Está chegando a hora! O Oscar 2025 premia os melhores filmes do ano neste domingo (2) e o Blog dos Correios entrou no ritmo da cerimônia. Após 26 anos de ausência na premiação, o Brasil é representado pelo longa “Ainda Estou Aqui”, que concorre na principal categoria, de Melhor Filme.
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Na torcida pelo Brasil levar a tão sonhada estatueta, trouxemos fatos marcantes e curiosidade sobre a ligação dos selos postais brasileiros e a sétima arte. Acredite, selos já foram tema de histórias na telona, algumas bem eletrizantes. Um exemplo é o filme “As Nove Rainhas” (2000), um thriller argentino premiado internacionalmente, que tem numa coleção de selos e num grupo de filatelistas as peças-chave de uma trama envolvente, de tirar o fôlego.
Por outro lado, os filmes, seus personagens e artistas têm rendido temas para muitos selos postais ao redor do mundo. No Brasil, os Correios produziram vários lançamentos ao longo dos anos, entre eles uma emissão especial de 1982 que homenageou “Os 20 anos da Palma de Ouro em Cannes – O Pagador de Promessas” – em referência ao filme que representa um marco na história do cinema nacional.
“Centenário do Cinema Mundial”, de 1986, e “Cem anos do Cinema Brasileiro”, de 1998, são lançamentos da filatelia brasileira que fazem referência ao início da produção de filmes. Já “Homenagem ao Cineasta Glauber Rocha”, de 1986, e “Carmem Miranda”, de 2009, são exemplos de emissões que trazem artistas marcantes do nosso cenário cultural.
Para além das referências históricas, pequenas sincronicidades, aquelas coincidências que parecem coisa de filme, também servem para mostrar o quanto a filatelia e o cinema, cada um à sua maneira, refletem os movimentos culturais da sociedade.
Em 2019, por exemplo, os Correios lançaram, em 5 de junho, a emissão especial “Diversidade dos Fungos”, para celebrar o Dia do Meio Ambiente. Apenas quatro meses depois, estreava o documentário “Fungos Fantásticos”, explorando a incrível inteligência desses organismos.
Já em 2020, quando “O Gambito da Rainha”transformou o xadrez em febre mundial, os Correios lançaram um selo sobre o jogo. Foi a segunda vez que o xadrez aparecia nos selos brasileiros: o primeiro lançamento havia ocorrido exatamente 40 anos antes, em 1980.
Quando duas paixões se unem
A força da imagem parece ser o elemento principal que aproxima a filatelia do cinema. Se na telona os filmes são resultado dos 24 quadros por segundo que passam diante dos nossos olhos, os selos postais condensam, em um pequeno pedaço de papel, imagens cheias de símbolos, cores e significados.
“Para mim, filatelia e cinema andam juntos. São duas artes que, com por essa questão da imagética, deixam a gente hipnotizado”, avalia o filatelista Tony Carlos Sarkis, outro admirador do cinema, principalmente das produções dos anos de 1960 e 1970. “É quando surge a nova Hollywood, que representa uma quebra do cinema convencional para o autoral”, explica o filatelista e cinéfilo que, como não poderia deixar de ser, fez do cinema o tema da sua principal coleção filatélica.“Encanei que quero só selos sobre cinema”, diverte-se.
Apaixonado pela sétima arte desde criança, adivinhe só, a porta de entrada de Tony para a filatelia foi justamente um filme. “Era sobre um garoto que pegava os selos do avô e viajava no tempo, na história daquele selo. Eu achei incrível e quis conhecer mais sobre selos”, conta o filatelista que, para estar mais junto do cinema, já foi até dono de uma locadora de filmes, entre 2004 e 2009.
A partir desse interesse despertado por um filme de sessão da tarde, Tony passou a frequentar um clube filatélico para crianças, que se reuniam nas manhãs de domingo no andar debaixo da biblioteca de Votuporanga (SP), cidade onde mora. “Meu pai foi meu grande incentivador. Ele ia comigo. Não perdia uma reunião”.
Tony não está sozinho nessa paixão e na certeza de que tanto o selo postal quanto o filme são capazes de nos transportar para outros mundos. “Os dois são excelentes fontes para se contar histórias. Pode-se contar a história do cinema através dos selos e a dos selos no cinema”, explica o filatelista Felipe de Ávila, de Santa Maria (RS), um dos colecionadores apaixonados pelo tema Cinema.
Felipe começou a gostar de selos com apenas cinco anos de idade. “Para mim, a filatelia é mergulhar numa grande aventura pelo mundo todo através do tempo, sem precisar sair de casa, exatamente como acontece com os filmes”, resume Felipe.
Em outras palavras, podemos dizer que se um filme não é apenas luz e sombra, um selo também não é apenas papel e tinta. Ambos são janelas para mundos distantes, narradores de histórias que se perpetuam e viajam no tempo.
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