NÃO-ME-TOQUE, SEM PEIXE, VARRE E SAI
Conheça os atendentes dos Correios das cidades de nomes mais ‘inusitados’ do Brasil

Ninguém conhece o Brasil como eles. Das grandes metrópoles aos municípios mais remotos, os atendentes dos Correios garantem a nossa conexão em todo o país. São eles que, além de conhecer cada CEP, sabem, como poucos, histórias e curiosidades das cidades de nomes mais peculiares do Brasil. De Varre-Sai, no Rio de Janeiro, a Sem Peixe, em Minas Gerais, passando por Tomar do Geru (veja o vídeo), em Sergipe, os atendentes dão aos Correios o título de única empresa presente em todos os municípios do país.

Em Sem Peixe (MG), o atendente Antônio Sérgio Guimarães de Morais, mais conhecido como Serjão, mostra que conhece a cidade e sua história, como ninguém (veja o vídeo). “Reza a lenda que o nome da cidade se deve à dificuldade que índios nômades tinham, no passado, de encontrar peixes no rio onde se desenvolveu, ao seu redor, o município de Sem Peixe”, explica. “Aqui, podemos não ter peixe, mas temos Correios”, orgulha-se Serjão.

Antônio Sérgio Guimarães é atendente dos Correios na agência de Sem Peixe, município do interior de Minas Gerais. Foto: Divulgação/Correios.

Em Não-Me-Toque (RS), a hipótese para o nome da cidade, que fica no norte do estado gaúcho, é a presença de uma planta abundante na região, a “sucará”, chamada também de “não-me-toque”, justamente por causa dos espinhos. “Nos anos 70, houve um movimento para alterar o nome da cidade para Campo Real, mas não pegou muito. Houve, então, um plebiscito e a população decidiu pelo retorno do nome Não-Me-Toque”, revela a atendente da agência dos Correios na cidade, Daiana Lindner Candaten.

Daiana Lindner é atendente dos Correios em Não-Me-Toque (RS). Foto: Divulgação/Correios.

Em Varre-e-Sai (RJ), o atendente Juarez José Cancado, explica a origem do nome curioso da cidade. “Na época dos tropeiros, existia na cidade uma estalagem que não cobrava o pernoite. Estabeleciam apenas uma condição: varrer o local ao sair. E assim ficou Varre-e-Sai”, conta.

Cordel e reencontros

Em Passa e Fica, no interior do Rio Grande do Norte, a história da cidade se transformou em cordel graças ao talento de Edivânia Romão da Silva, gerente da agência dos Correios no município.  A empregada gravou um vídeo (assista aqui) em que narra sua poesia em homenagem aos Correios e à cidade de nome curioso.

“Saudade para quem passa
Orgulho para quem fica
Terra norte rio-grandense
Chamada de Passa e Fica

Estrada de viajantes
Que, por aqui, muito passavam
Na bodega do seu Daniel,
Tropeiros ficavam e, ali, se divertiam, bebiam e conversavam

A fama logo pegou
O caminho foi batizado, o lugar era muito bom
Virou um passa e fica danado

O progresso foi chegando
E a história virou fato
Hoje, 62 anos, cidade próspera e feliz
A princesinha do Agreste
Venha conhecer e sorrir  
                  (….)

E nesse passa e nesse fica,
Eis uma terra querida
Pra se passar e ficar.”

Edivânia é daquelas pessoas repleta de boas histórias. Uma delas, mudou completamente a sua vida. “Trabalhar como atendente foi um toque do destino. Graças aos Correios, recebi um dos meus maiores presentes, que foi encontrar a minha mãe biológica”, revela.

Paulistana de nascimento, nascida no bairro da Lapa, Edivânia foi morar no Rio Grande do Norte quando tinha apenas 4 meses de vida, onde foi criada pelos avós paternos, o que a fez perder o contato com a mãe e família materna. Mas, em junho de 2013, quando começou a trabalhar nos Correios, conheceu uma cliente que mudou a sua história.

Edivânia Romão é gerente da agência dos Correios em Passe e Fica (RN). Foto: Divulgação/Correios.

 “Fiquei sabendo de uma senhora que conseguiu encontrar um tio que tinha perdido o contato com a família há 25 anos. Conversando com ela, durante um atendimento, contei a minha história, e ela disse que poderia me ajudar.” Dito e feito: a cliente logo conseguiu o contato dos tios maternos de Edivânia.

Em setembro de 2024, a atendente voou para São Paulo onde foi recebida com festa pelos parentes. Assim, aos 33 anos de idade, Edivânia conheceu a mãe, os irmãos e todos os parentes pela parte materna da família, de quem nunca mais se distanciou.

Assim como a de Edivânia são muitas as histórias que passam todos os dias pelas quase 6 mil agências dos Correios. Histórias de final feliz que começam sempre com um sorriso, o dos nossos atendentes.

Neste 30 de outubro, Dia do Atendente, homenageamos os mais de 17 mil profissionais que, em cada cantinho do Brasil, sempre estão presentes para você. Confira aqui o vídeo especial em comemoração à data.