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Código de comercialização: |
Data de emissão: | 21/4/2002 |
Emissão: | Série Personalidades Brasileiras Centenário de Nascimento de Juscelino Kubitschek |
Artista: | Luciomar S. Jesus |
Valor facial: | R$ 0,55 cada selo |
Tiragem: | 960.000 selos |
Folha: | 24 selos |
Processo de impressão: | nº 6 |
Papel: | Couché gomado, com brilho |
Picotagem: | 12 x 11,5 |
Área de desenho: | 54mm x 20mm |
Dimensões do selo: | 59mm x 25mm |
Local de Lançamento: | Brasília/DF |
Impressão: | Casa da Moeda do Brasil |
SOBRE O SELO
O selo retrata em primeiro plano, Juscelino Kubitschek de Oliveira, quando assumiu a Presidência em 1955. Dominando toda a composição, as cores verde, amarelo e azul, possuem um forte apelo nacionalista, símbolo do amor patriótico deste grande estadista. Sobre as cores surgem quatro edificações, verdadeiros monumentos nacionais: A Praça dos Três Poderes – coração de Brasília, o Palácio da Alvorada, e, brotando em meio às árvores do Planalto Central, uma das edificações pioneiras de Brasília – o Catetinho – “O palácio de madeira”, onde JK se hospedava e despachava. À direita sobre o azul, a Catedral de Brasília ergue “suas mãos postas para o Céu”, tendo à frente, aqueles maravilhosos Candangos que, como JK, acreditaram no sonho e construíram a Capital do futuro. Foi utilizada a técnica do PVA sobre papel.
CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE JUCELINO KUBITSCHEK
JK: Juscelino Kubistchek de Oliveira, estadista nascido em Diamantina, Minas Gerais, em 12 de setembro de 1902. Médico de formação. Político carismático, otimista, hábil, dinâmico e enérgico. Homem de ação e empreendedor audacioso. O presidente da democracia e do desenvolvimento, que lutou para fazer cinqüenta anos em cinco. Era impossível, claro. Mas tentou com tanta força, emprenho e eficácia, que mudou o referencial do desenvolvimento. Da elevação da auto-estima nacional à inflexão para o interior, da diversificação econômica ao crescimento acelerado.
Em Diamantina era o menino Nono, ladino e irrequieto. Infância feliz, apesar de órfão de pai aos três anos e das dificuldades financeiras da família. Alfabetizado pela mãe, a professora primária Júlia Kubistchek, fez o curso secundário no Seminário Episcopal de Diamantina. Em 1921, entrou para a repartição dos Telégrafos. Telegrafista em Belo Horizonte, matricula-se na Escola de Medicina, que conclui em 1927. Vai para Paris em 1930. Estágio e curso de aperfeiçoamento em urologia. Retorna no ano seguinte e ingressa na Força Pública, agora Polícia Militar. Casa-se com a belo-horizontina Sara Gomes de Lemos. A primeira filha, Márcia, nasce em 1943. A segunda, Maria Estela, chega à família em 1946. a terceira é de 21 de abril de 1960: Brasília Kubistchek de Oliveira.
Participa como capitão-médico das forças mineiras na Revolução Constitucionalista de 1932. Ingressa na política em 1933, como chefe de gabinete do amigo Benedito Valadares Ribeiro, interventor em Minas. Elege-se deputado federal em 1934. perde o mandato em 1937, com o advento do Estado Novo Getulista. Volta à medicina e à Força Pública. Valadares o nomeia prefeito de Belo Horizonte em 1940. Fica até 1945. Faz administração vibrante, dispara forte surto de modernização. É chamado de prefeito-furacão. Quase vira a cidade do avesso.
No final de 1945, elege-se deputado federal constituinte pelo recém-criado Partido Social Democrata. Governador de Minas em 1950, realiza gestão marcada pelo dinamismo administrativo, pelo espírito inovador, pelo otimismo e profusão de obras públicas, concentradas em energia e transporte. Sacode o Estado.
Eleito presidente da República em outubro de 1955, assume no começo de 1956 e chefia governo de cinco anos, que promove mudanças fundamentais no Brasil. Põe a prioridade do desenvolvimento definitivamente na agenda nacional. Formula e executa Plano de Metas. Trinta setoriais mais Brasília, meta especial e síntese. Revoluciona a estrutura econômica, impressiona no exterior, implanta a indústria automobilística, concretiza as hidrelétricas de Furnas e Três Marias, faz mais de treze mil quilômetros de estradas, multiplica a produção interna de petróleo e impulsiona a siderurgia. Inventa e viabiliza a Operação Pan-Americana, que atrai ajuda norte-americana para a América Latina e contribui decisivamente para a criação do Banco Interamericano de Desenvolvimento – BID. A economia cresce mais de 10% reaisao ano no triênio 1958-60. O Produto Interno Bruto aumenta quase 50% durante os Anos JK.
Juscelino entrega o governo ao presidente Jânio Quadros no início de 1961, ano em que se elege senador em Goiás. Após o golpe militar de 1964, já lançado candidato a presidente, tem o mandato cassado e os direitos políticos suspensos. É alvo de perseguições, inquéritos e acusações, nenhuma comprovada. Amarga três anos de exílio. Retorna em 1967. É preso pelo governo militar em dezembro de 1968, depois do sombrio Ato Institucional nº 5. Impedido de fazer política, paixão maior, tenta refugiar-se na vida empresarial. Participa do controle e administração de banco privado, escreve livros de memórias. Depois compra tosca fazenda em Luziânia, Goiás, onde viveu seus últimos dois anos.
Morre em acidente de carro na tarde de 22 de agosto de 1976, no quilômetro 165 da Via Dutra, perto de Resende. Comoção nacional. É sepultado em Brasília no dia seguinte.
Com o lançamento do selo em homenagem ao Centenário do Nascimento de JK, os Correios resgatam a história de um dos mais importantes presidentes do país.
Ronaldo Costa Couto
Doutor em História pela Universidade de Paris – Sorbonne