DIA DO CARTEIRO
Além de cartas e encomendas, o que entrega um carteiro?

Conheça histórias emocionantes e inusitadas do dia a dia do profissional símbolo dos Correios

Foi entregando cartas que João Batista conheceu sua atual esposa. Foto: Divulgação/Correios. 

Neste sábado, 25 de janeiro, comemoramos os 362 anos dos Correios e o Dia da Carteira e do Carteiro, profissionais símbolos da nossa empresa. Quando se pensa neles, a imagem que vem à mente é do uniforme amarelo e azul colorindo a cidade para fazer entregas. Mas o dia a dia da profissão vai muito além disso.

Ao percorrer cada canto do país, nossos 46 mil carteiros e carteiras colecionam histórias inusitadas e emocionantes, que traduzem a intimidade e a conexão dos Correios com a população. Entre entregas daquele objeto ansiosamente aguardado, seja um passaporte ou o presente de uma pessoa querida, momentos e memórias especiais são criadas.

Jorge Ubirajara, carteiro em São Paulo (SP), lembra do dia que foi surpreendido por um grupo de pessoas no local da entrega.  “Quando virei a esquina da rua parecia um gol do Brasil na Copa, foi aquela gritaria e alvoroço, todos felizes com a minha chegada”, conta.

“Entreguei a encomenda e o morador fez questão de abri-la na minha frente. Era a chave da casa para onde eles iriam viajar. Fiquei feliz em fazer parte desta história”, relembra. Jorge, que tem 48 anos e 24 de profissão, acompanhou as transformações do bairro onde entrega e se tornou conhecido na região.

 “Vi as crianças crescerem e os moradores sempre me convidam para tomar um café, uma água”, conta ele. “Ser carteiro para mim é ter a responsabilidade de ser a ponte entre o cliente e a empresa. Isso é muito gratificante”, avalia.

O carinho das pessoas também emociona a carteira Maria de Fátima de Araújo Tonhá, de Cuiabá (MT), especialmente o de uma cliente conhecida por “Dona Nadir”. “Ela adorava servir lanches em datas especiais, como Dia das Mães e Natal. No aniversário dos Correios, éramos recebidos com café da manhã”, conta. 

Dona Nadir faleceu, mas, para Maria Tonhá, que tem 28 anos de profissão, a memória dela é inesquecível. “Ela ficou marcada, tornou-se uma mãe para nós”, conta.

Maria de Fátima Tonhá é carteira em Cuiabá (MT) há 28 anos.
Foto: Divulgação/Correios.

Para João Batista de Lima, carteiro no Rio Grande do Norte (RN), essa proximidade com as pessoas gerou uma conexão ainda mais profunda: foi entregando cartas que ele conheceu sua esposa, Ieda. Um erro inocente ao entregar uma correspondência deu início à conversa dos dois.

“[A carta] Era para Maria de Deus, mas eu disse Maria Celeste. Ela me corrigiu e, a partir dali, começamos a conversar”, conta João. Ele se apaixonou, e começou a escrever cartas para ela. Em cada entrega, havia uma nova carta, cheia de elogios, histórias e perguntas que expressavam sua admiração.

“Eu escrevia e entregava as cartas pessoalmente, mas não olhava muito para ela. Só entregava e ia embora. Foram umas 10 cartas em duas semanas”, relembra João.

Em uma das entregas, João resolveu falar pessoalmente o que sentia. “E aí, as cartas? Você quer namorar comigo?”, perguntou ele. Ieda, surpresa, deu uma resposta que simbolizou o início de uma nova fase: “Bora, né?” Eles já estão juntos há 26 anos.

Claro que nesses relatos não poderia faltar história envolvendo cachorros. Os pets, afinal, parecem ter uma relação especial com os carteiros e carteiras. Com 23 anos de profissão e uma mordida na conta, Suely Silva Sousa Naves, de Goiás, aprendeu a lidar com eles. “Quando eles passam correndo atrás de mim, eu dou um grito e peço pra eles se deitarem. Eles obedecem!”, diverte-se ela.

“Ser carteira é tudo de bom na minha vida”, afirma Suely Silva. Foto: Divulgação/Correios.

Mas o que faz o dia da Suely mais feliz é ser recebida com um sorriso. Quando a entrega é alguma compra ou presente especial, a reação de quem recebe a enche de alegria. “É uma sensação maravilhosa. Visto a camisa dos Correios e me orgulho muito de ser carteira porque é tudo de bom na minha vida”, fala.

É por tudo isso que temos orgulho em afirmar que, mais do que entregadores de encomendas e cartas, nossas carteiras e carteiros são presentes no coração do Brasil.

RETROSPECTIVA 2024
O ano em que nos firmamos como empresa de Logística, com L maiúsculo

2024 foi um ano de virada de chave para os Correios. Ano de firmar e consolidar um novo posicionamento para o mercado e para a sociedade: os Correios são indispensáveis porque são públicos. Em um país tão imenso e desigual como o Brasil, só uma empresa com vocação social pode ser o elo que conecta pessoas, viabiliza oportunidades e promove cidadania. 

Confira abaixo os principais fatos que marcaram o ano dos Correios: 

Nova Identidade Corporativa

Reformulada, a nossa Identidade Corporativa foi o marco dessa transformação, que agora reflete o papel vital que desempenhamos como agentes de políticas públicas. Nossos valores abraçam a diversidade e a sustentabilidade – pilares que nos guiam para o futuro. Leia mais.

Logística com L maiúsculo

No campo dos negócios, demos passos audaciosos ao aliar tecnologia e logística integrada. Para além dos segmentos de mensagens e encomendas, somos, mais do que nunca, uma empresa de logística. Expandimos nossa atuação com duas novas linhas de logística completa: o Correios Gestão Doc, solução estratégica para empresas e órgãos públicos, e o Correios Log Saúde, solução voltada para o segmento médico, hospitalar e farmacêutico, que inclui desde o controle de estoque e atendimento de pedidos até a logística reversa.

Parcerias estratégicas

Por meio de parcerias com grandes instituições, como a Caixa e a CNP Seguradora, expandimos o acesso a produtos e serviços essenciais nas nossas agências, levando mais comodidade e cidadania aos nossos clientes. Leia mais.

CEP para todos

No Brasil, aproximadamente 8,5% da população não possui código de endereçamento postal, o que corresponde a 17,1 milhões de pessoas. A ausência de um CEP é uma barreira à implementação de políticas públicas e ao acesso a direitos básicos e serviços essenciais. Por isso, ao sediar o Encontro Nacional de Endereços nas Periferias, em novembro, e iniciar o piloto do projeto “CEP para Todos”, reafirmamos nosso compromisso de levar cidadania postal a todas as comunidades do Brasil. Leia mais.

Decreto presidencial

Em julho, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva editou decreto para estabelecer que os órgãos e entidades ligadas ao governo federal devem, preferencialmente, contratar diretamente os Correios para a prestação de serviços postais não exclusivos. Além de racionalizar gastos públicos, a medida valoriza a nossa experiência, infraestrutura e capacidade na prestação de serviços essenciais à população. Leia mais.

Correios Comunidade

Rompendo com a fronteira da invisibilidade e do preconceito,  temos levado cidadania a locais sem registro postal pelo país. Neste ano, inauguramos mais duas agências dos Correios dentro de comunidades: na favela da Mangueira (RJ) e na comunidade de Pernambués (BA), a sétima maior do país, localizada em Salvador.

Apoio à cultura e ao esporte

A reabertura do teatro do Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro, agora nomeado Teatro Correios Léa Garcia, simbolizou a retomada do nosso apoio à arte e à cultura e à arte. Também voltamos ao universo das grandes competições esportivas, com o patrocínio da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG), anunciado em junho. Leia mais.

Ajuda humanitária

Este ano também mostrou a essência solidária dos Correios. Nossas ações para ajudar as vítimas das enchentes no Sul do país não apenas socorreram vidas, mas eternizaram nossa vocação social. Assista aqui.

Papai Noel dos Correios

Este Natal foi especialmente marcante para a nossa empresa. Celebramos os 35 anos do Papai Noel dos Correios com recorde de engajamento e uma inesquecível Carreata de Luz, que iluminou o Brasil espalhando magia e esperança. Leia mais. 

Valorização da nossa gente

Mas nosso maior orgulho é, sem dúvida, a nossa gente. Por isso, recuperamos benefícios do Acordo Coletivo de Trabalho que haviam sido retirados dos trabalhadores pelo governo anterior e começaremos 2025 com aumento salarial, na folha de janeiro, conforme negociado no ACT.

Investimos também na educação corporativa, com a inauguração da nova Universidade Correios e com programas educacionais inclusivos, como a pós-graduação em Gestão de Negócios e o programa de bolsas de estudo para profissionais de nível médio poderem cursar uma faculdade de sua escolha.

O Programa de Desligamento Voluntário (PDV) trouxe aos que desejam se desligar da empresa uma oportunidade de fazê-lo de forma mais planejada e vantajosa. Ao mesmo tempo, o sucesso da realização do concurso público dos Correios abre as portas da empresa para novos talentos, suprindo o déficit criado por um hiato de mais de 13 anos.

Este é o Correios do Futuro, que já começou. O terreno foi arado, as sementes foram lançadas e as raízes já estão firmes. Estamos prontos para uma colheita ainda mais abundante em 2025.

Papai Noel dos Correios: o que faz a campanha ser tão especial

Juliana Miranda

Pet influencer: o pequeno e sociável chihuahua, Frederico Alfredo, usa suas redes sociais para divulgar a campanha Papai Noel dos Correios. Foto: Arquivo pessoal

A cada ano, a campanha Papai Noel dos Correios traz um espetáculo de emoções, generosidade e surpresas. Na sua 35ª edição, não foi diferente. A ação de solidariedade, que conecta cartas de crianças a corações dispostos a realizar sonhos, é uma tradição que emociona o Brasil.  

Embora o pedido de uma criança sempre represente mais do que um objeto, pois é um sonho, há aqueles que fogem do convencional (bolas, bonecas, carrinhos e material escolar, por exemplo) e arrancam risos e lágrimas de quem lê as cartinhas, seja pelo pedido, seja pela história por trás dele.

É o caso da carta de Egor, de 7 anos, um imigrante russo que mora no Ceará. “A minha família deixou a Rússia e agora vivemos no Brasil”, conta a criança. Um irmão, uma irmã e o gato preferido de Egor, Pedro, ficaram em Moscou. “Peço-lhe, Papai Noel, que traga o meu gato para o Brasil”, diz ele.

Carta de Egor (7) para o Papai Noel dos Correios. Foto: Divulgação/Correios

Já o pedido de Maria Luíza, de 10 anos, outra moradora do Ceará, não é para ela, mas para os vizinhos. “Quero pedir vários brinquedos para distribuir na minha rua, pois eles não têm muitos. Gosto muito deles, por isso faço esse pedido”, explica ela.

Pedro Henrique, de 9 anos, fez um pedido duplo, um beyblade para ele, e um olho de vidro para o pai, que perdeu a visão quando Pedro ainda era bebê. Na cartinha, o menino desenhou vários símbolos natalinos, além de um olho dentro de um coração.

Carta de Maria Luiza (10) para o Papai Noel dos Correios. Foto: Divulgação/Correios.

Por conta do trâmite que envolve o transporte internacional de animais, não foi possível trazer o gatinho de Egor, mas as três cartinhas foram adotadas e receberão presentes.

Um padrinho especial

Algumas vezes, não é a carta que é inusitada, mas o padrinho. É o que acontece com o baiano Frederico Alfredo. Morando atualmente no Espírito Santo, ele é influencer e trabalha com voluntariado, atuando como terapeuta em hospitais de sua cidade. Há três anos, ele usa suas redes sociais para divulgar a campanha Papai Noel dos Correios, chamando seus milhares de seguidores para adotarem cartinhas. Muito atuante, Frederico Alfredo é um pequeno e sociável cão da raça Chihuahua.

O envolvimento de Frederico Alfredo com o Papai Noel dos Correios foi herdado de sua tutora, a advogada e atriz Jamili Saade. Há mais de 20 anos, a mãe de Jamili tinha o hábito de pegar várias cartinhas da campanha e distribuir entre a família. Após adulta, Jamili passou a pegar suas cartas e, com a chegada de Frederico Alfredo, viu a possibilidade de contribuir para a divulgação da campanha. Desde então, o padrinho não perde uma edição, sempre vestido a caráter, seja de árvore de Natal ou de Papai Noel.

Outra curiosidade é que Jamili e o marido, o também advogado Daniel Pedroso, já foram “viciados” em máquinas de pegar pelúcia, que geralmente está em shopping centers ou outros estabelecimentos comerciais. Ao longo dos anos, o casal acumulou dezenas de brinquedos, que hoje são destinados a doações, inclusive, a cartinhas do Papai Noel dos Correios. O Instagram de Frederico Alfredo é @frederico_alfredo.

Campanha monumental

Celebrando os 35 anos do Papai Noel dos Correios, o Cristo Redentor, umas das setes maravilhas do mundo moderno, estampou na última quarta-feira (18) a marca da maior campanha de Natal do Brasil. A iluminação especial, inédita na história dos Correios, foi viabilizada pela CNP Seguradora, nossa parceira na venda de seguros. A seguradora também é uma das maiores apoiadoras da campanha, adotando centenas de cartas.

A projeção é uma forma de agradecer a solidariedade do povo brasileiro ao longo das décadas de campanha e a dedicação de cada empregada e cada empregado que fazem o Papai Noel dos Correios acontecer. “Graças à união desses esforços e ao empenho de todos, em 2023, pela primeira vez atendemos 100% dos pedidos feitos pelas crianças e neste ano nossa meta é repetir esse marco histórico: nenhuma criança vai ficar sem presente”, afirma o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos. Leia mais.

Números

Em 2024, a campanha Papai Noel dos Correios celebra 35 anos de solidariedade. Neste ano, mais de 300 mil cartas já foram adotadas, superando a marca de 2023, quando, pela primeira vez, todos os 270 mil pedidos recebidos foram atendidos.  

Também foram disponibilizadas para adoção, de forma inédita, cartas de menores assistidos pelas Coordenadorias da Infância e da Juventude dos Tribunais de Justiça das capitais, resultado de uma parceria entre os Correios e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Luta contra a fome

A campanha Papai Noel dos Correios 2024 também ganhou um reforço de peso nesta edição : a ONG Ação da Cidadania. A organização atenderá todas as cartinhas da campanha natalina que pediram cestas básicas, item escolhido por quase 600 crianças como presente. A união entre as duas instituições reforça o compromisso com a construção de um país onde a fome seja erradicada e todos tenham a oportunidade de viver com dignidade. Leia mais.