Andressa Gracina
Marcos Nunes
Disruptivo é a palavra da moda no mundo dos negócios. As startups foram as responsáveis por popularizar o termo entre os empreendedores. Para que alguma solução seja considerada disruptiva, deve romper com padrões e modelos estabelecidos no mercado. A dificuldade, porém, está em sair do discurso e inovar na prática.
Cientes desse desafio, empresas têm investido em laboratórios de inovação. Um ambiente controlado para facilitar a imersão e a aceleração de projetos. Salas com paredes brancas e mesas alinhadas dão lugar à ambientes customizáveis, coloridos e integrados. Tudo para estimular a criatividade, a interação entre equipes e o pensar “fora da caixa”.
Nos Correios, ambientes seguindo essa tendência já são realidade. Há um ano e meio foi inaugurado, em Brasília, o Laboratório de Inovação da empresa, chamado Mistura & Faz. Instalado no campus da universidade corporativa dos Correios, o espaço – sem divisões internas – foi decorado com pallets e móveis reaproveitados.
Reunidos no local, profissionais de diferentes áreas da empresa testam ideais para criar soluções inovadoras ou aperfeiçoar produtos e serviços dos Correios. Mais de 16 projetos já foram acelerados no espaço.
Entre eles está a solução criada para viabilizar a cobrança do despacho postal, taxa que incide sobre encomendas internacionais. Os objetos vindo do exterior não traziam as informações eletrônicas necessárias para efetivar a cobrança. O problema foi resolvido por meio da captura da imagem do CEP para cruzamento com o banco de dados de cadastro dos Correios.
“A inovação surge de criação coletiva e da diversidade, em um lugar comum e em ritmo acelerado. Essa é uma nova forma de se pensar o ambiente de trabalho”, explica o gerente de inovação dos Correios, Moacir do Valle Júnior.
Espaços com essa orientação também são chamados de coworking, onde o modelo de trabalho se baseia no compartilhamento de espaço e recursos, reunindo profissionais que não necessariamente trabalham para a mesma empresa ou na mesma área de atuação.
De acordo com o Censo Coworking Brasil 2018, São Paulo, Paraná e Minas Gerais são os estados que mais abrigam espaços com essa proposta. O crescimento no país se deve especialmente ao ganho com a troca de conhecimentos e experiências, a flexibilidade de atuação das equipes e a construção de redes profissionais (networking).
Parceria acadêmica
O Laboratório de Inovação dos Correios também está aberto à parcerias com instituições de ensino. Desde a sua inauguração, o laboratório recebe alunos de economia, administração, engenharia e turismo da Universidade de Brasília (UnB), às quartas e sextas-feiras.
A cada semestre, as áreas dos Correios levantam demandas de inovação para a análise dos estudantes. O objetivo do intercâmbio acadêmico é trazer a visão dos estudantes no desenvolvimento de soluções para os Correios. Ao mesmo tempo, oferece a oportunidade dos alunos vivenciarem a estrutura e o funcionamento de uma empresa de grande porte.
As atividades práticas facilitam a fixação de conteúdo e a aquisição de habilidades necessárias ao mercado de trabalho. Segundo o professor Antônio Isidro Silva, que coordena as turmas, a experiência nos Correios é um diferencial. “Os alunos têm obtido sucesso em entrevistas de emprego e de estágio por terem participado de um projeto corporativo de uma grande empresa como os Correios ”, conta.
Contato
Para utilizar o espaço do Laboratório Mistura & Faz, fale com a gerência de inovação dos Correios pelo e-mail misturaefaz@correios.com.br.