FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS (AM): GARANTIDO E CAPRICHOSO


Código de comercialização:
852006772
Edital: nº 13
Arte: Andreas Valentin/Guta
Processo de Impressão: Ofsete
Forma de emissão: Se-tenant com 2 selos
Folha: 30 selos
Papel: Cuchê gomado
Valor facial: R$ 0,74 cada selo
Tiragem: 3.000.000 selos
Picotagem: 11,5 x 12
Área de desenho: 37,5mm x 25mm
Dimensões do selo: 40mm x 30mm
Data de emissão: 28/6/2004
Locais de lançamento: Parintins/AM
Peça postal: Cartões-postais
Impressão: Casa da Moeda do Brasil

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SOBRE OS SELOS

Os selos mostram momentos apoteóticos da apresentação dos Bois-bumbás Caprichoso e Garantido na arena do bumbódromo de Parintins, retratando alegorias que atingem mais de 20 metros de altura. No selo à esquerda, em primeiro plano, o Boi Caprichoso, preto, com a estrela azul na testa e, em segundo plano, o caboclo, o boto disfarçado, trazendo em suas mãos o boi Caprichoso. No outro selo, em primeiro plano, à direita, o Boi Garantido, branco, com o coração vermelho na testa e, em segundo plano, a arara vermelha que traz a cunhã-poranga (a moça mais bela) do Garantido. A técnica utilizada foi a fotografia aliada à computação gráfica.

FESTIVAL FOLCLÓRICO DE PARINTINS
CAPRICHOSO E GARANTIDO

Garantido ou Caprichoso? Coração ou estrela? Vermelho ou azul? Em Parintins é assim: você precisa escolher de qual lado quer ficar. A rivalidade histórica entre os Bois Garantido e Caprichoso domina a cidade, permeia o imaginário das pessoas e culmina numa das maiores festas populares do Brasil: o Festival Folclórico de Parintins, que se realiza sempre nas noites de 28, 29 e 30 de junho. Na arena do bumbódromo, os Bois apresentam um grandioso espetáculo de dança, música, drama e efeitos especiais – uma verdadeira ópera cabocla, uma celebração amazônica, que leva ao delírio seus mais de 40.000 espectadores.

Situada na Ilha de Tupinambarana, à margem direita do rio Amazonas, a 420 quilômetros de Manaus e quase na fronteira com o Estado do Pará, Parintins, com cerca de 80.000 habitantes, é uma simpática e agradável cidade do interior amazonense. No final do século XIX, a região recebeu imigrantes nordestinos, que vieram para a Amazônia em busca das enormes riquezas geradas pela extração da borracha. Trouxeram com eles uma de suas mais fortes tradições culturais, o bumba-meu-boi do Nordeste, que ali encontrou-se com um outro boi, genuinamente amazônico, e se transformou no boi-bumbá de Parintins.

Até a década de 60, os Bois se apresentavam nas casas e nos quintais de Parintins; de vez em quando se encontravam nas ruas e o confronto, por vezes violento, era inevitável. A brincadeira foi organizada, cresceu, evoluiu e transformou-se em espetáculo. Os Bois incorporaram os personagens, os rituais e as lendas que remetem aos habitantes da floresta amazônica, aos índios, aos caboclos e às questões ecológicas e sociais que os afligem.

Desde 1988, eles se apresentam no bumbódromo, um estádio especialmente construído para receber o Festival. Os Bois, com aproximadamente 2.500 “brincantes” cada um, ocupam a arena com espetáculos de 2 horas e meia cada um. Os vários itens que compõem a encenação entram no bumbódromo seguindo uma ordem predeterminada. Os bois – o Garantido é branco com um coração vermelho na testa e o Caprichoso é preto com uma estrela azul na testa – fazem suas evoluções sob o domínio e controle do “tripa”, escondido por baixo dos panos. As tribos de dançarinos e dançarinas formam um tapete de cor em movimento. As gigantescas alegorias, que se mexem e se articulam, constróem o cenário para a apoteótica apresentação das figuras de destaque: a graciosa cunhã-poranga, a rainha do folclore, a porta-estandarte, a sinhazinha da fazenda e o poderoso pajé. Tudo detalhadamente explicado pelos apresentadores e movido ao som envolvente das músicas cantadas pelos “levantadores” de toada e pelas batidas dos mais de 250 tambores. E, em lados separados do estádio, as duas animadíssimas e incansáveis torcidas, as galeras, também participam do espetáculo; quando é o seu Boi que está se apresentando na arena, treme aquela metade do bumbódromo, enquanto a torcida “contrária” permanece no mais respeitoso silêncio.

Para produzir o Festival, Parintins abriga um inusitado número de artistas, artesãos, músicos e poetas. Em nenhuma outra cidade do Amazonas encontra-se tamanha concentração de talentos. Os QGs – os galpões e ateliês onde são confeccionadas desde as complexas e gigantescas alegorias até os mais delicados cocares – guardam os segredos dos magos que preparam seus encantos com tinta, cola, isopor, ferro, penas artificiais, sementes, palha, brilhos e plásticos.

Esta festa, que só existe graças à alegre celebração da rivalidade histórica entre Caprichoso e Garantido, não só é uma prova do talento e da capacidade criativa do povo brasileiro, como também mostra um de nossos maiores valores: a enorme diversidade cultural de nosso País.

Com esta emissão, os Correios assinalam uma das festas mais tradicionais da região norte do País:

“O Festival Folclórico de Parintins”, afirmando, assim, o seu compromisso com a divulgação de fatos e eventos de destaque do nosso rico patrimônio cultural brasileiro.

ANDREAS VALENTIN
Mestre em Ciência da Arte (Universidade Federal Fluminense), Fotógrafo e Professor de História da Arte e Cultura Brasileira na Universidade Gama Filho/RJ

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