SORORIDADE|
Mulheres que apoiam mulheres

Empregadas dos Correios contam quem foram as mulheres que fizeram a diferença em suas trajetórias 

Sandra Regina e Fernanda Lobo

Dos filmes infantis e romances da sessão da tarde às letras de música, a competição entre mulheres revela-se de alguma forma: a madrasta que humilha a enteada, as meninas da escola que disputam o coração do atleta, a canção sobre a recalcada. O reforço constante dessa construção cultural fortalece a manutenção do patriarcado, pois uma vez divididas, as mulheres seguem enfraquecidas.

E como combatemos isso? Uma palavra, que há algum tempo permeia a pauta feminista, pode ser um bom caminho: sororidade. Vindo do latim, o termo, que significa solidariedade entre irmãs, vai além ao promover a empatia, união e acolhimento entre mulheres.

A sororidade é o oposto de rivalidade feminina: é a união e a aliança entre mulheres em busca de alcançar objetivos comuns. Ou seja, ela deve ser amplamente incentivada dentro do ambiente de trabalho. Por isso, no mês que celebra o Dia Internacional da Mulher, o Blog dos Correios traz depoimentos de empregadas que foram impulsionadas por outras profissionais, ou, ainda, que apoiaram e ‘puxaram’ mulheres para avançarem em suas carreiras.

Aquela que abre portas

Kennia Silva de Sousa, subgerente de educação corporativa dos Correios, sobre Anizabete Pereira

Kênia (esq) e Anizabete: sororidade na prática: Foto: Divulgação/Correios.

Entrei nos Correios como carteira, aos 24 anos de idade. Por mais que eu tivesse minhas atribuições, sempre me dispunha a fazer de tudo dentro da empresa, queria aprender, saber mais. Conheci a Anizabete quando ela assumiu o cargo de supervisora da minha área. Acredito que, desde o começo, ela tenha visto potencial em mim. Quando uma colega que trabalhava na codificação postal se aposentou, ela me convidou para ocupar o cargo. Era a oportunidade de mudar de atividade que eu tanto esperava. Paralelamente à nova função, comecei a cursar uma faculdade e participava de recrutamentos internos. Tempos depois me tornei supervisora de um centro de distribuição domiciliar, e atualmente, sou subgerente da área de treinamento dos Correios.

Para chegar aonde estou, Anizabete foi fundamental. Ela sempre foi uma grande mentora em todos os sentidos, me orientou desde questões técnicas até de comportamento. Ela não precisava fazer nada por mim, mas fez. Foi capaz de enxergar e confiar no meu potencial. Eu digo sempre que se não for “outra” a te ajudar, possivelmente não haverá “outro”. Só uma mulher conhece as dores e lutas de ser mulher.

Aquela que acolhe em momentos difíceis

Solange Maria da Silva, coordenadora de gestão de pessoas dos Correios, sobre Mércia Pedreira

Solange (esq) e Mércia: corrente de amor e empatia. Foto: Divulgação/Correios.

Em 2023, passei por um momento bem conturbado. No meu primeiro dia de trabalho na diretoria de gestão de pessoas, recebi a notícia de que minha mãe precisaria ser internada, por conta do avanço da demência. Uma colega passou por mim, percebeu meu estado e falou com a Mércia, que na época era a diretora. Ela me chamou na sala dela, conversou comigo e me liberou por alguns dias para que pudesse fazer as mudanças em casa para receber minha mãe, que até hoje mora comigo.

Nessa mesma época, nasceu meu netinho João, diagnosticado com síndrome de down. Por desconhecimento, tive muitos receios e preocupação em relação ao preconceito que ele pudesse enfrentar. A Mércia tem uma filha com síndrome de down e, mais uma vez, foi fundamental nesse processo. Além de me ajudar a quebrar tabus sobre a condição (e não doença), me dava vários exemplos de como poderia estimular meu neto. Ela me fortaleceu para que eu pudesse fortalecer a minha filha. Criamos uma verdadeira corrente de amor e empatia, de mulher para mulher. Hoje, por tudo isso, minha família está ainda mais unida.

Aquela que te representa 

Ângela Rosa, assessora de gestão de pessoas dos Correios, sobre Regirlene Santos

Ângela (esq) e Regirlene: parceria e representatividade. Foto: Divulgação/Correios.


Ao longo da minha caminhada profissional, sempre tive pessoas que me inspiraram.Minhas primeiras referências, além da família, são de uma professora e depois minha orientadora de estágio: Iracema, uma mulher negra de muito talento, liderança na área contábil no setor público do Rio Grande do Sul, que praticamente adotava as estagiárias, dava a mão e não soltava. Ela nos dizia: é difícil, mas não desistam. Foi com esse olhar que acompanhei o trabalho da Regirlene nos Correios e sempre tive uma ótima impressão: uma pessoa correta, posicionada no contexto social, crítica e batalhadora. Profissionalmente, é muito comprometida e tem “fome” de aprender.

Além disso, entendo que empoderar mulheres negras é um movimento de reparação para atingirmos patamares ideais de uma sociedade justa e igualitária. Por isso, decidi apoiar o crescimento profissional da Regirlene primeiro pelo seu potencial de trabalho, depois por seu histórico de vida e saberes diferenciados. Tudo isso tem um valor inestimável nos ambientes organizacionais, é um pressuposto para a inovação.

Aquela que é mentora, amiga e companheira

Carolina Azevedo Falcão, subgerente de vendas na rede de atendimento dos Correios, sobre Silvana Pereira da Conceição

Silvana (esq) e Carolina: conexão além do trabalho. Foto: Arquivo Pessoal

Eu era gerente na região dos Lagos (RJ), quando Silvana foi transferida para gerenciar a agência de Búzios. Sempre fomos um grupo que se apoiava muito, mas a minha relação com a Silvana foi além do trabalho. Passei por momentos complicados, por conta de uma separação, e ela me deu muita força para superar aquela fase. Silvana também passou por uma situação desafiadora no tratamento de uma doença, e, nessa hora, também estive do lado dela. Passamos até viajar juntas e nos desafiar a fazer atividades diferentes como rappel, sempre nos incentivando e fortalecendo uma a outra.

Sinto que temos uma ligação de alma, como irmãs mesmo. Acontece de uma sonhar com a outra, no dia seguinte, uma liga e diz “sonhei com você, está tudo bem?”, e a outra falar de algum problema que aconteceu. De tudo o que os Correios me proporcionaram na vida, como casa, estabilidade e o sustento da minha família, encontrar a Silvana é o meu bem mais precioso. Graças aos Correios e à vida, ganhei essa amizade de presente.

Mais força para a liderança feminina nos Correios

Para acelerar a ascensão das mulheres a funções gerenciais e técnicas na empresa, a partir de 31 de março, empregadas dos Correios indicadas a funções terão um incremento de 20% na pontuação final dos critérios de elegibilidade. Com a iniciativa, uma mulher que atualmente levaria 10 anos e 3 meses para alcançar um posto de alta gestão poderá atingir esse patamar em 8 anos e 9 meses. O ato de criação da política foi assinado pelo presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos (leia mais).

Além de medidas estruturais como essa, acreditamos que a maior resposta que uma mulher pode dar contra o patriarcado é ser gentil com outra mulher. Vimos que isso pode ser feito de diversas maneiras, inclusive, com atitudes simples do dia a dia. Convidamos todas as leitoras a acolher, elogiar, apoiar e praticar a sororidade com seus grupos de amigas, familiares e no trabalho. Que esses pequenos movimentos sejam só o começo de uma grande transformação.

Oscar 2025: relembre os selos postais que celebraram o cinema brasileiro e mundial

Está chegando a hora! O Oscar 2025 premia os melhores filmes do ano neste domingo (2) e o Blog dos Correios entrou no ritmo da cerimônia. Após 26 anos de ausência na premiação, o Brasil é representado pelo longa “Ainda Estou Aqui”, que concorre na principal categoria, de Melhor Filme.

Na torcida pelo Brasil levar a tão sonhada estatueta, trouxemos fatos marcantes e curiosidade sobre a ligação dos selos postais brasileiros e a sétima arte. Acredite, selos já foram tema de histórias na telona, algumas bem eletrizantes. Um exemplo é o filme “As Nove Rainhas” (2000), um thriller argentino premiado internacionalmente, que tem numa coleção de selos e num grupo de filatelistas as peças-chave de uma trama envolvente, de tirar o fôlego.

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DIA DO CARTEIRO
Além de cartas e encomendas, o que entrega um carteiro?

Conheça histórias emocionantes e inusitadas do dia a dia do profissional símbolo dos Correios

Foi entregando cartas que João Batista conheceu sua atual esposa. Foto: Divulgação/Correios. 

Neste sábado, 25 de janeiro, comemoramos os 362 anos dos Correios e o Dia da Carteira e do Carteiro, profissionais símbolos da nossa empresa. Quando se pensa neles, a imagem que vem à mente é do uniforme amarelo e azul colorindo a cidade para fazer entregas. Mas o dia a dia da profissão vai muito além disso.

Ao percorrer cada canto do país, nossos 46 mil carteiros e carteiras colecionam histórias inusitadas e emocionantes, que traduzem a intimidade e a conexão dos Correios com a população. Entre entregas daquele objeto ansiosamente aguardado, seja um passaporte ou o presente de uma pessoa querida, momentos e memórias especiais são criadas.

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Além de cartas e encomendas, o que entrega um carteiro?”