Presidente defende caráter público dos Correios

Em artigo publicado pelo jornal Folha de S. Paulo nesta segunda-feira (3), o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, defendeu o caráter público da estatal e abordou os planos de sua gestão para a empresa, que incluem iniciativas para diversificar serviços, realizar parcerias e aumentar receitas, a fim de manter e ampliar a liderança no segmento concorrencial de logística e entrega de encomendas.

O presidente destacou a importância de o Brasil possuir um serviço postal público, que garanta o direito da população à comunicação e ao sigilo da correspondência, e realizou uma análise sobre a situação de outros operadores postais do mundo. “A privatização do setor não é tendência no mundo: apenas oito países têm correios privados, como, por exemplo, Holanda, Reino Unido e Suécia. Nenhum país das dimensões do Brasil discute o tema”, afirmou no artigo.

Leia o artigo na íntegra:

Missão é fortalecer os Correios
Estatal deve diversificar serviços e investir no segmento de encomendas

Editorial desta Folha (O futuro dos Correios”, 26/3) trouxe à tona o debate sobre a privatização da empresa. A fim de esclarecer os principais pontos elencados, apresentamos dados relevantes.

A Constituição estabelece que compete à União manter o serviço postal. O objetivo é não permitir que o direito à comunicação e ao sigilo da correspondência fique sujeito a interesses de mercado. Por esse mesmo motivo, a privatização do setor não é tendência no mundo: apenas oito países têm correios privados, como, por exemplo, Holanda, Reino Unido e Suécia. Nenhum país das dimensões do Brasil discute o tema.

Em Portugal, a privatização em 2013 gerou reclamações sobre perda de qualidade e aumento de preços. Na Argentina, terminou com a falência da empresa, a reestatização e um rombo para o Estado —uma conta a mais para os contribuintes. Nem mesmo os Estados Unidos, exemplo de sucesso do livre mercado, privatizam o serviço, ainda que tenham registrado prejuízos acumulados de quase US$ 90 bilhões de 2006 a 2020.

Esse não é o caso do Brasil. Apesar do prejuízo de 2022, os Correios possuem caixa para enfrentar os desafios, consolidado por 16 anos de lucro entre 2001 e 2020, com resultado líquido positivo de R$ 12,4 bilhões e repasse de R$ 9 bilhões para a União. Na prática, isso significa que o contribuinte não é onerado para manter a estatal.

Com a privatização preconizada pela Folha, a União assumiria os serviços postais em locais distantes ou pequenos, pois o mercado não possui estrutura ou interesse em levar documentos e encomendas a cidades do interior —o que a estatal, presente em todos os municípios, alcança a preço acessível. Por todos esses motivos, o presidente Lula, ao ser empossado, suspendeu imediatamente o processo de privatização, incumbindo à nossa gestão, iniciada em fevereiro, a missão de fortalecer os Correios.

A Folha acerta quando diz que “a oportunidade está no segmento de encomendas, que avança com o comércio eletrônico e exige investimentos em tecnologia e logística”. Estamos cientes, e nas próximas semanas apresentaremos um plano de ações de curto e médio prazo com iniciativas para diversificar serviços, realizar parcerias e aumentar receitas a fim de manter e ampliar a liderança dos Correios no segmento, que é concorrencial e envolve players como gigantes multinacionais.

Nossa diretriz é investir fortemente em tecnologia e inovação, ao contrário da gestão anterior, que teve essa oportunidade e não o fez, com a clara intenção de privatizar a estatal. Como bem anotado pela Folha, foram apenas R$ 202 milhões destinados em 2022 para TI. Com o aporte de recursos para áreas estratégicas, iremos valorizar e modernizar a estatal, consolidando-a como a empresa de logística mais eficiente da América Latina.

Por 360 anos, os Correios têm atuado para a integração nacional e o desenvolvimento do Brasil. Nossa gestão trabalha para diversificar e atualizar o portfólio, aprimorar a qualidade e conquistar novas receitas a fim de corresponder à confiança da população, que considera a estatal a empresa pública mais respeitada do país.

Fabiano Silva dos Santos
Presidente dos Correios

DIA NACIONAL DAS TRADIÇÕES DE MATRIZES AFRICANAS
Correios 360: ser e expressar o que se é, em qualquer perspectiva

Lançamos hoje, em cerimônia na Câmara dos Deputados , o selo que celebra o Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, comemorado neste 21 de março. Neste ano histórico para os Correios, a emissão filatélica reflete a essência da campanha “Correios 360: Brasil em todos os ângulos”.

Conectando todos os cantos do país, como única empresa pública presente em todos os municípios brasileiros, a diversidade e a pluralidade estão no DNA dos Correios. Por isso, ao lançar o selo do Dia Nacional das Tradições das Raízes de Matrizes Africanas e Nações do Candomblé, os Correios se unem aos esforços do Governo Federal no combate à intolerância religiosa e ao racismo estrutural no Brasil.

O respeito às pessoas, um dos valores institucionais dos Correios, abrange o direito de todos serem e expressar o que se é, livremente, de todos os ângulos e em qualquer perspectiva. E nada mais simbólico do que a filatelia e o selo, meio tão antigo quanta a história da humanidade, para lembrar que, para além das singularidades, temos todos raízes em comum.

Sobre o selo – A arte, criada pelo designer Gabriel Gabiru traz a representação do mar, que para muitas tradições africanas, divide o plano espiritual do plano carnal. Na imagem, a espiral sai do continente africano, passa pelo Brasil e retorna para a África, em um movimento de vai e vem.  A emissão estará disponível, sob encomenda, a partir do mês de abril na loja virtual dos Correios e nas principais agências do país.  

DIA MUNDIAL DO CONSUMIDOR
Reduzimos o frete e ampliamos canais de atendimento em todo o país

Oferecer serviços cada vez mais confiáveis e acessíveis ao consumidor, celebrado neste 15 de março, é uma prioridade dos Correios. Mesmo com o aumento da demanda, advinda do crescimento das compras online, há três anos a estatal não reajusta o preço da postagem para encomendas nacionais. E não é só isso. No último ano, baixamos o preço das tarifas para oferecer fretes mais atrativos em vários trechos do país.

Mais recentemente, desde 31 janeiro de 2023, enviar uma encomenda nacional também ficou mais barato nos principais mercados das regiões norte e nordeste: Belém (PA), Campina Grande (PB), Fortaleza (CE), Petrolina (PE), Toritama (PE), Santa Cruz do Capibaribe (PE), Serra Negra do Norte (RN) e Caicó (RN). Além de contribuir para o desenvolvimento econômico dessas regiões, a medida consolida o papel dos Correios como a maior parceiro logístico do e-commerce.

Para facilitar o dia a dia dos consumidores, a estatal também tem investido na ampliação de serviços e canais de atendimento. Nessa lista, estão as novas funcionalidades do app Correios, os Pontos de Coleta, estabelecimentos comerciais autorizados a serem representantes dos Correios, a Entrega no Vizinho, o Clique e Retire e o Locker, soluções para quem não pode estar em casa para receber suas encomendas.  

Instalados em pontos estratégicos, como shoppings e metrôs, o armário inteligente dos Correios é um exemplo de serviço aperfeiçoado continuamente, a partir da opinião do consumidor. Assim que o usuário retira o objeto do Locker, ele recebe um comunicado dos Correios para responder uma pesquisa de satisfação.   

“Toda a experiência do Locker foi pensada para o consumidor, por isso, queremos ouvir o que ele pensa sobre os serviços disponibilizados”, explica o analista de Correios, Alvimar de Souza Bispo, um dos responsáveis pelo projeto.

Opinião do consumidor: o analista Alvimar Bispo é responsável pelo monitoramento da percepção dos usuários do Locker. Foto: Divulgação/Corrriks
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Reduzimos o frete e ampliamos canais de atendimento em todo o país”