Os Correios realizaram nesta quinta-feira (27) a segunda reunião do Acordo Coletivo de Trabalho com comissão de negociação das federações de representação das empregadas e empregados. A reunião foi realizada pela primeira vez no formato híbrido a pedido das federações e, conforme definido no cronograma de negociação, contou com apresentações sobre a situação deficitária que a atual gestão encontrou ao assumir, as medidas que vêm sendo implementadas para fortalecimento da governança e do compliance e para recuperação da sustentabilidade dos Correios e os projetos futuros.
O diretor de Gestão de Pessoas, Pedro de Amengol Filho, destacou que o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, tem implementado ações que comprovam o compromisso da atual gestão com a valorização das empregadas e dos empregados, como o retorno de benefícios importantes como a licença-maternidade de seis meses e o auxílio especial, além da extensão do Acordo Coletivo de Trabalho vigente até o dia 31 de agosto, de forma a garantir a continuidade de benefícios importantes como o pagamento do vale-alimentação e refeição, entre outros.
O DIGEP ressaltou que a empresa tem grandes desafios pela frente diante da expectativa das empregadas e dos empregados após um longo período sem diálogo com a estatal e do cenário da empresa, que estava sendo preparada para a privatização pela diretoria anterior.
A Diretoria de Negócios (DINEG) demonstrou que o primeiro semestre de 2022 ainda registrou um bom momento de vendas como reflexo de efeitos da pandemia que persistiam, o que não manteve no restante do ano. Assim, a partir do segundo semestre, os Correios começaram a sentir os impactos da volta do varejo às vendas físicas, com redução no volume de postagem e retração da receita. Esse fato, somado à estratégia dos grandes clientes de diversificação de operadores logísticos e às perspectivas de queda do e-commerce, causou o não atingimento da meta de vendas dos Correios nos primeiros meses de 2023 – somente em maio e julho essa meta foi atingida.
A Diretoria de Governança e Estratégia (DIGOE) apresentou a estrutura existente para garantir a governança e o compliance e reduzir o risco de fraudes, detectando ações que não estejam em conformidade com as normas dos Correios e com a legislação. A área destacou iniciativas para garantir a segurança de empregadas e empregados, com aumento de 82% em ações conjuntas com órgãos de segurança pública e redução de 44% dos roubos na distribuição.
Na apresentação sobre o desempenho econômico-financeiro, a Diretoria Econômico-Financeira e de Tecnologia (DIEFI) trouxe dados preliminares sobre o primeiro semestre de 2023, mostrando os resultados positivos que vêm sendo obtidos pela atual gestão: enquanto em janeiro e fevereiro a estatal tinha registrado um resultado recorrente negativo de R$ 215 milhões, no período entre março e junho o indicador foi positivo em R$ 80 milhões. A área ressaltou, porém, que no resultado líquido acumulado do ano a empresa ainda lida com um prejuízo de R$ 1,1 bilhão, causado principalmente pelos R$ 944 milhões de impactos negativos não recorrentes, ou seja, deixados pela antiga diretoria.
Apesar desse déficit herdado, a gestão da empresa tem expectativa de, a partir das medidas que vem sendo adotadas, continuar recuperando receita, de forma a equilibrar o caixa até o fim do ano.
A próxima reunião será realizada na terça-feira, 1º de agosto.