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‘Sobrevivi a um câncer de mama agressivo aos 39 anos’

A analista dos Correios, Andressa Resende, conta a descoberta precoce do câncer de mama e fala sobre a importância da prevenção. Ela passou por quimioterapia, cirurgia para retirada das mamas e radioterapia. Atualmente, está sem células cancerígenas no organismo

Por conta da descoberta de uma mutação genética, a jornalista Andressa Resende precisou retirar os ovários, as trompas e as duas mamas. Foto: Lucas Augusto.

Descobrir um câncer nunca me pareceu algo com qual eu esbarraria um dia. Simplesmente nunca havia pensado sobre o assunto. Em março de 2020, porém, percebi um caroço na mama direita. Lembro bem daquela noite, estava assistindo TV com o meu filho, à época com três anos, quando comentei com o meu marido: “Olha esse caroço, ele não estava aqui antes”. Para me tranquilizar, ele disse que deveria ser apenas um dos nódulos que eu já acompanhava.

Cismei. Era um caroço duro, que saltava quando eu levantava os braços. Mesmo com medo, marquei consulta com a minha ginecologista. Estávamos no início da pandemia e sair de casa me exporia ao risco. Durante a ecografia, o médico olhava fixamente para o monitor tentando entender o que via. O laudo indicou um “hematoma”, nada com que me preocupar. A ginecologista não questionou o resultado, mas disse que, se eu quisesse, poderia indicar uma excelente mastologista. Aceitei. Começava a caça ao tumor.

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Empregada dos Correios cria perfil para compartilhar luta contra o câncer de mama

Fernanda Lobo

Foi durante um exame de rotina que a administradora Luciane Melo (41) empregada dos Correios há 16 anos, viu o seu “mundo desabar pela primeira vez”, como costuma dizer. Em maio de 2018, durante uma ecografia ela descobriu um pequeno nódulo na mama. Por indicação do seu ginecologista, procurou um mastologista para investigar o que poderia ser.

“Após me examinar, o médico disse que a possibilidade de ser algo maligno seria grande e que, mesmo não sendo, eu teria que passar por uma cirurgia. A partir desse momento eu já não escutei mais nada. O meu mundo caiu pela segunda vez”, relata. O resultado da biópsia indicou um nódulo maligno, de um pouco mais de um centímetro e potencial agressivo. “Desabei pela terceira vez”.

Mas com bom humor e vontade de inspirar outras pessoas, a administradora encontrou força para aceitar o diagnóstico e superar os momentos difíceis do tratamento. Em uma conta no Instagram (@vem_com_a_lu), criada inicialmente para falar de viagens, Luciane decidiu compartilhar, de forma leve e honesta, as dores e alegrias da sua experiência.

“Resolvi expor a minha história para tentar desmitificar o câncer. Ainda existe muito tabu sobre a doença” conta. Na rede social, o nódulo ganhou o apelido carinhoso de “Tamagoshi” e cada “menos uma” sessão de quimioterapia era comemorada. Com a repercussão dos vídeos e relatos, não demorou para aparecer convites para participar de palestras e eventos de conscientização sobre a doença.

“A maior lição que o câncer me trouxe é que a gente não controla nada nesse vida. O tratamento tem muitos altos e baixos e momentos que você acha que não vai suportar. Mas todos os dias aprendo algo novo, principalmente a ser mais tolerante. Me sinto renascida”, revela Luciane.

Hoje, um ano após a cirurgia para retirar um resquício do nódulo, a administradora comemora a sua recuperação em uma viagem pelo Chile. Na sua última foto do Instagram, pulando de braços abertos no Deserto do Atacama, Luciane manda um recado para o câncer: “Sinto muito querido, você não me pertence mais!”.

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