Data de emissão: | 14/11/2001 |
Emissão: | Homenagem a Madalena Caramuru Primeira Mulher Brasileira Alfabetizada |
Artista: | Ricardo Cristofaro |
Valor facial: | R$ 0,55 |
Tiragem: | 1.500.000 selos |
Folha: | 30 selos |
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Código de comercialização: |
SOBRE O SELO |
Ao centro da peça, figura uma jovem com características indígenas, trajando indumentária européia, de modo a simbolizar o processo de miscigenação entre brancos e silvícolas brasileiros, do qual Madalena Caramuru era fruto. Em sua mão direita, aparece uma pena de escrivão, instrumento utilizado para a escrita na época em que a jovem viveu. Ao fundo, espécimes da flora brasileira (mamoeiro, cajueiro e coqueiro) e um manuscrito expressam o cenário do território nacional e a luta pela alfabetização da mulher. Na composição do selo, foi utilizada a técnica de computação gráfica. HOMENAGEM A MADALENA CARAMURU Primeira Mulher Brasileira Alfabetizada Na época da colonização, saber ler e escrever no Brasil era privilégio de poucos. Quase um século depois da chegada dos portugueses, a primeira mulher que se teve notícia de saber interpretar o código lingüístico foi Madalena Caramuru. Essa indígena brasileira era filha de Diogo Álvares Correia, mais conhecido como Caramuru, com uma índia da tribo dos Tupinambás, Moema Paraguaçu. Madalena escreveu uma missiva de próprio punho ao Padre Manoel da Nóbrega, no dia 26 de março de 1561. Na cultura indígena, a mulher exercia o papel de companheira. Diferente da cultura do homem branco, entre os Tupinambás não deveria haver razão para as diferenças de oportunidades educacionais. Condenar ao analfabetismo e à ignorância o sexo feminino parecia, para o povo indígena, uma idéia absurda. Foi por iniciativa dos indígenas que surgiu a primeira reivindicação pela instrução feminina no Brasil. O Padre Manoel da Nóbrega achou essa idéia originalíssima e tentou, por meio de autorizações régias, criar oportunidades de alfabetização para as mulheres brasileiras. A solicitação foi enviada à Rainha D. Catarina. Contudo, a metrópole portuguesa negou a iniciativa, qualificando de “ousado” tal projeto, pelo perigo que isso pudesse representar. Embora a carta ainda não tenha sido encontrada, trata-se do primeiro documento escrito por uma mulher brasileira. Diogo Álvares Correia, o pai de Madalena, criou seus filhos ao lado da índia Paraguaçu. Em 1526, o casal viajou para a França, num navio de contrabandistas. Na cidade de Saint-Malo, Paraguaçu recebeu o nome cristão de Catarina do Brasil. De volta ao Brasil, foram viver no povoado de Vila Velha, atual subúrbio de Salvador, na Bahia. Até os dias de hoje, o Brasil enfrenta o desafio de dotar milhões de pessoas com este instrumento de cidadania, a escrita. Para resgatar um dos momentos marcantes do início do processo de alfabetização no país, os Correios apresentam este selo postal. Com essa emissão, a Filatelia Brasileira destaca a ousadia de uma indígena brasileira que abriu as portas para uma outra forma de descobrimento, a conquista do mundo das letras. Professora Doutora Arilda Inês Miranda Ribeiro |