REDE VÍRUS
Como a logística dos Correios tem apoiado o combate à COVID-19

Os Correios são operadores logísticos da Rede Vírus, comitê do MCTI que desenvolve diagnóstico e tratamento no combate à COVID-19. Foto: Divulgação/ Correios

Pelas ruas de São Paulo (SP), uma van dos Correios transita levando uma carga preciosa: amostras do novo coronavírus para serem analisadas por cientistas e pesquisadores de diversas universidades do Brasil. Mais uma vez, em seus 358 anos de existência, comemorados no último dia 25, a estatal é responsável pela logística de uma das iniciativas mais importantes para o País, agora com foco no combate à COVID-19.

Desde o início da pandemia, os Correios atuam na operação da Rede Vírus, comitê do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) que reúne diversas instituições renomadas, como Fiocruz, Butantan e USP, com o objetivo de desenvolver diagnóstico, tratamento, vacinas e produzir conhecimento sobre o vírus.

Todas etapas das entregas dos Correios são fotografadas para maior controle da operação.

Conectando os diferentes pontos dessa rede, os Correios têm tido um papel fundamental para o sucesso logístico da iniciativa: é a estatal quem transporta e distribui as amostras de vírus, medicamentos e testes clínicos entre os laboratórios e universidades, com toda agilidade e segurança necessárias à operação.

Por se tratar de material biológico e perecível, os prazos de entrega nos destinos são muito curtos, o que exige tratamento e controle logístico diferenciado para garantir a integridade das amostras.

Fases

Na primeira fase da Rede Vírus, ainda em março de 2020, iniciaram-se as primeiras coletas de material biológico (vírus inativo) no Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) e no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo (SP). De lá, a estatal transportava as mostras para cinco universidades: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), USP/Ribeirão Preto, Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Feevale (Novo Hamburgo/RS).

Equipe dos Correios (de azul) no Hospital Municipal de Barueri (SP). Foto: Divulgação/Correios

A partir do resultado das pesquisas da primeira fase, em meados de abril, os Correios passaram também a fazer a coleta de medicamentos da Eurofarma para a distribuição em hospitais, tanto militares quanto civis, de vários Estados do Brasil. Os remédios foram utilizados para fins de testes em pacientes com COVID-19. Em São Paulo, participaram dessa fase da Rede Vírus o Hospital das Forças Armadas de São Paulo, Hospital Albert Sabin de São Caetano do Sul, Hospital Municipal de Barueri, Hospital das Clinicas de Mogi das Cruzes e Hospital Geral de São Mateus.

Logo em seguida, os Correios passaram a realizar, de forma simultânea, além das entregas dos medicamentos, coletas diárias de testes clínicos realizadas nesses hospitais em pacientes com COVID-19 e encaminhadas, com rigoroso controle, para as análises do CT Vacinas de Belo Horizonte (MG).

Eficiência reconhecida

CDL colorido para facilitar a identificação prioritária nas unidades dos Correios.

Para maior controle da operação, os recipientes dos Correios que armazenam os materiais da Rede Vírus possuem cor diferenciada. Assim, quando a carga é encaminhada aos terminais aéreos dos Correios em Jaguaré, Guarulhos e Rodoanel, por transportes viário ou aéreo, os CDLs (Contêineres Desmontáveis Leves) são fotografados para registro do número da linha, do horário e do local de recebimento. As fotos são enviadas ao grupo da Rede Vírus para que o responsável pela carga já esteja a postos no momento da entrega.

Segundo o coordenador da Rede Vírus em São Paulo (SP), Valmy Farias Cavalcante, a qualidade da operação logística dos Correios tem recebido constantes elogios e reconhecimentos das equipes do MCTI e da Rede Vírus. “Esse trabalho é motivo de muito orgulho para a nossa empresa. Tivemos, inclusive, o reconhecimento do próprio ministro Marcos Pontes, numa das visitas realizadas no Hospital Municipal de Barueri (HMB)”, afirmou.

Toda a operação logística da Rede Vírus é coordenada pelo Departamento de Logística (DELOG) dos Correios, em Brasília, que por sua vez fornece todas as diretrizes para o CLI Concursos – Gerência de Logística (GELOG/SPM), unidade dos Correios que recebeu a missão de fazer toda a coordenação operacional de distribuição e coletas para todo o Brasil.

COMPRAS NO EXTERIOR
Entenda os fluxos postais e acompanhe a sua encomenda internacional

Agora que você já sabe que toda compra internacional é uma importação e conhece os diferentes tipos de fretes, é hora de saber mais sobre todos os fluxos postais envolvidos nesse processo.

Como já dito nas matérias anteriores, até chegar na sua casa, a encomenda vinda do exterior passa por várias etapas e procedimentos. Abaixo, vamos detalhar cada um deles:

Envio e chegada ao Brasil

No país de origem, os objetos são enviados de acordo com o método de envio contratado (saiba mais). Quando chegam ao Brasil, são direcionados para um dos três centros internacionais (CEINTs) da empresa, situados nos ambientes aeroportuários de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Cada local recebe categorias específicas de objetos, as cargas mais pesadas, por exemplo, são geralmente destinadas ao CEINT/RJ.

Procedimentos aduaneiros

Depois de dar entrada no País, alguns pacotes podem ter sido danificados durante o envio internacional. Por isso, os Correios tentam restaurar esses objetos e solucionar possíveis problemas com o endereço do destinatário. Se a encomenda não tem nenhum dano, ela passa por uma inspeção de raio X.

Casa sejam sinalizadas inconformidades ou ilegalidades, a encomenda é separada para análise da Polícia Federal e demais órgãos anuentes, como Anvisa, Exército e Ministério da Agricultura (Mapa), que podem impedir a entrada de itens proibidos no território nacional.

Após passar pelo raio X e pela inspeção de cães farejadores, se o objeto apresentar diferenças em relação ao que foi informado ele será encaminhado para análise da Alfândega brasileira, podendo ser taxado ou devolvido ao país de origem. Pacotes suspeitos podem ser abertos para análise e enviados para avaliação fiscal.

Todas as encomendas vinda do exterior podem ser taxadas, mesmo aquelas que não apresentam problemas.

Entrega ou devolução

Antes de liberar a entrega do objeto, autoridades alfandegárias também podem solicitar ao destinatário documentações complementares, como provas de valor e conteúdo, receita médica ou autorização de importação. Caso os documentos não sejam entregues dentro do prazo estabelecido, o item poderá ser destruído, doado ou leiloado.

Os objetos internacionais são armazenados pelos Correios por até 30 dias. Após esse período, são devolvidos ao remetente. A Alfândega também determina que objetos com descrições imprecisas ou incompletas sejam retornadas ao país de origem. Além disso, informações falsas podem gerar multas consideráveis para o destinatário.

Se forem liberadas pela Alfândega, todas as encomendas internacionais recebem a cobrança do despacho postal, valor de R$ 15 pago aos Correios pelo suporte às atividades de tratamento aduaneiro. Após o pagamento, os objetos são encaminhados aos centros logísticos dos Correios, espalhados por todo o País, para tratamento e distribuição.

O tempo de entrega irá depender do tipo de frete contratado. Se em até três tentativas, não for possível realizar a entrega, o objeto é enviado novamente ao remetente, por meio do centro internacional dos Correios em São Paulo (SP).

Aplicativo Correios: acompanhe a sua encomenda

Além do acesso pela plataforma “Minhas Importações”, no site dos Correios, agora você também pode acompanhar informações sobre a sua encomenda internacional pelo aplicativo Correios. A ferramenta oferece opções para efetuar o pagamento de impostos e serviços relacionadas às suas compras no exterior.

Basta acessar o app, cadastrar o seu CPF e senha, clicar em “Rastreamento” e digitar o código de rastreamento do objeto. Ao clicar no item, observe a informação que aparece na tela. Se aparecer “Aguardando pagamento do despacho postal”, por exemplo, basta clicar sobre a informação para visualizar a opção para pagamento por cartão de crédito ou boleto.

Esteja atento ao prazo de 30 dias para confirmação do pagamento do despacho postal. O boleto pode levar até 3 dias para ser processado. Por isso, acompanhe de perto o seu objeto: assim que concluir a sua compra internacional e obtiver o código e rastreio, efetue o pagamento dos serviços postais e tributos.

Dica: Para ser avisado sobre pendências de pagamento, ative as notificações do app e adicione uma descrição para cada um dos seus objetos internacionais (ex: “Presente de aniversário”).

Mais segurança na entrada de objetos internacionais no País

As compras em sites do exterior estão cada vez mais populares entre os brasileiros. Quando chegam ao país, todas as encomendas internacionais tratadas pelos Correios seguem um caminho padrão: são direcionadas a um dos Centros de Tratamento Internacionais (CEINTs) da empresa, situados no ambiente aeroportuário de São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba.

Novos esquipamentos de raio X dos Correios: maior precisão para inspecionar objetos

Para garantir a segurança na entrada desses objetos no País, os Correios investiram cerca de R$ 14 milhões na aquisição de 59 novos equipamentos de raio X. Os primeiros aparelhos já foram instalados, no último mês, nos CEINTs do Rio de Janeiro (RJ) e de Valinhos, no interior de São Paulo.

Além de aumentar em até quatro vezes a capacidade de inspeção das encomendas, o novo maquinário permite visualizar os objetos em 2D, o que evitará a entrada de itens perigosos e proibidos, como inflamáveis, drogas e armas (confira a lista completa). “O próprio equipamento identifica ainda inconsistências entre o que foi declarado pelo remetente e o que realmente consta no pacote”, explica Marco Aurélio Montezuma, gerente da atividade de captação do CEINT/RJ.

Uma vez identificado o que há dentro do pacote, também é possível combater a evasão de divisas. O controle aduaneiro desenvolvido no CEINTs é realizado em parceria com a Receita Federal com o objetivo de combater fraudes tributárias e desvios aduaneiros.

O Centro de Tratamento Internacional dos Correios no Rio de Janeiro (Ceint/RJ) foi um dos primeiros a receber os novos equipamento. (Foto: Divulgação/Correios)

Fluxos

Se não for detectada irregularidade durante as inspeções, a encomenda internacional segue o seu percurso no fluxo postal. No entanto, caso sejam sinalizadas possíveis inconformidades ou ilegalidades, a encomenda é separada para análise criteriosa.

É realizado então um processamento pela Polícia Federal e pelos demais órgãos anuentes: Anvisa, Exército e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). Após a liberação do objeto, este é cadastrado no sistema dos Correios.

Passadas essas etapas, o objeto é armazenado e fica aguardando pagamento do Despacho Postal para ser separado e distribuído ao cliente. O prazo para pagamento da taxa é de 35 dias. Caso ele expire, o objeto é submetido novamente ao raio X do CEINT e devolvido ao remetente. Concluída a etapa do pagamento, a encomenda está pronta para seguir seu caminho final, rumo ao endereço de destino.