DIA DAS MÃES|
Maternidade real: como estamos nos tornando uma empresa mais acolhedora para as mães

A volta ao trabalho presencial depois que o bebê nasce é um momento angustiante para a maioria das mulheres. Uma conta que não fecha, onde o mercado exige produtividade e o filho, presença. Enquanto a indicação é iniciar a introdução alimentar apenas após o sexto mês do bebê, muitas mães precisam retornar ao trabalho quando seus filhos ainda estão em amamentação exclusiva. Até um ano de vida, o leite materno é a principal fonte de nutrição do bebê.

Para que as mulheres que são mães não precisem escolher entre profissão e maternidade, nos Correios, além da concessão de licença-maternidade estendida, ampliamos uma série de iniciativas para promover acolhimento e incentivar as mulheres em sua jornada de retorno ao trabalho. Amamentar, por exemplo, é um direito que precisa ser encorajado, respeitado e cumprido.

Na sede dos Correios, em Brasília, criamos um espaço exclusivo para que mulheres lactantes possam retirar e armazenar seu leite. As vantagens e benefícios são inúmeros e significativos: desde o acolhimento, com estrutura e equipamentos adequados, alívio dos sintomas de leite empedrado, extensão do aleitamento materno para além da licença-maternidade e seus inúmeros benefícios para a saúde do bebê.

A publicitária Amélia Lewerger deu à luz a seu segundo filho, Henrique, há menos de um mês e será uma das beneficiadas pelo espaço. “É uma iniciativa louvável. A amamentação ainda é um assunto tabu, em geral as pessoas não imaginam a complexidade envolvida. É uma tarefa que exige tempo, concentração, esforço e um espaço adequado para isso é essencial. Além disso, a ordenha é fundamental para evitar o desmame precoce. Salas de aleitamento são estruturas simples e fáceis de serem mantidas. Deveriam ser obrigatórias em todas as empresas”, opina Amélia.

As salas de apoio à amamentação serão expandidas, em breve, para mais unidades dos Correios em todos os estados do Brasil.

Apoio real

Nos Correios, valorizamos, o ano inteiro, a inestimável entrega e a importância das mães em todos os espaços da sociedade. Acreditamos que o apoio à maternidade não deve se restringir à esfera individual, mas abranger a dimensão política e coletiva. Por isso, estamos empenhados em criar um ambiente de trabalho propício ao desenvolvimento profissional das pessoas que exercem a maternidade, colaborando para a sua autonomia e liberdade.

Para garantir o retorno ao trabalho com mais tranquilidade e assegurar os primeiros anos de educação de seus filhos, as empregadas voltaram a contar com o pagamento de reembolso-creche até o final do sétimo ano de vida dos seus dependentes – ou com o auxílio-babá, caso assim prefiram. 

Também garantimos às nossas empregadas o direito à ausência remunerada de até 12 turnos por ano, para que possam levar seus dependentes menores de 18 anos ou com algum tipo de deficiência ao médico. Como incentivo ao aleitamento materno, demos prioridade na transferência de mulheres lactantes que desejem ir para uma unidade mais próxima de suas residências.

“Compreendemos as dificuldades que muitas mães enfrentam, seja pela jornada dupla ou tripla, pela invisibilidade que a sociedade ainda trata o cuidado materno ou pela discriminação salarial decorrente do gênero. Por isso, nos Correios, seguiremos comprometidos em respeitar a presença e aprimorar a trajetória de cada mãe trabalhadora”, afirma o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos.

Cultura do desmame

Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), em torno de 6 milhões de crianças são salvas a cada ano por causa do aumento das taxas de amamentação exclusiva até o sexto mês de vida. No entanto, dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil mostram que apenas 45,8% das crianças brasileiras têm aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida e 35%, nos primeiros 24 meses.

Pesquisas já indicam o trabalho materno remunerado como um dos fatores que contribuem para o desmame precoce. No Brasil, a ausência de espaços apropriados para retirar o leite é um reflexo da cultura do desmame, que ainda é forte no país. Estima-se que não mais do que 300 empresas brasileiras tenham sala de amamentação para que as profissionais possam realizar a coleta e o armazenamento do leite.

Benefícios do leite materno

O leite materno é o melhor alimento para o bebê, por ser totalmente adaptado às suas necessidades nos primeiros anos de vida. Além de conter todos os nutrientes de que a criança precisa, é o único alimento que contém anticorpos e outras substâncias que protegem de infecções comuns, como diarreias e infecções respiratórias.

Existem ainda receptores na região do mamilo que entram em contato com o bebê e conseguem interpretar as necessidades da criança naquele momento: se o bebê precisa de mais calorias ou de mais água, se ele está doente, se está mamando menos. A produção do leite se adapta a essas diferentes necessidades.

A recomendação atual da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que as crianças sejam amamentadas até os dois anos ou mais.