação do serviço de transporte e entrega de correspondências era feito pelo destinatário. A chegada do selo foi fundamental para o sucesso da reforma postal, que revolucionou os Correios no mundo inteiro.

Os primeiros selos do mundo têm como figuração a efígie (como a da Rainha Vitória, no Penny Black), o brasão ou a cifra.

O Brasil lançou seu primeiro selo em 1843 – a famosa série “Olho-de-boi” – e foi o segundo país do mundo a emitir selos. Seguiram-se os selos conhecidos como “Inclinados” (1844), “Olhos-de-cabra” (1850) e os “Olhos-de-gato” (1854).

Os primeiros selos comemorativos foram emitidos em 1900 e celebravam o 4º Centenário do Descobrimento do Brasil, mas somente em 1906 foram feitas emissões comemorativas com repercussão no exterior, sendo alusivas ao 3º Congresso Pan-Americano.

O primeiro carimbo comemorativo apareceu em 1904, em Curitiba, durante a “Exposição do Paraná”, evento que comemorou os 50 anos da emancipação política do Estado.

Em 1920, foi criado o serviço aéreo, que teve selos exclusivos no período de 1927 a 1934.

O primeiro bloco comemorativo surgiu em 1938, em comemoração à 1ª Exposição Filatélica Internacional – BRAPEX, no Rio de Janeiro.

Até 1968, a grande maioria dos selos comemorativos brasileiros tinha impressão em uma só cor, com as mesmas técnicas e deficiências dos selos ordinários. Nesse ano, começaram a ocorrer melhorias significativas no processo de impressão, especialmente no que se referia ao tipo de papel, às técnicas utilizadas e aos mecanismos de segurança contra falsificações.

A partir da criação da ECT, em 1969, artistas plásticos e desenhistas promissores foram contratados para melhorar a qualidade das nossas emissões comemorativas e a Casa da Moeda foi reequipada para garantir uma impressão compatível com o novo padrão, dentre as providências que foram adotadas para incrementar a Filatelia.

Como decorrência da modernização em sua concepção artística, os selos brasileiros tornaram-se mais atraentes e competitivos, obtendo importantes prêmios internacionais. Destacam-se entre as emissões premiadas o bloco “São Gabriel Padroeiro dos Correios” (1973), o selo “Imprensa – Bicentenário de Hipólito da Costa” (1974), o selo “Dia Nacional de Ação de Graças” (1976), a série “Folguedos e Bailados Populares” (1981) e o bloco “Literatura de Cordel – Lubrapex 86” (1986).

Na Filatelia Brasileira merecem destaque, também, o primeiro selo do mundo com legendas em “Braille”, emitido em 1974, e o segundo selo do mundo com imagens tridimensionais (holográfico), lançado em 1989.

Em 1996, outro importante marco no processo de diversificação e melhoria do design das emissões filatélicas: o Concurso “Arte em Selo”, realizado por ocasião da 23ª Bienal de Arte de São Paulo, selecionou, dentre 3000 artistas, os 50 melhores para trabalharem no processo de criação dos selos brasileiros.

Em 1997, foram lançados produtos com nova concepção temática visual e tecnológica, como a folha de selos variados da campanha “Criança e Cidadania”, e, para as máquinas de autoatendimento, a cartela de selos autoadesivos (série “Cidadania”) e as etiquetas de franqueamento.

Com a proposta de sempre oferecer selos de significativo apelo temático e artístico, em 1998 a ECT lançou, entre outros, uma folha de selos sobre o tema EXPO’98 – Oceanos, e outra para homenagear a XVI Copa do Mundo, tendo como tema o Futebol-Arte, demonstrando que a Filatelia sempre está ao lado dos mais importantes acontecimentos do Brasil e do exterior.

Em 1999, importantes emissões foram lançadas, com destaque especial para a quadra alusiva aos “Parques Nacionais do Brasil – Prevenção a Incêndios Florestais”, impressa em papel reciclado, com aroma de madeira queimada, visando conscientizar para a necessidade de preservar as riquezas do nosso meio-ambiente. Outra emissão que merece ser ressaltada é a que focalizou oito espécies de “Peixes do Pantanal – Aquário de Água Doce” que, além de forte apelo temático, representa a segunda emissão brasileira impressa com detalhes em holografia.

Em 2002, a ECT lançou o primeiro selo redondo brasileiro, dentro da emissão “Campeões do Mundo de Futebol do século 20”. Os países que já ganharam a Copa do Mundo – Argentina, Alemanha, Itália, França, Uruguai e Inglaterra – participaram desse grande projeto filatélico, junto com os Correios do Brasil.

Dando continuidade ao processo de diversificação, melhoria do design e utilização de inovações tecnológicas na produção filatélica , em 2003, foram lançados: o selo do Natal, no formato triangular e autoadesivo, e o selo alusivo à luta contra o HIV/AIDS, no formato de coração. Em 2004, as principais novidades foram: a aplicação da retícula estocástica na emissão “Preservação dos Manguezais e Zonas de Maré”, proporcionando efeitos de micro pigmentação, e o recorte do selo de Natal, em formato de Papai Noel.

 Em 2005, os Correios lançaram a emissão Série América: Escritores Brasileiros – Homenagem a Mario Quintana, impressa em talho doce/alto relevo, sensível ao tato. O selo é um tributo ao grande escritor e poeta gaúcho, considerado um dos maiores poetas líricos do país e da América do Sul. A emissão apresenta em primeiro plano a imagem de Mario Quintana e, à esquerda, um trecho do poema “O Mapa”.  No mesmo ano, outra novidade: foi lançada em micro letras a emissão Piracema – Uma Estratégia de Sobrevivência, um Bloco com um selo, que representa o momento da Piracema, focalizando a escalada dos cardumes em uma queda d’água.  

Em 2006, foi lançado o bloco “O Maior Cajueiro do Mundo”, que apresenta, de forma estilizada, a árvore do maior cajueiro do mundo, localizada na cidade de Parnamirim (RN). A arte do selo é do artista Álvaro Nunes e foi impressa em micro letras no formato do bloco.

No mesmo ano, os Correios lançaram o Bloco com 2 (dois) selos, intitulado “Tubarões – Um Patrimônio Ameaçado”, que apresenta espécies de tubarão em extinção, ao mesmo tempo em que retrata a beleza do fundo do mar, habitat natural das espécies. Os dois selos do Bloco focalizam os tubarões Cola-fina (Mustelus Schmitti) e Martelo (Sphyrna lewini), impressos em papel cuchê gomado com brilho. Na espécie tubarão Cola-fina, focalizada no selo superior, foi aplicada a técnica de holografia, com o objetivo de imprimir movimento e beleza ao conjunto.

 


Saiba Mais:

O ABC da Filatelia

Selos postais emitidos pelos Correios do Brasil

Os primeiros Filatelistas no mundo

Como colecionar selos
————————————————————————————————————————————-

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *