450 Anos da Fundação da Cidade de São Paulo


Código de comercialização:
852006721
Edital: 2
Arte: Romero Britto
Processo de impressão: Ofsete
Folha: 24 selos
Papel: Couchê gomado
Valor facial: R$ 0,74 cada selo
Tiragem: 4.800.000 selos
Picotagem: 11,5 x 12
Área de desenho: 54mm x 20mm
Dimensões do selo: 59mm x 25mm
Data de emissão: 23/1/2004
Local de Lançamento: São Paulo /SP
Peças: Envelope de 1º dia de circulação e cartão-postal
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Versão: Assessoria de Relações Internacionais/ECT

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SOBRE OS SELOS

Na criação dos desenhos dos selos o artista utilizou traços delicados, formando imagens que identificam o crescimento, a grandeza e a importância da cidade nos seus 450 anos, bem como a composição de sua população. Elementos empregados na criação dos selos identificam amor, movimento e alegria. Na variação das cores são transmitidos, também, os efeitos de um crescimento urbano exacerbado. Foram utilizadas as técnicas de desenho em tinta acrílica e pincel.

450 ANOS DA CIDADE DE SÃO PAULO

Nascida em torno de um colégio jesuítico, inaugurado em 1554, São Paulo tornou-se vila em 1560.

Foi esta modesta vila, estabelecida em uma pequena colina em meio ao território de Tibiriçá, o primeiro núcleo de colonização portuguesa a se desenvolver longe do litoral. A ausência de riquezas e a impossibilidade de se estabelecer na região uma economia exportadora como a do litoral levaram seus homens a se lançarem no brutal comércio de escravos indígenas, vendidos para os núcleos de economia mais pujante.

Apesar da pobreza de sua vida cotidiana por quase três séculos, sua posição de posto avançado da colonização no sertão do Brasil e sua situação de proximidade com as terras espanholas, com as quais mantinha forte comunicação através dos antigos caminhos indígenas, fizeram com que São Paulo fosse vista pela coroa portuguesa e também pela espanhola, no período de unificação das coroas, como ponto estratégico da colônia brasileira.

E foi sua posição estratégica, como centro de convergências de rotas diversas, que fez com que, desde muito cedo, São Paulo fosse um lugar povoado por gente de toda parte. Estima-se que, nos dois primeiros séculos, 60% dos brancos estabelecidos na cidade eram de origem portuguesa. A presença de castelhanos sempre foi forte, influenciando, assim como a língua indígena, o falar local.

Como núcleo urbano, São Paulo permaneceu insignificante por quase três séculos, terra de gente embrenhada no sertão, terra de mulheres que tocavam a sobrevivência da família na ausência de homens. Do embrenhar-se pelo interior indevassado do Brasil resultou a descoberta do ouro em Minas Gerais, Goiás, Cuiabá, descoberta que trouxe período de certo desafogo para os moradores de São Paulo, abrindo-lhes a alternativa de produzir e transportar gêneros de primeira necessidade para abastecer a região aurífera. Mas a prosperidade decaiu com o esgotamento do ouro, e São Paulo recuperou-se desse abalo somente no final do século XVIII, quando a produção de açúcar na província ganhou vulto.

Apenas a partir da instalação da Faculdade de Direito (1827), que trouxe para a cidade gente de todas as partes do Brasil, é que a cidade, construída em barro, ganhou certo ânimo urbano, organizando-se para atender às demandas de uma população não voltada para a atividade rural.

Mas a grande transformação urbana veio apenas com a instalação da estrada de ferro, em 1867, determinada pela necessidade de levar a produção de café do interior para o porto de Santos. Por quase meio século, os trens, além de café, transportaram imigrantes estrangeiros que chegavam para trabalhar na lavoura.

Aos estrangeiros veio somar-se um grande contingente de ex-escravos, que deixaram as fazendas após a abolição. O café trouxe para a província escravos de todas as regiões do país, estabelecendo uma mistura ímpar de culturas africanas.

A cidade transformou-se radicalmente entre os anos de 1890 e as duas primeiras décadas do século XX. A população multiplicou-se, a mancha urbana esparramou-se pelas várzeas, a nascente indústria local cresceu vertiginosamente. Essa babel paulistana não foi isenta de conflitos e tensões. O lento aprendizado da convivência entre diferentes, que remontava aos seus primeiros tempos, ganhou, neste momento, seu capítulo mais destacado, sucedido por outro de mesmo vulto, que trouxe para São Paulo levas de brasileiros do interior, de Minas Gerais e, sobretudo, da região nordeste.

A cidade foi ganhando sucessivos perfis, construindo sociabilidades, descobrindo-se em culturas variadas, firmando suas identidades, pois sua trajetória de diversidade nunca permitiu que tivesse uma identidade principal, fazendo-a avessa à unificação, ao símbolo maior. São Paulo é, desde sempre, plural.

E se uma marca se pode destacar nessa trajetória de quatro séculos e meio, é aquela deixada pelos sonhos de uma vida melhor, projetados por pessoas das mais variadas origens. Sonhos que conferiram à cidade sua alma e sua energia.

Marta Suplicy
Prefeita de São Paulo

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