O artista procurou assimilar as peculiaridades da espécie reproduzindo-a em toda a sua beleza, da forma o mais fiel possível. Foi usada a técnica do guache.
SÉRIE AVES URBANAS
Bem-te-vizinho – Myiozetetes similis
A Série Ordinária – Aves Urbanas continua com a emissão de mais um selo retratando o pássaro Bem-te-vizinho.
O Bem-te-vizinho é uma ave pequena, com pouco mais de 15 centímetros, que ocorre em grande parte do Brasil, em alguns países visinhos da América do Sul e também da América Central. Os indivíduos que ocorrem em regiões com o clima mais severo (Brasil meridional e países do sul) podem realizar movimentos de migração para regiões mais quentes nas épocas de inverno. Parte de seu nome científico (similis) significa similaridade e é alusivo à grande semelhança das cores de sua plumagem com as do Bem-te-vi (Pitangus sulphuratus) e outras espécies bastante parecidas da família Tyrannidae, à qual pertence o Bem-te-vizinho. O padrão geral da coloração da plumagem é o seguinte: lado inferior amarelo com a garganta branca, dorso e asas marrom-esverdeados; acima dos olhos possui uma evidente faixa branca que se estende desde o bico até a nuca, onde é interrompida; bico e olhos negros. Com esse padrão de plumagem, o Bem-te-vizinho poderia ser considerado uma miniatura do Bem-te-vi, mas as semelhanças terminam por aí.
O Bem-te-vizinho, que também é chamado de Bem-te-vizinho-topete-vermelho, em virtude da existência de um pequeno topete vermelho visto quando se olha a ave por cima, possui características ecológicas muito distintas. Ocorre aos pares ou em pequenos grupos familiares, que são muito barulhentos. Em termos de ambiente, prefere matas ou capoeiras mais conservadas, quase sempre próximo a algum curso d’água. Não se adapta muito às regiões campestres ou cidades pouco arborizadas. Na época da reprodução constrói um ninho de capim que é o colocado em uma forquilha. Às vezes o ninho fica localizado em galhos sobre a água ou próximo a colméias e formigueiros, garantindo, assim, uma proteção extra contra predadores. A fêmea põe de dois a três ovos que são esbranquiçados com pequenas pintas marrons. Alimenta-se de insetos capturados durante pequenos vôos, e de pequenas frutas.
RICARDO BOMFIM MACHADOBiólogo – Departamento de BiologiaUniversidade de Brasília |