Diante da grandeza e do valor referencial para a cultura brasileira, os Correios registram e reconhecem em selo postal e reconhecem o valor histórico e artístico-cultural das danças Carimbó e Frevo e dos seus trajes típicos festivos, promovendo um processo ativo de valorização e divulgação em âmbito nacional e internacional.Carimbó
É a mais extraordinária manifestação da criação artística do povo paraense. Foi criada pelos índios Tupinambás, mas aperfeiçoada pela influência africana, tornando a dança mais vibrante como uma espécie de variante do batuque.
Inicialmente, a denominação Carimbó foi dada aos tambores que são feitos de troncos de árvores escavadas e recobertos, em uma de suas extremidades, com pele de animal silvestre. Posteriormente, esta denominação estendeu-se à música, à dança e ao próprio grupo que a executa.
O Carimbó caracteriza-se como uma dança de pares soltos, é a manifestação do povo simples, sem enredo verbal, mas de ritmo contagiante. Toma outras denominações tais como: Curimbó, Corimbó e Curimã.
Todos os dançarinos apresentam-se descalços, com mulheres trajando saias coloridas, franzidas e bem rodadas. Blusas de cor lisa, pulseiras e colares feitos de sementes da região e tendo nos cabelos ramos de rosas ou jasmins de Santo Antônio. Os homens apresentam-se de calças escuras e camisas de florão com as pontas amarradas à altura do umbigo.
Prof. Edson Janary Padilha Castro.
Folclorista, Pesquisador e Diretor-Presidente do Grupo Parafolclórico “Os Baioaras” de Belém do Pará.
Frevo
O Frevo, de grande valor para a cultura pernambucana e brasileira, congrega a expressão e reação do povo, fazendo emergir a grande massa delirante do carnaval de rua, com suas cores vibrantes e ritmo contagiante.
Como patrimônio imaterial, apresenta-se na forma de manifestação cultural musical, coreográfica e poética, de caráter individual e coletivo. Sua dimensão pode ser percebida nos valores vivos, marcos de vivências e experiências, presentes nas edificações, nos fazeres, nos hábitos, nos saberes e nos costumes, considerada e valorizada por toda a população.
Frevo música, Frevo dança… Artes irmãs, uma sugerindo a outra. É fácil dizer que a música veio da inspiração de compositores de música ligeira, mas a dança, o modo de fazer, o povo explica.
Denominada passo, essa dança de jogo de braços e pernas, inventiva popular, nos é apresentada como legado da capoeira. No entanto, diferentemente da capoeira, no passo os dançarinos praticamente não se tocam e quase não há movimentos com as mãos no chão. Sendo uma dança imprevista, que possibilita a qualquer um criar e inovar; o passista nunca está satisfeito com o que desenvolve, sempre quer fazer algo mais difícil.
Na indumentária, percebe-se o consolidar de um padrão de cores, tecidos e brilhos, assim como o uso da sombrinha pequena e colorida, maior símbolo do Frevo hoje. Grupos e passistas, quando não usam as bandeiras aplicadas, utilizam as cores (verde, amarelo, vermelho, azul e branco) e os elementos (a cruz, a estrela e o sol) da bandeira pernambucana. A roupa masculina é composta por uma camiseta e uma calça ou bermuda, e a roupa feminina, por uma saia e uma camiseta à altura da cintura.
Como na sua origem, o Frevo continua em evolução, mutante e repleto de influências capazes de promover a releitura e explicitar a dinâmica de um ritmo, símbolo de resistência cultural do povo brasileiro.
Carmem Lelis
Gerente de Preservação do Patrimônio Cultural Imaterial.
Secretaria de Cultura da Cidade do Recife.
SOBRE OS SELOS
Os selos focalizam, em primeiro plano, os casais em movimento de dança, vestidos com trajes típicos das modalidades enfocadas. Ao lado dos dançarinos vê-se, em cada selo, a representação rítmica, demonstrando a integração existente entre os dançarinos e os tocadores. Ao fundo, numa referência aos Estados em que ocorrem as danças, vêem-se a Bandeira do Estado do Pará e o Mercado Municipal Ver-o-Peso, no selo Carimbó, e no selo do Frevo, a Bandeira do Estado de Pernambuco, uma palmeira e o Teatro Santa Isabel. O nanquim, a aquarela e o lápis de cor foram os recursos utilizados pelo ilustrador Jô Oliveira nas composições dos selos.
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