Os selos desta emissão, cumprindo seu papel cultural, divulgam e registram mitos do folclore brasileiro, que povoaram e povoam o imaginário de avós, pais, filhos e netos. São valores e crenças populares, que sobrevivem de geração em geração. Não se sabe como surgiram e, menos ainda, quando terão fim, se é que terão….
Podemos entender os mitos como narrativas abertas, atualizadas em diferentes contextos e histórias. Em vista da forma de transmissão de conhecimento marcadamente oral, os mitos apresentam variantes, pois, as narrativas instituídas pelas comunidades refletem, também, formas diferenciadas de percepção do mundo e de relações interpessoais. Esta série traz uma representação visual de quatro mitos que circulam entre comunidades narrativas de vários rincões e cidades brasileiras.
Os selos apresentam uma das várias formas de representação: a mais conhecida e circulada na cultura nacional.
Curupira, Mãe-do-ouro, Boto e Mula-sem-cabeça, conhecidos de norte a sul do País, embora não deixem de apresentar uma espacialidade recorrente, às vezes, como o caso do Boto, são bastante específicas. Por exemplo, o Curupira é o mito das matas; o Boto, das águas amazônicas; a Mula-sem-cabeça, das pequenas cidades; a Mãe-do-ouro, de ordem mais temporal que espacial, diz respeito a lugares marcados pela cultura do garimpo ou pelo passado do ciclo de ouro.
Curupira
É responsável por assustar pessoas nas matas e até pelo desaparecimento de algumas crianças. Seus registros remontam à nossa era colonial. José de Anchieta, catequista, o referencia, juntamente como o Boitatá, em uma de suas crônicas no século XVI como um dos demônios que assolam os índios e, por tal razão, utilizado como argumento para o processo catequizador brasileiro. Sérgio Buarque de Holanda, historiador, referencia-o, observando que se tratava de uma estratégia de resistência dos índios à escravidão, que buscavam despistar os portugueses nas matas com pegadas ao contrário. Mito alomórfico, é considerado um dos pais do mato, podendo ser representado como um monstro peludo de cabelos vermelhos e pés invertidos, montado num porco do mato (como representado no selo), ou um anão loiro com uma bengalinha de ouro, ou um espírito invisível com gritos assustadores ou, ainda, como uma índia ou índio velhos. Esta última versão está, também, presente no imaginário popular no Paraguai. As histórias sobre o Curupira destacam os cuidados que o homem deve ter ao adentrar nas matas, precavendo-se do contato com o novo, que pode ser perigoso. Suas versões se assemelham a de outros mitos da mata como o Pomberinho, o Saci e o pantaneiro Mãozão.
Mãe-do-ouro
A Mãe-do-ouro apresenta-se como uma narrativa sobre aquilo que o mundo oferece ao homem e de sua ambição desmedida ou falta de coragem, que faz pôr tudo a perder. A versão mais comum é a de uma bola de fogo vinda do céu, que vai revelar onde se encontra uma jazida. A Mãe-do-ouro, também, aparece na forma de uma mulher, ora com os cabelos de fogo, ora sem cabeça, protetora das minas, cujas orientações devem ser seguidas à risca. O mito, não raramente, funde-se às narrativas de enterro ou botijas, como são conhecidas no Nordeste, verdadeiros tesouros enterrados, que são revelados por sonhos, luzes ou espíritos para alguém de muita coragem. Interessante notar que ouro vem do latim aurum, que significa “brilhante”. Este mito reúne simbologias
Código de comercialização Selos: 852008821 |
Sobre os Selos
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Prazo de comercialização pela ECT: até 31 de dezembro de 2014 (este prazo não será considerado quando o selo/bloco for comercializado como parte integrante das coleções anuais, cartelas temáticas ou quando destinado para fins de elaboração de material promocional).
Versão: Departamento de Filatelia e Produtos/ECT.
Os personagens foram dispostos pelo artista em 4 selos, formando uma quadra. No canto superior esquerdo, a imagem do Curupira montado num porco do mato, assustando um possível agente do desmatamento, representado por um homem e uma serra elétrica que derruba a árvore. No canto superior direito, a Mãe-do-Ouro emerge das águas com uma bola de fogo nas mãos, sintetizando a inspiração para um garimpeiro. No canto inferior esquerdo, as figuras do Boto e de uma jovem gestante, alude à lenda da sedução de mulheres por um homem desconhecido. No canto inferior direito, a Mula-sem-cabeça, que teria sido uma mulher, amante de um padre, este representado pelo homem dentro de uma igreja. Como imagem de fundo, a natureza, o verde simboliza a mata com muitas plantas, frutos e animais; o rio isola os personagens como uma ilha, de difícil acesso, reportando ao imaginário. A quadra de selos está disposta, também, em uma minifolha, que divulga, no canto superior direito, a logomarca da Exposição Filatélica Nacional – BRAPEX 2011. Foi utilizada a técnica de desenho.
Detalhes Técnicos
Edital nº 17 Artista da minifolha e dos selos: Jô de Oliveira
Processo de Impressão:
Minifolha: ofsete
Selos: ofsete
Minifolha com 4 selos
Selos: folha com 24 selos cada
Papel:
Minifolha: cuchê gomado com fosforescência
Selos: cuchê gomado com fosforescência
Valor facial:
Minifolha: R$4,40
Selos: 1º Porte Carta Não Comercial
Tiragem:
Minifolha: 50.000
Selos: 300.000
Picotagem:
Minifolha: 11,5 x 11,5
Selos: 11,5 x 11,5
Área de desenho do selo:
Minifolha: 35,5mm x 35,5mm
Selos: 35,5mm x 35,5mm
Dimensões dos selos:
Minifolha: 38mm x 38mm
Selos: 38mm x 38mm
Dimensões da minifolha: 105mm x 148mm
Data de emissão: 23/07/2011
Locais de lançamento: Recife/PE, Olímpia/SP e
Porto Velho/RO
Os produtos podem ser adquiridos na loja virtual dos Correios: www.correios.com.br/correiosonline ou na Agência de Vendas a Distância – Av. Presidente Vargas, 3.077 – 23º andar, 20210-973 -Rio de Janeiro/RJ – telefones: (21) 2503-8095/8096; Fax: (21) 2503-8638; e-mail: centralvendas@correios.com.br. Para pagamento, envie cheque bancário ou vale postal, em nome da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ou autorize débito em cartão de crédito American Express, Visa ou Mastercard.