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Código de comercialização: 85210060-4 ![]() |
Edital: | nº 10 |
Arte: | Álvaro Nunes |
Processo de Impressão: | Ofsete, micro letra, semi-corte diferenciado no formato do bloco e do selo. |
Bloco: | 1 (um) selo |
Folha: | 24 selos |
Papel: | Cuchê gomado com Fosforescência |
Valor facial: | R$ 2,90 |
Tiragem: | 350.000 blocos |
Picotagem: | 11,5 x 11,5 |
Área de desenho: | 36mm x 36mm |
Dimensões do selo: | 36mm x 36mm |
Dimensões do bloco: | 70mm x 110mm |
Data de emissão: | 11/9/2006 |
Locais de lançamento: | Parnamirim/RN, Fortaleza/CE |
Impressão: | Casa da Moeda do Brasil |
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SOBRE O SELO O bloco apresenta, de forma estilizada, a árvore do maior cajueiro do mundo. Para representar a extensão de sua copa, foi utilizada a vista de seu tronco principal e suas extensões, dando uma idéia de sua estratégia de formar novos troncos com a própria copa. As folhas da árvore foram dimensionadas para que o recorte previsto seguisse o contorno do desenho em três lados, ao invés do tradicional horizontal vertical. Para compor o selo, utilizou-se a frutificação, com o desenho que se projeta em primeiro plano e em proporção diferente do conjunto. A técnica utilizada para compor a imagem foi a pintura em aquarela e a diagramação por computação gráfica. |
O MAIOR CAJUEIRO DO MUNDO Fruto nativo dos tabuleiros e dunas destas terras do Brasil, sempre vizinhas do mar, o caju é tema dos mais antigos e ricos registros históricos dos cronistas e viajantes que ao longo dos séculos descansaram o olhar sobre a paisagem brasileira. É de André de Thevet, em 1558, a mais antiga descrição, comparando o caju a um ovo de pata, inaugurando no olhar curioso do visitante a sensualidade de sua forma e do seu cheiro, entre amarelos e vermelhos flamejantes. Jean de Léry comparou o caju a um ovo de galinha. José de Anchieta e Pero de Magalhães Gandavo, a “peros repinaldos”. O grande Gabriel Soares de Souza achou a castanha parecida com um rim de cabrito; Marcgrave viu um rim de ovelha; e Nieuhof, talvez para ser original, um rim de carneiro. O Príncipe Maurício de Nassau protegeu os cajueiros por decreto, proibindo os machados, e fez seu doce, em compotas, chegar às melhores mesas da Holanda. Padre Simão de Vasconcelos, cronista da Companhia de Jesus, deixou dito: “O cajueiro é a mais aprazível e graciosa de todas as árvores da América e por ventura de todas da Europa”. Southey, na Terra do Pau- Brasil, descreveu o cajueiro como “A árvore mais útil da América”. Louvado por suas qualidades terapêuticas, caju vem do tupi-guarani “acayu” ou “aca-iu”, e significa “ano”, tudo porque os índios contavam a idade a cada safra. Foi motivo de uma guerra, inspirou a toponímia, é tema nas artes e no folclore, prato na cozinha e traço na cultura nordestina. Do caju se faz suco, mel, doce, passa e cajuína, uma bebida sem álcool. Em Parnamirim, município do Rio Grande do Norte, célebre por ter sediado a maior base militar fora dos Estados Unidos durante a Segunda Guerra Mundial, vive, frutifica e ainda cresce o maior cajueiro do mundo, com mais de cem anos: o Cajueiro de Pirangi. Nos anos oitenta a equipe do Guiness Book veio ao Rio Grande do Norte e constatou: é a maior árvore frutífera do mundo. Sua copa tem oito mil e quatrocentos metros quadrados, produz oitenta mil frutos por safra e equivale a um conjunto de setenta cajueiros adultos ou um campo de futebol. Um dos seus registros jornalísticos mais antigos é uma matéria histórica da revista “O Cruzeiro”, edição de 8 de janeiro de 1955, na qual descreve sua forma como se fosse um polvo gigante por suas raízes e galhos tentaculares. Há cinqüenta anos já era visitado por Assis Chateaubriand, Lucas Garcez, Juscelino Kubitschek, Amaral Peixoto e Gilberto Freyre. O sítio desse cajueiro gigante chegou a ser uma propriedade particular do governador Sylvio Pedrosa e há também informações de que foi plantado em 1888, pelo pescador Luís Inácio de Oliveira. Do alto, é um pequeno bosque, denso e verde. À sua sombra, o visitante descobre que é uma pequena floresta nascida de uma só árvore a estender seus galhos de folhagem viçosa. No verão, se cobre de flores e produz cajus amarelos e sumarentos para celebrar os dias luminosos e maduros de um tempo cheio de vida. Diante de um mar deslumbrante, é um milagre desta terra radiosa que um dia Câmara Cascudo, seu filho mais ilustre, anunciou ser a Noiva do Sol. Vicente Serejo – Jornalista e Professor |