Sandra Regina e Fernanda Lobo
Em um ambiente de trabalho com predomínio masculino, os Correios têm registrado o crescimento da participação feminina no quadro de empregados em funções gerenciais. A empresa possui mais de 20 mil mulheres em seu efetivo, representando 23% do total de empregados.
Elas atuam em todas as áreas da empresa: são carteiras, atendentes de agência, operadoras de transbordo, técnicas, analistas e gestoras. Atualmente, 31% dos cargos de liderança da empresa são ocupados por mulheres. Nas gerências corporativas, o percentual é maior: 43% dos gerentes dos Correios são mulheres.
A liderança feminina na estatal se mostra ainda mais expressiva quando comparada à média do país. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial de 2022, apenas 8,6% dos cargos de liderança são ocupados por mulheres no Brasil, enquanto no resto do mundo esse índice é de 16,9%.
Sorte dos Correios. De acordo com o relatório Women in Business and Management, divulgado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que analisou 70 mil empresas em 13 países, quanto maior o número de mulheres, principalmente em cargos de liderança, melhores são os resultados financeiros da organização.
Lugar de mulher
Os Correios acreditam que lugar de mulher é onde ela quiser. Seja liderando um centro de triagem de encomendas ou desenvolvendo soluções na área de Tecnologia da Informação (TI). Formada em Ciência da Computação, com especialização em banco de dados, a gerente corporativa dos Correios, Valéria Torres Evangelista Melo, é responsável por uma área de TI considerada crítica, voltada para os clientes dos Correios.
“Serviços como Fale Conosco, Rastreamento, Busca CEP e a carteira imobiliária da empresa estão com a nossa gerência. Sempre gostei de projetos desafiadores”, destaca a gerente.
A gerente corporativa de Desenvolvimento de Sistemas de Gestão de Pessoas, Juliana Barroso Paes Nogueira, conta que entrou na universidade com apenas 15 anos de idade, em uma turma em que dos 50 alunos, apenas 5 eram mulheres. Atualmente, a gestora está fazendo um mestrado sobre governança, inovação e tecnologia.
“A TI tem a ver com a reputação da organização. Ela precisa ser forte, eficiente, segura. Qualquer vulnerabilidade nesse setor vai refletir na opinião pública. Se o cliente achar que a área de TI da empresa não é confiável, ele vai procurar outra que garanta essa segurança”, ressalta Juliana.
Outra liderança feminina na área de TI dos Correios é a gerente corporativa de Especialidades, Vanessa Barcellos Vargas Pedroso, pós-graduada em Sistemas Orientados ao Objeto. O aplicativo Correios é um dos serviços de responsabilidade da equipe liderada por ela.
Vanessa lembra um dos grandes desafios que enfrentou no início da pandemia, em 2020, quando vários serviços dos Correios precisaram migrar para o digital. “A postagem de encomendas via aplicativo foi desenvolvida pela nossa equipe em 15 dias. Naquele momento, era fundamental que os clientes ficassem o menor tempo possível na agência, para garantir a segurança de todos”, orgulha-se.
Mulheres nos 360 anos dos Correios
Em 360 anos de história, completados neste ano, a trajetória dos Correios é fortemente marcada pela presença feminina. O primeiro registro de uma mulher nos quadros da instituição data do século 17. E já em posição de comando. Em 1696, Izabel Cafaro assumiu o comando da administração dos serviços postais no Brasil, como a nona Correio-Mor, no lugar do filho, considerado menor de idade.
Confira, no vídeo abaixo, outros fatos curiosos sobre a história das mulheres nos Correios: