100 Anos do Nascimento de Candido Portinari


Código de comercialização:
852006500

Os pedidos também poderão ser endereçados à Agência de Vendas a Distância ? A v . P r e s i d e n t e Vargas, 3.077 – 23º andar 20210-973 – Rio de Janeiro/RJ – telefones: 21 2503 8095/8096; Fax: 21 2503 8638; e-mail: centralvendas@correios.com.br. Para pagamento, envie cheque bancário ou vale postal, em nome da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ou autorize débito em cartão de crédito American Express, Visa ou Mastercard.

Edital: 14
Arte: Candido Portinari
Processo de impressão: Ofsete
Folha: 30 selos
Papel: Couchê gomado
Valor facial: R$ 0,80
Tiragem: 3.000.000 selos
Picotagem: 12 X 11,5
Área de desenho: 25mm x 35mm
Dimensões do selo: 30mm x 40mm
Data de emissão: 04/09/2003
Local de Lançamento: Brodowski / SP e São Paulo / SP
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Versão: Assessoria de Relações Internacionais

SOBRE O SELO

O selo apresenta a obra de Portinari, “Auto-Retrato”, pintura óleo sobre madeira, de 1957, no tamanho 55x46cm. Foi utilizada a técnica computação gráfica.

Centenário de Nascimento de Candido Portinari

Candido Portinari, pintor brasileiro, é considerado um dos maiores representantes de nossa arte. Nascido em Brodowski (SP), em 30 de dezembro de 1903, filho de imigrantes italianos de origem humilde, estudou somente até a 3ª série do primário, manifestando, contudo, a vocação artística desde criança. Sua carreira de pintor começou quando adolescente, na Escola Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, onde viveu até sua morte prematura, aos 58 anos, vítima de um longo processo de envenenamento por metais pesados contidos nos pigmentos das tintas que usava.

Portinari demonstrava total e intensa devoção ao trabalho. Costumava comparar-se a um sapateiro, um artesão orgulhoso de seu ofício, de seus utensílios e ferramentas, de seu labor. É importante ressaltar que Portinari não pintou apenas para a fruição estética, para a especulação intelectual ou para retratar abstrações ou fugidios estados de consciência. Toda a sua obra está comprometida com valores sociais e humanos. A vida do pintor, tanto em sua arte quanto em sua militância política, foi toda dedicada a promover estes valores, buscando com eles suscitar em cada pessoa o sentimento da dignidade do ser humano, lutando pela justiça social, pela não-violência, pela fraternidade e pelo espírito comunitário.

Sua obra é um hino à vida, ao respeito pelo sagrado que existe em tudo o que vive. No velho, no trabalhador, na criança e nos animais, Portinari fazia do pincel uma arma em suas mãos. Mas uma arma voltada para promover uma vida mais justa, mais fraterna. Em seus derradeiros grandes painéis, os monumentais “Guerra” e “Paz”, presente do Governo Brasileiro à sede da ONU, em Nova York, o artista nos deixa diante da grande síntese de toda a sua obra. Neles, Portinari realizou, na prática, as palavras de Tolstoi “Se queres ser universal, começa por pintar a tua aldeia”. E o fez literalmente. Se no início de sua carreira pintou “Os Meninos de Brodowski”, série hoje famosa de crianças pobres de sua aldeia, como pintou também mães nordestinas, vítimas do flagelo da seca e da miséria, figuras bíblicas com seus filhos mortos ao colo, na alegoria da “Piedade”, no apogeu dos murais da ONU, estas figuras se tornam universais: as crianças que brincam no painel “Paz” não são mais os meninos de Brodowski. São crianças universais, de todas as raças, como no coral que está à frente do mural. Também na “Guerra”, as mães com seus filhos mortos ao colo não são mais mães nordestinas, mas a dor da mãe universal, posta na figura da “Pietá”. É o eterno diálogo entre o drama e a poesia, a fúria e a ternura, o trágico e o lírico, presente em todo o seu trabalho desde o início.

Em mais de cinco mil obras, de pequenos desenhos a grandes murais, este pintor fixou para sempre a fisionomia da sua terra e do seu povo. Portinari pintou a realidade nacional para mostrá-la aos quatro cantos do mundo. Camponeses, retirantes, artistas, crianças, animais e a paisagem brasileira foram a matéria e a essência com a qual o pintor construiu a sua obra imortal. Como escreveu Guilherme Figueiredo, pelos olhos de Portinari e também pelos seus dedos, a nação brasileira se fará sempre conhecida “porque ele inventou a nossa eternidade”.

A obra de Portinari é como uma grande carta que o pintor escreveu ao povo brasileiro. Uma carta épica, emocionada, que narra a saga de uma Nação, o drama e a poesia do Brasil. E uma carta que ainda não foi entregue, considerando que, até os dias atuais, mais de 95% das obras do pintor continuam inacessíveis à vista pública, segregadas em coleções particulares, salas de banco e acervos de acesso restrito. As comemorações do centenário de nascimento de Candido Portinari vêm assim com uma importante missão: entregar esta “carta” a cada cidadão brasileiro, onde quer que ele se encontre.

Com este selo, os Correios, além de valorizarem a arte por meio da Filatelia, prestam homenagem a esse artista que durante toda a sua vida retratou com emoção a alma e a vida do povo brasileiro.

João Candido Portinari
Diretor-Presidente do Projeto Portinari

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *