Emissão Mercosul: Aves Autóctones: Coruja e Pica-pau

Código de comercialização: 852007833

 

DETALHES TÉCNICOS

Edital: nº 23
Arte: Edson Endrigo e Eduardo Brettas
Processo de Impressão: ofsete + verniz UV posicionado sobre as aves
Folha 30 selos
Papel: cuchê gomado
Valor facial: R$1,40 cada selo
Tiragem: 1.020.000 selos
Área de desenho: 25mm x 35mm
Dimensões do selo: 30mm x 40mm
Picotagem: 12 x 11,5
Data de emissão: 10/10/2008
Local de lançamento: Cáceres/MT, Corumbá/MS e Teresina/PI
Impressão: Casa da Moeda do Brasil
Prazo de comercialização pela ECT: até 31 de dezembro de 2011 (este prazo não será considerado quando o selo/bloco for comercializado como parte integrante das coleções anuais, cartelas temáticas ou quando destinado para fins de elaboração de material promocional.)
Versão: Departamento de Filatelia e Produtos/ECT

Os produtos podem ser adquiridos pela loja virtual dos Correios: www.correios.com.br/correiosonline ou pela Agência Central de Vendas a Distância – Av. Presidente Vargas, 3.077 – 23º andar 20210-973 – Rio de Janeiro/RJ – telefones: (21) 2503-8095/8096; Fax:(21)2503-8638; e-mail: centralvendas@correios.com.br Para pagamento, envie cheque bancário ou vale postal, em nome da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, ou autorize débito em cartão de crédito American Express, Visa ou Mastercard.

Emissão Mercosul – Aves Autóctones: Coruja e Pica-pau

Coruja e Pica-pau: A Sabedoria e a Vivacidade!

Pica-pau-do-Parnaíba (Celeus obrieni)

O pica-pau-do-Parnaíba, que tem o nome científico de Celeus obrieni, é uma daquelas aves que encantam os pesquisadores por suas características peculiares. Primeiramente, o seu topete vermelho é muito vistoso, juntamente com os tons marrons vivos da plumagem do corpo. O tamanho também é razoável, chegando a quase 30cm.

Não existem, ainda, estudos sobre o comportamento e a biologia do Pica-Pau-do-Parnaíba, mas é provável que seus hábitos reprodutivos e alimentares não sejam muito diferentes daqueles dos seus parentes mais próximos. Em geral, comem insetos e suas larvas. Várias adaptações, incluindo audição acurada e uma língua muito comprida e pegajosa na ponta, auxiliam os pica-paus nessa tarefa. Pescoço, coluna, bico e crânio reforçados ajudam na capacidade de fazer do corpo um perfeito martelo, capaz de perfurar madeira facilmente. Esse hábito faz com que os pica-paus prestem, muitas vezes, o importante serviço ecológico de livrar árvores de insetos nocivos. Os pica-paus também utilizam as árvores para construir ninhos, e os machos martelam árvores mortas para demarcar e defender seu território de outros machos.

O mais interessante desse pica-pau, é o fato de que os cientistas passaram 80 anos sem avistar um único exemplar da espécie. Depois de 1926, quando um exemplar foi coletado pelo naturalista Emil Kaempfer, em Uruçuí, município do estado do Piauí, a ave nunca mais foi vista. Dúvidas surgiram. A partir de análises do exemplar depositado no Museu de História Natural de Nova Iorque, os ornitólogos, em 2005, concluíram que o Pica-Pau-do-Parnaíba era mesmo uma espécie. Em 2006, fazendo um levantamento de avifauna no município de Goiatins, estado de Tocantins, o biólogo Advaldo do Prado reencontrou a espécie, confirmando sua existência, e, por conseguinte, a não extinção.

Até 2007, um total de 23 indivíduos foi encontrado, e a área de ocorrência se estendeu do município de São Pedro da Água Branca, no Maranhão, até Dianópolis, no Tocantins. Dado o número baixo de indivíduos, e o isolamento das populações, a espécie está ameaçada de extinção. A carência de estudos e a rápida perda de habitat, pelo desmatamento e pela expansão da agroindústria, tornam a preservação da espécie, principalmente por meio da conservação dos ambientes onde vive, ainda mais importante.

Coruja-do-mato (Strix virgata)

A coruja-do-mato, Strix virgata, é uma espécie bastante comum, que ocorre desde o México até a Argentina. Tem entre 28 e 38cm de comprimento, e pode pesar até 320g. Os mexicanos a chamam de búho café, por causa de sua cor marrom predominante. Já o seu nome em inglês é Mottled owl, que significa coruja pintada, numa referência à plumagem cheia de pintas na tonalidade marrom escuro.

A grande variedade de habitats que consegue ocupar explica a ampla distribuição da espécie, que vive desde as florestas altas e fechadas até as áreas abertas com árvores esparsas, bem como em plantações de cacau e café, e mesmo dentro de cidades. Os ninhos são feitos geralmente em ocos de árvores vivas ou em palmeiras, podendo ocupar também ninhos abandonados de outras aves, onde põe 1 ou 2 ovos. A alimentação também é variada, de insetos maiores, como besouros e gafanhotos, a pequenos mamíferos, morcegos, pequenos répteis, incluindo cobras venenosas, e também anfíbios. Sua visão aguçada, com olhos voltados para frente, e a capacidade de girar a cabeça em um ângulo de até 270°, a torna uma caçadora implacável.

As corujas, notadamente uma espécie tão comum quanto a Coruja-do-Mato, desempenham juntamente com outros predadores a importante função de manter as populações de suas presas sob controle. Com relação às populações urbanas de corujas, sua atividade de caça é diretamente benéfica para as pessoas, ajudando a controlar as populações de insetos e ratos. O fato de caçarem à noite, possibilita, por exemplo, consumirem cobras venenosas como jararacas e cascavéis.

Embora não se encontre classificada como espécie ameaçada, a Coruja-do-Mato, em todos os países em que ocorre, sofre com os mesmos problemas que ameaçam tantas espécies: a caça, o envenenamento, a poluição e a perda de habitat natural por desmatamento e expansão das atividades agrícolas e das áreas urbanas. A coruja, símbolo da sabedoria em algumas culturas, precisa ser reconhecida como fator importante na dinâmica da biodiversidade, assim como o papel que cada espécie desempenha na manutenção dos ecossistemas.

Os Correios, por meio dos selos postais, divulgam e esclarecem sobre a importância de se preservar as espécies animais, ao mesmo tempo em que registram o compromisso assumido com os países do Mercosul, de mostrar suas peculiaridades sob o prisma desses temas/motivos.

Getúlio Freitas
Analista Ambiental
CEMAVE – ICMBio

SOBRE O SELO

Nos selos são focalizadas duas aves autóctones: a Coruja-do-mato e o Pica-pau-do-Parnaíba. A Coruja-do-mato, noturna ave de rapina, excepcional caçadora, é mostrada nas cores frias de um ambiente sombrio, prudente, em prontidão, à espreita de sua presa. O singelo Pica-pau-do-Parnaíba é visualizado em sua atividade predileta, firme em um tronco, pronto a bicar incansavelmente a madeira à procura de alimento. Na criação dos selos, os artistas caracterizaram bem as espécies, mostrando detalhes peculiares. No canto inferior direito, aparece a logomarca do Mercosul. Foram utilizadas as técnicas de fotografia e de computação gráfica.

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