DIA NACIONAL DO SELO
Selo postal: o trabalho por trás da arte

Dentre os motivos de orgulho nacional do Brasil, sem dúvidas, o selo postal, celebrado no próximo 1º de agosto, é um deles. Não apenas por sermos o segundo país a emitir um selo postal, o “Olho-de-Boi”, em 1843, mas, também, por produzirmos, desde aquela época, algumas das peças postais mais belas do mundo, reconhecidas em diversas premiações.

O que pouca gente sabe é que, antes de um selo chegar até as agências dos Correios e sair estampando cartas ou ser admirado pelos apaixonados pelo mundo filatélico, muita coisa acontece durante os meses anteriores: pesquisas, reuniões, desenvolvimento de briefing, projeto, produção, testes e edição final.

Emissões consideradas “rápidas” demandam em torno de três meses entre pesquisa e edição, enquanto outras podem levar até 12 meses para serem concluídas. Algumas levam um tempo maior na definição do parceiro; outras, na escolha da representação do motivo ou do estilo da arte, por exemplo. Confira abaixo mais detalhes desse processo:

Pesquisas e parcerias

Quando o tema de um selo é definido, seja porque foi aprovado pela Comissão Filatélica Nacional (CFN) ou faz parte de outras emissões previstas pelos Correios, a equipe da área de Filatelia entra em campo para que a ideia seja traduzida em uma imagem.

Dependendo do assunto, o universo que o tema do selo abrange é muito amplo e requer vários debates e ajuda de especialistas. “Por isso, buscar parceiros que nos ajudem a aprofundar o assunto é o primeiro passo”, complementa Mayra Guapindaia, historiadora dos Correios que trabalha na área da Filatelia. Em alguns casos, quando os familiares são os detentores dos direitos autorais da obra do homenageado, essa identificação é mais fácil.

Selo em homenagem aos 100 anos do nascimento de Clarice Lispector.

Foi esse o caso das emissões em homenagem ao centenário de nascimento da escritora Clarice Lispector, lançada em setembro do ano passado, e “Auto da Compadecida”, em junho deste ano. Em ambas, as famílias prontamente se dispuseram a ajudar, não apenas na liberação do uso de imagens, como também na elaboração dos textos dos editais e das artes que estamparam os selos.

No selo de Clarice, o processo foi ainda mais peculiar porque o filho da escritora, Paulo Valente, trouxe a informação de que Mariana, neta da acadêmica, é ilustradora e poderia fazer a arte, sem custo para os Correios. “Fiquei imensamente feliz com a oportunidade para ilustrar minha avó. Construí o seu rosto e o fundo do selo a partir de envelopes e retalhos de cartas que eram dela, como forma de demonstrar a sua paixão por correspondências”, conta Mariana.

Emissão “Auto da Compadecida”.

Na peça em homenagem à obra de Ariano Suassuna, o trabalho de pesquisa da Filatelia foi fundamental. “Encontramos uma bela capa de edição do Auto da Compadecida, com a imagem de Nossa Senhora feita por Zélia, esposa de Ariano. Então, nada mais justo do que ter a arte do selo feita pela musa inspiradora do autor da obra”, lembra Rosângela.

Os elementos da estética armorial, criada por Ariano, que ilustram o selo foram feitos pelo artista plástico Dantas Suassuna, filho do escritor, e pelo comunicador visual Ricardo Gouveia, amigo de longa data da família.

Técnicas de ilustração

Na hora de definir a técnica a ser empregada na arte de um selo, o olho clínico de quem entende do assunto faz a diferença. A designer Jamile Sallum explica como tem sido o seu atual processo criativo para ilustrar a série “Insetos Benéficos”, emissão especial do Mercosul, com lançamento previsto para outubro deste ano. A temática macro do selo é um tema amplo, que demandou um processo criativo mais aprofundado. “Borboletas, por exemplo, são bonitas por si só. Uma bela fotografia pode expressar a beleza de uma espécie, sem que precise acrescentar nada mais”. Porém, em outros temas, recursos como técnicas vetoriais, ilustrações por computador, podem ser necessários.

Sempre que possível, a equipe de Filatelia também conta com artistas que emprestam seu talento para a elaboração das artes dos selos. “Pode ser uma aquarela, um trabalho de colagem, grafite, vai depender muito do motivo”, explica Jamile. Para isso, a a área possui um cadastro atualizado de artistas que são convidados para as edições.

Fonte de conhecimento

Emissão “Presença Holandesa no Brasil” .

Basta uma leitura mais atenta dos editais de lançamento dos selos para se ter ideia da dimensão da riqueza de conhecimento que cada emissão representa. Não por acaso, é comum encontrá-los em teses de mestrado e doutorado. “Saber que um edital de uma emissão pode se tornar referência iconográfica aumenta ainda mais nossa responsabilidade”, salienta a designer Jamile. É o caso da emissão “Presença Holandesa no Brasil”, citada na tese do mestrado de Eliane Martins Donda, em 2010.

Para a analista Christina Dutra, que compõe a equipe da Filatelia, lidar com universos de temas tão diversos, como fauna, literatura, música, instituições e países, tem sido uma experiência transformadora. “Somos imersos no ambiente de cada emissão de forma tão profunda que passamos a ter interesse por aqueles temas pelo resto da vida”, explica a publicitária que descobriu na área da filatelia um mundo novo.

Neste 1o de agosto, celebramos o “Dia Nacional do Selo”. Confira abaixo o vídeo especialmente produzido para a data e saiba muito mais sobre o universo da Filatelia, acessando o blog: https://blog.correios.com.br/filatelia/

Correios leva CPF à comunidade quilombola do Maranhão

Única empresa pública presente em todos os municípios do País, os Correios oferecem serviços essenciais à garantia da cidadania dos brasileiros. Entre eles, estão a inscrição e regularização do Cadastro de Pessoa Física (CPF). No último dia 15, a empresa realizou um mutirão para emissão do documento para pessoas da comunidade do Quilombo Alto Grande, a 20 km do município de São Mateus do Maranhão (MA).

Para evitar aglomerações, os Correios coletaram previamente os documentos necessários e providenciaram as cópias para concluir a emissão com mais celeridade.

Maria Francisca Rodrigues Santos, 35 anos, aproveitou para tirar o CPF de dois de seus três filhos. Agora, Amanda e Júlio César, de 11 e 12 anos, respectivamente, vão poder ter acesso a praticamente todos os serviços públicos e privados que exigem CPF, como, por exemplo, a carteirinha do Sistema Único de Saúde (SUS) e matrícula em escolas

“Finalmente meus filhos vão poder se matricular na escola, um pedido que eles me faziam todos os anos, mas que para mim era muito difícil realizar”, lembra Maria Francisca, residente do Quilombo Alto Grande desde que nasceu.

Em uma manhã, a agência dos Correios de São Mateus do Maranhão emitiu 100 CPFs, quase o dobro da média mensal da unidade. Diante do sucesso do mutirão, a empresa pretende realizar outra ação semelhante, desta vez no município de São Domingos do Maranhão.

Só no último ano, foram realizadas, pela rede de atendimento dos Correios, 3,9 milhões de inscrições de Cadastros de Pessoas Físicas (CPFs). O documento é obrigatório a todo cidadão cujos rendimentos estejam sujeitos ao desconto do imposto de renda na fonte.

Além da emissão para quem não tem o documento, ainda é possível fazer a regularização cadastral do CPF nas agências da empresa. Saiba mais no site dos Correios.

Obras de artista plástico de TO ganham o mundo por meio dos Correios

Diante das restrições impostas pela pandemia, reinventar-se tem sido a palavra de ordem para muitos brasileiros. O artista plástico Gedeon Tavares de Souza é um deles. Morador de Aparecida do Rio Negro, a 74 km da capital do Tocantins, ele encontrou na internet, e nos Correios, uma nova forma de comercializar os quadros pintados à mão, com tinta a óleo.

Antes da pandemia, Gedeon viajava por todo país, acompanhado da sua esposa, Daniela Cardoso Tavares, para vender as obras de arte. “O nosso propósito era levar arte e cultura por meio de exposições das telas em órgãos públicos, shoppings e outros espaços por todo o País. Com a pandemia e a impossibilidade de viajar, tivemos que nos reinventar”, relata o artista.

Por meio de um site de produtos autorais, o casal começou a comercializar os quadros na internet e o “boom” aconteceu. As pinturas a óleo, que ilustram diversas temáticas, com destaque para a cultura africana, já foram vendidas para todos os Estados do Brasil, além de países como Japão, Suíça, Portugal, Estados Unidos e Inglaterra.

Conheça as soluções para exportar pelos Correios

Sem precisarem mais sair de casa para vender as obras, eles conseguiram aumentar o tempo de produção e o faturamento. “Hoje, conseguimos levar nossa arte para o mundo graças aos Correios, que são essenciais para o nosso trabalho. Todos os pedidos que recebemos são enviados pela estatal”, ressalta o artista plástico.

O gerente da agência de Correios de Aparecida do Rio Negro, Adailton Rodrigues, confirma o sucesso do casal. “O número de postagens dos quadros é tão alto que eles se tornaram um dos nossos principais clientes na cidade”, ressalta Adailton.

Para apoiar pequenos e médios empreendedores neste momento desafiador, os Correios lançaram o programa AproxiME, um pacote de soluções para ajudar comerciantes que precisam mudar a matriz do seu negócio e dar os primeiros passos no e-commerce. Saiba mais em https://www2.correios.com.br/hotsites/aproxime.