
Por Flávia Drummond
Você sabe o que o Gmail, o McLanche Feliz e o Playstation têm em comum? Os três são exemplos de intraempreendedorismo. A prática estimula os funcionários a criarem novos produtos, serviços e soluções e a proporem melhorias incrementais nas empresas em que trabalham.
Neste mês maio, quando é celebrado o Dia da Trabalhadora e do Trabalhador, o Blog dos Correios traz novos exemplos inspiradores de intraempreendedorismo, provando que é possível fazer a diferença, ter uma postura ativa e olhos atentos para oportunidades de inovar, mesmo atuando em uma empresa pública.

Primeira escolha do cliente
A gerente de contas especiais, Karina Franco da Costa, é um desses exemplos de intraempreendedora dos Correios. Lotada no Rio de Janeiro, a empregada encontrou, na coleta domiciliar e na autorização de postagem (e-ticket) via SEDEX, uma oportunidade para aumentar a receita na sua unidade e transformar um cliente de mensagem, também, em cliente de logística.
A oportunidade foi percebida pela empregada em 2014, quando notou que uma operadora de telefonia móvel, que utilizava os serviços dos Correios para enviar faturas, precisava de uma solução para coletar de volta os modems dos clientes.
“Começamos a fazer as logísticas reversas, tanto nas agências quanto na casa do cliente. A operadora entendeu que trazer esse objeto de volta gerava uma economia de US$ 16 por modem, no mínimo. Hoje, os Correios detêm 80% da operação logística da empresa e tirou três concorrentes da operação”, conta Karina.
No primeiro trimestre de 2025, a receita de logística reversa alcançou uma média mensal superior a R$ 800 mil, comparada a R$ 170 mil no mesmo período de 2024. Ou seja, um crescimento de 371%. Além do incremento no segmento de encomendas, houve um aumento exponencial na receita de conveniência, já que todas as solicitações foram acompanhadas de embalagem.
Com o êxito da operação, a empresa de telefonia expandiu o contrato, permitindo que os Correios conquistassem a logística anteriormente gerida por outras transportadoras. A operação, que começou no Rio de Janeiro e Minas Gerais, foi ampliada, posteriormente, para Goiás, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, estando presente atualmente em 17 Estados.
“Com o sucesso da iniciativa, a gente está expandindo para outras teles essa questão da logística reversa também”, explica a gerente. Para Karina, o segredo está em tratar cada cliente como prioridade, ouvir suas dores com atenção e estar sempre disponível.
“É fundamental ainda estar atento às mudanças do mercado e antecipar soluções. Trabalhar com foco em resultado, mas sem perder a essência do trabalho em equipe, também é essencial. Com colaboração e alinhamento, conseguimos transformar desafios em oportunidades”, conclui.
Um antigo conhecido
Em alguns casos, o empreendedorismo se apresenta de uma forma diferente: sim, não há que se pensar apenas em iniciar algo totalmente novo. Que tal renovar práticas antigas, atualizando o modo de fazer? Esse é o caso dos Correios com o cliente Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ). A estatal fazia a logística das urnas eleitorais há anos, até que, em 2016, tudo mudou, com a implementação do pregão eletrônico.
“Foi optado por não se trabalhar mais com os Correios. Nos termos de referência do TRE, de 2016 em diante, eles sempre falam da logística dos Correios, que foi muito boa, zero erro, com segurança, confiabilidade, mas os valores estavam muito além do que era conseguido fazendo o pregão eletrônico”, conta o assistente comercial Helder Luiz de Oliveira.

O empregado, também lotado no Rio de Janeiro, viu uma oportunidade emergencial de virar o jogo em 2024, depois de ter conseguido se habilitar para o pregão eletrônico, dois anos antes. A partir daí, Helder, que é assistente comercial, desempenhou um papel crucial, que teve início participando de reuniões com o TRE-RJ para resolver dúvidas e sugerir alterações no Termo de Referência, evitando multas que poderiam inviabilizar o contrato.
Ele também coordenou reuniões internas para alinhar a operação e garantir um estudo detalhado do contrato. E foi assim, graças às negociações conduzidas por Helder, que foi firmado um contrato customizado para transportar 26 mil urnas em 17 municípios, gerando um faturamento de R$ 1.493.787,00 para a empresa.
O sucesso abriu novas portas, incluindo a possibilidade de logística de almoxarifado relacionada ao abastecimento de cartórios, guarda de 25 mil urnas e materiais de informática. “Se tudo der certo, em 2026 devemos fazer a logística das eleições em todo o Estado do Rio de Janeiro, tanto da capital, quanto no interior, podendo trazer um resultado de R$10 milhões a R$ 12 milhões”, celebra.
Juntos somos Correios
Histórias como essas nos provam que o intraempreendedorismo é, de fato, a força silenciosa que transforma empresas, de dentro para fora. Em um cenário de mudanças rápidas e desafios constantes, valorizar o espírito intraempreendedor é essencial para manter a competitividade, estimular a inovação e construir culturas organizacionais mais ágeis, sustentáveis e resilientes.
Quando as pessoas empreendem dentro das empresas, todos crescem juntos — profissional, equipe e negócio. Por isso, para os Correios, cultivar o intraempreendedorismo é, também, investir no futuro da organização.
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