MÊS DAS CRIANÇAS| 
Um pedido especial 

O dia que instalamos uma caixa de coleta de correspondências em uma escola pública de São Paulo   

Gercilio de Assis

Desenho feito pelos alunos da Escola Municipal Cidade de Osaka em carta enviada ao ministro das Comunicações.

Em busca de resgatar uma forma de escrita afetuosa, única e antiga na sociedade, um grupo de professoras da Escola Municipal Cidade de Osaka, na zona leste de São Paulo (SP), criou um projeto de troca de cartas. Além de exercitarem a escrita e a leitura, os alunos do 5º ano, com idades entre dez e onze anos, discorrem sobre assuntos da atualidade,  sugerem pautas para revistas e jornais, expressam sentimentos e se aproximam de amigos e familiares.  

“Todos os alunos da classe participam, mesmo os que ainda não dominam por completo a leitura e escrita. Fazemos revisões coletivas dos textos, apontando os erros e, juntos, vamos fazendo os acertos. Isso tem colaborado bastante para o avanço deles na escrita”, explica a professora Ivani Cordeiro, uma das idealizadoras da ação. 

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Um pedido especial “

Voz às Margaridas

Por meio dos Correios, trabalhadoras rurais enviam cartas à ministra das Mulheres

Foto: Ricardo Stuckert/PR

Queremos dar voz e ajudar a promover a garantia dos direitos das mulheres em todo o Brasil. Durante a abertura oficial da 7ª Marcha da Margaridas, em Brasília (DF), na segunda-feira (15), trabalhadoras rurais tiveram a oportunidade de escrever e enviar, gratuitamente, cartas endereçadas à ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, graças à parceria firmada com a pasta.

Um momento repleto de significado e simbolismo, em que reafirmamos a vocação social dos Correios, há 360 anos. A iniciativa acontece no âmbito do Agosto Lilás, que lançou a campanha “Brasil sem Violência contra a Mulher, Brasil com Respeito” e pretende mobilizar a sociedade para o enfrentamento da misoginia e a construção de um país mais seguro, justo e com igualdade para todas as mulheres.  

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Concurso Internacional de Cartas: jovens relatam desafios e aprendizados na pandemia

Com o objetivo de melhorar a alfabetização de jovens de até 15 anos em todo o mundo, o Concurso Internacional de Redação de Cartas é promovido anualmente pela União Postal Universal (UPU), sediada em Berna, na Suíça e realizado no Brasil pelos Correios. Neste ano, em que a iniciativa celebra a sua 50a Edição, o tema escolhido para a redação foi: “Escreva uma carta a um familiar, contando sobre sua experiência da Covid-19”.

Por meio do mote sugerido, os textos revelam os principais impactos da pandemia na vida de crianças e adolescentes no Brasil. As percepções vão desde a dificuldade com o isolamento e o estudo remoto, até o tédio, intensificado pelo quebra da rotina.

“Fiz o máximo que pude para proteger a mim e aos meus pais. Mas tenho que confessar uma coisa: estou cansada de ficar em casa! Cansei da monotonia, das aulas on-line, de apenas estudar. Preenchi meus dias com música, leitura e aprendi novos idiomas para desbravar o mundo assim que puder”, relatou a estudante Ana Clara Lopes Motas (13), do Rio de Janeiro (RJ), em um trecho da sua carta.

Mesmo diante das dificuldades impostas pela pandemia, o momento também está sendo de aprendizado para muitos jovens: “Em meio a tantos problemas, percebi algumas coisas boas, como ficar mais perto dos meus pais. Agora ajudo nas atividades domésticas muito mais do que antes. Eu aprendi a cozinhar muitas coisas novas, e não estou fazendo isso por obrigação” revelou Fernando Silocchi- 15 anos, Farroupilha/RS.

A convivência maior com os pais também foi comemorada pela estudante Geovana de Jesus Silva (14), de Campo Novo do Parecis (MT). “Uma das coisas boas que aconteceu, foi que meus pais estão passando mais tempo em casa com a gente, fazemos várias brincadeiras em família para passar o tempo e isso nos uniu muito, confesso que sentia falta desse convívio com eles. (…) Sou feliz por isso, e sei que muitas famílias não aguentaram a pressão do convívio uns com os outros, causando desentendimentos e até separações”.

Para Silas Manoel Freitas da Silva, (15), de Carpina (PE), a “pandemia ajudou a perceber que a vida é bela em sua simplicidade, que ela [a vida] é a mais importante de nossas prioridades”, escreveu o adolescente.

Sobre o concurso – Os Correios participam do Concurso Internacional de Redação de Cartas desde 1972. Nesse período, nosso País fez bonito: é o segundo melhor colocado em âmbito internacional dentre 191 países. O Brasil já conquistou três medalhas de ouro (1972 /1988 / 2006), duas medalhas de prata (1978 / 1980), duas medalhas de bronze (1992 / 2015) e recebeu menções honrosas na etapa internacional em 2009, 2012, 2016, 2017 e 2018, superado apenas pela China, que tem cinco medalhas de ouro.

Troca de cartas ganha adeptos durante pandemia

A publicitária Mariana Carolina Carneiro é a idealizadora do grupo de trocas de cartas Envelope de Papel. Foto: Divulgação/Correios

Em tempos de distanciamento social, a necessidade de encontrar outras formas de se conectar com as pessoas se torna cada vez mais pulsante. Na contramão das comunicações digitais, tão impalpáveis quanto instantâneas, um hábito por muitos já esquecido tem conquistado novos adeptos: a troca de cartas – um hobby que, curiosamente, se dissemina nas redes sociais, amenizando a solidão do confinamento.
 
A troca de cartas é capaz de trazer muitos benefícios, como explica Mariana Carolina Carneiro, 23 anos, publicitária, idealizadora do grupo de trocas de cartas Envelope de Papel, que tem quase 2 mil participantes cadastrados de todos os lugares do Brasil e até de outros países. “Esse hobby ajuda a exercer a paciência, já que as cartas não possuem a instantaneidade dos aplicativos e redes sociais, e exigem do destinatário esperar dias e até meses para receber sua correspondência. Também estimula a criatividade, além de promover um carinho especial entre os participantes”, destaca.

Para a mineira da cidade de Santa Luzia, que fica na região metropolitana de Belo Horizonte, receber uma carta cheia de carinho é um ato de amor dedicado, muitas vezes, a uma pessoa que você nunca viu. “Cartas transmitem uma mensagem mais sincera e carinhosa do que um e-mail ou texto em aplicativos como WhatsApp e Telegram. Além disso tudo, ainda há a chance de criar amizades verdadeiras através do papel e caneta”, explica.
 
De acordo com a publicitária, durante a quarentena, houve um aumento significativo de inscrições no grupo. “Começamos o ano de 2020 com menos de 600 participantes e entramos em setembro com mais de 1800. O interesse pela troca de cartas, para muitas pessoas, começou justamente durante a pandemia”, informa. Mariana conta que se inspirou no seu pai, que nas décadas de 80 e 90 trocava cartas com pessoas de vários países, para criar o Envelope de Papel. “Ele me incentivou a procurar grupos que ainda mantinham esse hobby; e, em 2017, resolvi criar meu próprio clube e ser uma ponte segura e fácil para a troca de cartas entre as pessoas”.
 
E foi nesse clube criado pela publicitária mineira que Lidiane Marques Barbosa, instrutora da seção de treinamento dos Correios de Goiás, conseguiu retomar sua antiga paixão, em fevereiro deste ano. “A escrita de cartas já faz parte da minha vida desde os 13 anos, quando comecei a trocar cartas por meio de uma seção do Jornal O Popular. Nessa época, eu mantinha cerca de 40 correspondentes do Brasil e do exterior. Conservei essas amizades até entrar na universidade, mas muitos se mudaram e fomos perdendo o contato. Nos anos seguintes, tive apenas alguns correspondentes esporádicos, que encontrei nas redes sociais”, comenta Lidiane.

Lidiane Marques Barbosa: paixão por cartas e pelos Correios. Foto: Divulgação/Correios
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Carteiros recebem cartas de agradecimento por entregas na pandemia

Em tempos de pandemia, a figura do carteiro personifica, ainda mais, a importância dos Correios para a sociedade. Na linha de frente das entregas de cartas e encomendas em todo país, os profissionais recebem, diariamente, manifestações de reconhecimento pelos serviços essenciais prestados à população. Por meio de cartinhas e desenhos feitos à mão, até as crianças encontraram uma forma de expressar carinho e gratidão aos carteiros.

O pequeno Eduardo Dieter (8), de Florianópolis (SC), escreveu que “por causa do coronavírus, as pessoas precisam ficar em casa, mas o teu trabalho é muito importante e por isso não parou”. Junto à carta, ele deixou também uma caixa de chocolate para que o porteiro entregasse aos carteiros Rafael Felício e Braian de Brito Rodrigues, que realizam as entregas da sua rua, no bairro do Itacorubi.

Na zona leste de São Paulo (SP), a menina Gabriella Godinho da Cunha (8) também fez questão de fazer uma cartinha para o carteiro Renato Leite da Silva, que realiza as entregas no bairro Cangaíba, onde ela mora. “Sabemos o momento difícil que estamos passando e, mesmo assim, o senhor não nos abandonou e sempre faz o seu serviço. Quero agradecer por colocar sua vida em risco saindo de casa para nos ajudar”, diz um trecho da mensagem.

O sonho de ter em mãos sua tão sonhada boneca, comprada pela internet , foi o que motivou Cinthia Nunes Cunha (10), do munícipio de Ijaci (MG), a fazer uma cartinha de agradecimento à estatal. Na mensagem, endereçada “a todos os entregadores dos Correios”, a menina descreve a ansiedade pela chegada da encomenda e a emoção ao receber o presente prometido pelo pai.

Emoção também foi o sentimento do carteiro Evaldo dos Santos Barbosa ao receber a cartinha. “Me surpreendi pela espontaneidade da Cinthia e, ao mesmo tempo, fiquei muito satisfeito pelo reconhecimento dela pelo trabalho dos carteiros, independente das dificuldades que estamos enfrentando”, relata.

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Iniciativa aumenta produtividade de carteiros em trabalho remoto

Desde o início da pandemia do novo coronavírus, os Correios implementaram medidas para proteger clientes e empregados, como a liberação de profissionais que estão enquadrados no grupo de risco para trabalho em domicílio. Para garantir a qualidade das entregas e a produtividade dos carteiros afastados, uma iniciativa inovadora permite que os profissionais façam o ordenamento de correspondências de casa.

Funciona assim: antes de serem entregues, os impressos precisam ser separados de acordo com as rotas percorridas pelos carteiros. Agora, em unidades dos Correios no Espírito Santo, onde o projeto está em desenvolvimento, carteiros em trabalho remoto realizam, de casa, essa triagem. Mais de 50 mil objetos já foram separados e ordenados dessa forma, desonerando as equipes que estão trabalhando presencialmente.

Carteiros de Vitória (ES) recebem em casa correspondências para triagem.

Além de facilitar as entregas realizadas pelos carteiros que estão nas ruas, a iniciativa permite aos que estão em trabalho remoto utilizar sua experiência e capacidade produtiva de forma mais efetiva. O conhecimento das caraterísticas e das peculiaridades de cada distrito é fundamental para que o ordenamento das correspondências seja bem executado.

“O encaminhamento da carga para a residência do carteiro é feita com base na viabilidade operacional e economia de recursos, como tempo e combustível”, explica o gerente de Atividades Externas dos Correios, Stéfano Marin Rezende. O controle é feito em formulário que registra quantidade de objetos entregues, com data e hora e garantia do sigilo das correspondências. No dia seguinte, há uma nova coleta e uma nova leva é entregue ao empregado.

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Troca de cartas auxilia na leitura e escrita de alunos em MT e PR

Mais de mil quilômetros separam 40 alunos do primeiro ano do ensino fundamental das cidades de Tesouro, em Mato Grosso, e Itambé, no Paraná. Distância vencida por meio da troca de correspondências entre as duas escolas públicas.

A tradicional carta tem sido a aliada das professoras das duas turmas – uma com 15 e outra com 25 estudantes – para trabalhar a leitura e a escrita. “Pensei em uma metodologia para desenvolver essas habilidades com maior facilidade e a ideia das cartas foi aprovada pelos alunos”, contou a professora Evânia Carmo Leão Heintze, da Escola Estadual Arnaldo Estevão de Figueiredo, de Tesouro (a 379 km de Cuiabá). Para colocar em prática o “Projeto Minha Cidade Meu Mundo”, ela contou com a participação da professora Margareth de Branco Costa, da Escola Municipal Domingos Laudenir Vitorino, de Itambé (a 441 km de Curitiba).

Segundo Margareth, como as crianças estão em fase de alfabetização, ela auxilia na redação das cartinhas, escrevendo no quadro o que os alunos demonstram interesse em perguntar a seus colegas de Mato Grosso. Eles também desenham o que mais gostam na sua cidade como forma de apresentação aos novos amigos.

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