EXPO´98 – Oceanos

Edital: 8
Ilustrações: Daniela Weil
Processo de Impressão: Ofsete
Folha: 24 selos
Valor facial: R$ 0,31
Tiragem: 300.000 folhas
Picotagem: 11 ½ mm x 12 mm
Acompanha a emissão um Cartão-postal
Versão: Departamento de Filatelia – ECT
Fotografia e Direção de Arte: Maristela Colucci
Fusão Fotográfica: Marcelo José Raymundo
Papel: Couché gomado, fosforescente
Área de desenho: 40 mm x 30 mm
Dimensões do selo: 40 mm x 30 mm
Data de emissão: 22/05/1998
Impressão: Casa da Moeda do Brasil

Os pedidos também poderão ser endereçados à Agência de Vendas a Distância ? A v . P r e s i d e n t e Vargas, 3.077 – 23º andar 20210-973 – Rio de Janeiro/RJ – telefones: 21 2503 8095/8096; Fax: 21 2503 8638; e-mail: centralvendas@correios.com.br. Para pagamento, envie cheque bancário ou vale postal, em nome da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ou autorize débito em cartão de crédito American Express, Visa ou Mastercard.


SOBRE OS SELOS

No ambiente marinho representado por esta folha de 24 selos, vê-se um cenário magnífico composto por espécies de peixes, cetáceos e invertebrados, onde se destacam os recifes de coral, o peixe-boi, a baleia jubarte e a soltura da tartaruga marinha n.º 2.000.000, espécies que se encontram ameaçadas de extinção. No Ano Internacional dos Oceanos, esta emissão consolida esforços no sentido de preservar o rico patrimônio de nossos oceanos para as gerações futuras.

EXPO’98 – OCEANOS: UM PATRIMÔNIO PARA O FUTURO

As Nações Unidas declararam 1998 o Ano Internacional dos Oceanos, em reconhecimento da importância dos oceanos, do meio ambiente marinho e de seus recursos para a vida na Terra e para o desenvolvimento sustentável.

O Brasil, atendendo ao convite da Comissão Oceonográfica Intergovernamental – IOC, por meio dos selos emitidos pela Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, divulga espécies marinhas como o peixe-boi e a baleia jubarte, bem como a soltura da tartaruga marinha 2.000.000 e a beleza dos recifes de coral.


PEIXE-BOI

Os peixes-bois são mamíferos da ordem Sirênia, que habitam os rios, estuários e mar das regiões intertropicais. São herbívoros e têm uma origem muito antiga, surgindo há cerca de 45 milhões de anos. No Brasil, existem duas espécies: o peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) e o peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis). O peixe-boi marinho ocorre na costa nordeste e norte, entre os Estados de Alagoas e do Amapá, e o peixe-boi da Amazônia só existe na Rio Amazonas e seus afluentes.

São animais dóceis. Não brigam entre si e não apresentam nenhum tipo de agressividade para com os outros animais ou com o homem. Vivem até cinqüenta anos e possuem baixa taxa reprodutiva: a fêmea tem geralmente um filhote a cada três anos, sendo um ano de gestação e dois anos de amamentação e cuidados com o filhote, que nasce com cerca de 1,30 m e é levemente mais escuro que os adultos. O peixe-boi marinho pode medir até 4m de comprimento e pesar 600kg. O peixe-boi da Amazônia cresce em média até 2,5m, alcançando 300kg.

Em 1980, por iniciativa do Governo brasileiro, foi criado o Projeto Peixe-boi, para tentar avaliar a situação do peixe-boi marinho no Brasil, o qual desenvolveu suas atividades, incluindo, hoje, apoio técnico – administrativo da Fundação Mamíferos Marinhos, uma ONG que capta e administra recursos para investimentos nas atividades de conservação do Projeto.

DANIELLE PALUDO
Oceanógrafa
Centro Peixe-boi – IBAMA


BALEIA JUBARTE

A baleia jubarte (Megaptera novaeangliae – Borowski, 1786), também conhecida como baleia corcunda, é um dos maiores cetáceos existentes e pode ser encontrada em todos os oceanos. No Atlântico Sul Ocidental, a única reprodução da espécie é o banco dos Abrolhos, no sul do Estado da Bahia.

Estas baleias realizam longas migrações sazonais entre as áreas de alimentação, em altas latitudes (pólos) e as áreas de reprodução e cria, nas regiões tropicais. Durante o período reprodutivo, nos meses de inverno e primavera, as machos emitem verdadeiras canções para cortejar as fêmeas e manter afastados possíveis rivais.

A caça comercial reduziu drasticamente a população mundial de baleias jubarte (estimada em 150.000 animais até o início do século) para cerca de 15.000, distribuídas em todos os oceanos.

No Brasil, estes cetáceos estão incluídos na “Lista Oficial de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção”, Portaria N.º 1522/89 – IBAMA, e protegidas da caça e molestamento pelo Decreto Lei 7643/87 e pela Portaria 117/96 – IBAMA. As maiores ameaças à sobrevivência da espécie são, atualmente, a poluição dos mares, o tráfego de embarcações, a atividade petrolífera, o turismo descontrolado em áreas de reprodução e cria e o emalhamento em redes de pesca.

MÁRCIA ENGEL
Bióloga – Projeto Baleia Jubarte
Instituto Baleia Jubarte – IBAMA


TARTARUGAS MARINHAS

Na costa brasileira são encontradas cinco espécies de tartaruga marinhas: tartaruga – cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga – verde (Chelonia mydas), tartaruga-de-pente (Eretmochelys), tartaruga – oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga -de – couro (Dermochelys coriacea). Todas se encontram nas listas de animais ameaçados de extinção do IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e da IUCN – União Internaiconal para a Conservação da Natureza.

Em 1980, o IBAMA criou o Projeto Tartaruga Marinha – TAMAR, que foi implantado com o patrocínio da PETROBRÁS. Seu objetivo era o de identificar as espécies que freqüentam a costa brasileira e sua áreas de ocorrência, bem como proteger esses animais. O trabalho de proteção começou em três locais considerados cruciais para o ciclo reprodutivo das tartarugas marinhas: a Praia do Forte, no Estado da Bahia; Comboios, no Estado do Espírito Santo e Pirambú, no Estado de Sergipe.

Em 1996, o Projeto TAMAR chegou ao marco histórico da liberação do filhote 2.000.000. Um resultado decisivo para a recuperação das populações de tartarugas marinhas no Brasil e que revela os dezoitos anos contínuos de um trabalho paciente e perseverante realizado por aqueles que lutam pela preservação da natureza.

GUY MARCOVALDI
Coordenador Nacional
Projeto TAMAR – IBAMA


RECIFES DE CORAL

Os recifes de coral são formados pelo esqueleto calcáreo de organismos vivos, dentre os quais se destacam os corais hermatípicos. À medida em que crescem, estes corais depositam um esqueleto de carbonato de cálcio sob uma camada fina de tecido vivo, e com isto contribuem para a formação de estruturas extensas que , por vezes, atingem vários quilômetros de comprimento. Algas calcáreas, moluscos e foraminíferos, entre outros, também contribuem com seus esqueletos para a formação dos recifes.

A complexidade destes ecossistemas, considerados de alta diversidade, faz com que eles sejam também mais suscetíveis a impactos. A alarmante degradação que vem sendo observada em recifes de coral de várias partes do mundo tem levado a comunidade científica e conservacionista mundial a discutir a necessidade de elaboração de programas de conservação e uso racional dos recifes de coral.

Para o Atlântico Sul, a existência de recifes de coral é limitada à costa brasileira. No Brasil são encontradas quinze espécies de corais hermatípicos e três espécies de hidrocorais (ou corais-de-fogo), sendo que, destas, seis espécies de corais e duas de hidrocorais são endêmicas, ou seja, ocorrem apenas em águas brasileiras.

No Brasil existem algumas áreas protegidas marinhas que incluem ambientes recifais: a Reserva Biológica do Atol das Rocas, o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, o Parque Nacional Marinho de Fernando de Noronha, o Parque Estadual do Parcel de Manoel Luiz e a Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, que abrange os recifes costeiros entre o sul do Estado de Pernambuco e o norte do Estado de Alagoas.

DR. MAURO MAIDA E Dra. BEATRICE PADOVANIA FERREIRA
Departamento de Oceanografia – Universidade Federal de Pernambuco
Sociedade Brasileira de Estudos de Recifes de Coral – CORALLUS

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