Há 358 anos, vencer desafios está na essência dos Correios

Hoje, 25 de janeiro, os Correios celebram 358 anos da institucionalização dos serviços postais regulares no País e, também, a criação do cargo de Correio-Mor das Cartas do Mar – o carteiro da época colonial. Para termos ideia da dimensão dessa história, é preciso imaginar o mundo há alguns séculos, quando não havia nenhuma das facilidades de locomoção de hoje. Provavelmente, aquela realidade seja a razão pela qual, em português, as palavras correio, correr e corrida têm a mesma raiz etimológica.

Desde as primeiras civilizações, a humanidade empregou esforços inimagináveis para vencer distâncias e levar mensagens urgentes no menor tempo possível. Por muito tempo, essa eficiência dependeu da aptidão física de animais, mas nunca deixou ser vinculada à capacidade do ser humano. Na Grécia antiga, por exemplo, uma das modalidades dos jogos esportivos era a corrida dos mensageiros. Tanto é que a história de um deles, conhecido como Pheidíppides, inspirou a criação de uma das mais respeitadas provas olímpicas: a maratona.

Já no Brasil, em 1822, é fato registrado e reconhecido o empenho de um outro mensageiro: o correio da corte Paulo Bregaro. Se hoje já nos aborrece uma viagem de cerca de seis horas, tempo médio que se leva de carro do Rio a São Paulo, imagine fazer esse percurso há 200 anos, por estradas de terra e a cavalo. Foi esse o caminho feito por Bregaro quando recebeu a missão de levar as cartas da princesa Leopoldina e de José Bonifácio a Dom Pedro I, o que culminou na Proclamação da Independência.

Leia mais: O carteiro da Independência

A importância da missão de Bregaro pode ser resumida na ordem que Bonifácio teria dado pessoalmente a ele: “Arrebente e estafe quantos cavalos necessários, mas entregue a carta com toda a urgência”. Junto com o Major Antônio Ramos Cordeiro, o mensageiro saiu do Rio de Janeiro por volta das 16h de 2 de setembro. Os dois cavalgaram uma média diária de 90 quilômetros até chegarem a São Paulo, no dia 7. Pela excelência com que cumpriu sua missão, Bregaro recebeu o título de patrono dos Correios, bem como o de primeiro carteiro do Brasil.

Uma empresa que não para

Condutor de malas: arma para se defender de animais.

Essas duas histórias exemplificam o quanto o desafio é algo inerente ao serviço postal. Mas correr contra o tempo e vencer distâncias não são os únicos obstáculos dos Correios. Em pleno século 20, para determinados percursos, uma espingarda estava entre as ferramentas de trabalho que os carteiros levavam para se proteger de ataques de animais, como mostra a foto ao lado, tirada na década de 1960, de um condutor de malas do Piauí (arquivo Museu Correios).

Quantos outros desafios maiores, incluindo crises econômicas, epidemias – e até outras pandemias – os Correios não enfrentaram nesses 358 anos? Há cerca de cem anos, foi a gripe espanhola. A nota abaixo, publicada na Revista Telegraphica do Brasil em 1918, mostra como a epidemia afetou a empresa. Nem por isso, no entanto, os Correios pararam – mesmo em uma época na qual o mundo não dispunha de recursos médicos e científicos como possuímos agora.

Revista Telegraphica, 1918

Carteiro em Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife, Esdras Vieira de Melo testemunhou desafios em graus máximos. Por duas vezes, em 2008 e 2009, quando ainda fazia parte do Exército, ele integrou a missão das Forças de Paz da ONU que esteve no Haiti, considerado o país mais pobre das Américas. Para Esdras, quando o assunto é a importância do papel social há muitas semelhanças entre servir em uma missão de paz e o trabalho dos Correios.

Em março de 2020, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) decretou a pandemia do novo conoravírus e estabelecimentos comerciais foram fechados, os correios em todo o mundo não pararam. Somente três países suspenderam temporariamente seus serviços postais: Honduras, Hungria e Zimbábue. Todos os outros, inclusive os mais duramente atingidos, como Brasil, Itália e Estados Unidos, não pararam de atender ao cidadão. O que rendeu elogios da União Postal Universal (UPU) aos profissionais de correios “determinados a fazer o melhor para manter os serviços em circunstâncias difíceis e jamais vivenciadas em tempos de paz”.

Na linha de frente

No Brasil, o isolamento gerou, inclusive, um aumento das postagens, principalmente de encomendas. Em 2020, nossos carteiros e carteiras entregaram, em média, 15,2 milhões de objetos postais por dia, sendo 13,7 milhões de correspondências e 1,5 milhão de encomendas nacionais e internacionais. Para garantir esse volume de entregas, os carteiros percorreram a pé, de bicicleta, carro e barco um total de 1.302.766 km por dia, o equivalente a 33 voltas ao redor da Terra!

Em Belo Horizonte (MG), a carteira Vânia de Lazáro, destaca que estar na linha de frente é motivo de orgulho. Ela diz que segue à risca as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), não dispensando a máscara nem o álcool em gel. Para ela, ser carteira nesse momento é uma forma de ajudar a sociedade. “Com a pandemia, passei a refletir mais sobre meu modo de viver e minhas responsabilidades em cuidar mais do outro. Como carteira, estou fazendo isso.”

Vânia da Lazáro: orgulho de ser carteira e ajudar ao próximo. Foto: Divulgação/Correios

Por falar em reflexão, recorremos, novamente, à etimologia: dessa vez, da palavra desafio, que deriva do latim disfidare – junção de “dis” (afastamento) e “fidare”, que vem de “fides” (fé). Uma indicação de que as dificuldades colocam em xeque nossas crenças e capacidades, a ponto de nos afastar da confiança. E, para vencê-las e continuar seguindo em frente, temos que descobrir novos caminhos e maneiras de olhar o mundo. Mas… não é exatamente isso que os Correios fazem todos os dias, desde 25 de janeiro de 1663?

Correios revitaliza e realoca agências pelo País

Ano novo, agência nova! Com mais de 6 mil unidades próprias espalhadas pelo País, os Correios iniciam 2021 com agências revitalizadas e em novos endereços em vários Estados. Nos últimos meses, a empresa investiu na reforma de fachadas e em melhorias de infraestrutura de dezenas de unidades da estatal, especialmente em pequenos municípios.

Buscar a excelência operacional nas entregas e prestar um melhor serviço aos clientes são algumas das prioridades da atual diretoria da empresa. Neste sentido, por meio de contratos de manutenção predial e recursos próprios, o trabalho de revitalização tem sido realizado tanto nos ambientes internos quanto nas fachadas das unidades, garantindo melhores instalações para atendimento e a padronização da identidade visual da empresa.

É o caso da agência central dos Correios em Serra (ES), que ganhou, em setembro de 2020, novo endereço e melhores instalações (foto acima). Em um ambiente mais amplo e moderno, a unidade agora funciona em um imóvel mais seguro e movimentado, no eixo comercial do bairro. A mudança também trouxe melhores condições de trabalho aos empregados da empresa e mais conforto aos clientes.

Ao todo, 12 agências foram revitalizadas, sendo 8 reformadas e 4 realocadas no Espírito Santo. Outro exemplo, é a agência de Mantenópolis, município com cerca de 13 mil habitantes.

Na Bahia, 17 unidades da empresa receberam melhorias, 12 foram reformadas e 5 realocadas, tanto na capital quanto no interior do Estado. É o caso da agência de Santo Estêvão, a cerca de 150 km de Salvador, que foi reformada para atender os 52 mil habitantes do município em seus dois guichês.

Em um dos menores municípios do Maranhão, com 7,9 mil habitantes, a agência da pequena Central do Maranhão, a cerca de 70km da capital São Luís, também foi totalmente revitalizada. A unidade recebeu reparos e serviços de recuperação da fachada, que deram nova vida à unidade.

Em 2021, a empresa prevê a continuidade das ações de revitalização das suas unidades, de forma gradual, ao longo do ano.

Edifício-sede

Cartão-postal da empresa, o edificio-sede dos Correios, em Brasília, também recebeu melhorias. Em 2019, a centenária caixa de coleta instalada na frente do prédio foi totalmente restaurada. Após passar por um trabalho de pintura e revitalização, o objeto-símbolo dos Correios, que estava com sinais de desgaste, foi totalmente restaurado.

O painel 1.481,78 m² que envolve a fachada do edifício, considerado uma obra-de-arte a céu aberto, também foi revitalizado, após passar por uma minuciosa limpeza. Com concepções abstratas feitas de concreto em baixo relevo, a obra foi idealizada pela artista plástica Martha Poppe e pelo escultor espanhol Julio Spinoso. Durante a limpeza, as partes mais sensíveis do painel foram demarcadas para evitar a incidência de água e da escovação.

Retrospectiva 2020: os fatos que marcaram o ano dos Correios

Em um ano totalmente atípico, os Correios tiveram que se reinventar para superar os desafios impostos pela pandemia da Covid-19, em especial continuar mantendo as entregas no prazo com parte do seu efetivo afastado, medida necessária para garantir a saúde de seus empregados.

Em ordem cronológica, o Blog dos Correios selecionou os principais acontecimentos do ano para a empresa. Confira:

Frota renovada

Iniciamos 2020 com mais de 7 mil veículos novos entregues em todo o Brasil. No total, os Correios investiram cerca de R$ 197 milhões na aquisição de 5.328 motocicletas, 2.157 furgões de 600Kg e 73 furgões (com capacidade de 1.500 Kg). A aquisição dos novos veículos foi intensificada nos últimos meses de 2019 para atender ao aumento da demanda gerado pela Black Friday e pelas festas de fim de ano. Além de melhorar as condições de trabalho dos carteiros, o investimento representa ganho de produtividade, qualidade das entregas, redução do custo de manutenção e aumento da disponibilidade da frota.

Pandemia: medidas preventivas

Em março, com a chegada do coronavírus no Brasil, adaptamos as nossas operações para manter clientes e empregados seguros em meio a pandemia.  Entre orientações profiláticas e adaptações em rotinas de atendimento, tratamento, distribuição, coleta e transporte, foram adotadas mais de 100 medidas emergenciais, desde o início da pandemia. Todos os objetos passaram a ser entregues sem a coleta de assinatura do destinatário, por exemplo, para evitar o contato físico e o risco de contaminação. Criamos ainda uma central de informações, no site dos Correios, onde disponibilizamos notícias e os boletins diários relacionadas à pandemia

Apoio logístico a Rede Vírus

Iniciamos, também em março, o apoio logístico à Rede Vírus, comitê do então Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e Comunicações, responsável pela coleta de material viral (novo coronavírus e influenza). O transporte realizado pelos Correios obedeceu a altos requisitos de segurança e agilidade, para que o material fosse entregue até 20 horas após a coleta, em perfeito estado de conservação e com risco zero de contaminação, tanto de pessoas quanto do ambiente por onde as amostras transitaram.

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