Fernanda Lobo
Neste Dia das Mães, a pequena Sophia, de 4 meses, nem sabe ainda, mas está experimentando um benefício que representa uma conquista na empresa em que sua mãe trabalha. A analista de comunicação Raquel Dias de Albuquerque Rezende está usufruindo da extensão da licença-maternidade de 6 meses, aprovada pela diretoria da empresa em 12 de abril de 2023.
Raquel já estava se preparando para o retorno ao trabalho quando recebeu a boa notícia. “Estava bem angustiada com a proximidade de voltar às atividades. Quem é mãe sabe como o coração aperta só de pensar em mudar toda a rotina de cuidados de uma bebê tão pequena, nesse início de vida no qual tudo que pedem é colo”, relata.
Com a prorrogação da licença-maternidade, além de fortalecer o vínculo mãe-e-filha, a jornalista pode assegurar à Sophia a amamentação exclusiva, como preconiza a Organização Mundial de Saúde (OMS). “Sempre lembro de um provérbio africano que diz que ‘é preciso uma aldeia inteira para criar uma criança’. Minha família mora em outro estado, somos pais de primeira viagem e não temos uma rede de apoio ampla. Por isso, agradeço de coração aos Correios, que representaram, nesse momento, parte fundamental da nossa “aldeia”, permitindo que tenha mais dois meses inteiros para cuidar da minha filha de pertinho”, comemora.
Com uma bebê de 2 meses, a atendente comercial Lívia Alves Santos foi outra empregada beneficiada pela medida. “Para vida de qualquer um são apenas mais dois meses, mas para vida de uma mãe esse tempo é imprescindível para acompanhar o crescimento de um filho. Palavras não são capazes de demostrar toda a minha gratidão a essa empresa que eu amo tanto e me dedico”, relata.
Além de Lívia e Raquel , ampliação da licença-maternidade tem potencial para contemplar mais de 20 mil mulheres da empresa. Como a decisão também concedeu direito retroativo, mães de bebês com até seis meses que haviam voltado da licença no prazo de quatro meses também puderam usufruir do benefício.
A ampliação do prazo mínimo de quatro meses, previsto pela legislação, havia sido implementada nos Correios em 2008 e vigorou por 12 anos, mas durante o governo anterior, em julho de 2020, foi reduzida. Além do retorno da licença de 180 dias, a atual gestão concedeu prioridade à transferência de local de trabalho para empregadas que amamentam e o retorno do auxílio-especial para dependentes com deficiência.
Para o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos, os benefícios concedidos marcam novos tempos de civilidade e respeito mútuo. “Adotamos essas ações por termos consciência da importância das mães no dia a dia da empresa e da sociedade brasileira. Respeitamos sua trajetória profissional e sabemos das dificuldades que muitas enfrentam, seja pela jornada dupla ou tripla, seja pela discriminação salarial decorrente do gênero”, afirma o dirigente.
Confira abaixo a mensagem do presidente dos Correios para o Dia das Mães:
“Este domingo é um dia especial. É quando homenageamos todas as mulheres que exercem a maternidade, incluindo as empregadas dos Correios, que hoje possuem mais de 15 mil mães em seus quadros.
Sabemos que grande parte das mães brasileiras que possui uma carreira muitas vezes acumula também o cotidiano do lar, realizando ou coordenando tarefas relacionadas à administração, limpeza e cuidado com filhos. É um trabalho não remunerado que sobrecarrega e exaure suas vidas, rouba suas horas de lazer e o tempo que poderiam estar dedicando a si mesmas.
No ano passado, pesquisadores da Fundação Getúlio Vargas analisaram os dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios do IBGE e descobriram que quanto menor a idade do filho mais novo, menor é a probabilidade da mãe participar na força de trabalho. Em 2021, as mulheres com filhos com menos de um ano de idade tiveram quase 50% menos chances de estarem no mercado de trabalho quando comparadas com os pais das crianças. Entre as que trabalhavam, as mães recebiam 23% a menos do que os pais.
É um quadro que precisamos mudar. E a mudança vem por meio da implementação de políticas afirmativas que ampliem os direitos das mães. Por isso é tão importante o pacote de ações para mulheres que foi anunciado pelo Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, em 8 de março último. Entre as propostas, está o projeto de lei para promover a igualdade salarial entre homens e mulheres que exerçam a mesma função, e que se encontra em tramitação no Congresso Nacional.
No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho, a CLT, que acaba de completar 80 anos e é o regime trabalhista adotado pelos Correios, possui dispositivos para proteger as mães. É o caso da garantia de emprego a contar da confirmação da gravidez até cinco meses após o parto e da dispensa do aviso prévio quando a mulher pede rescisão do contrato de trabalho nos casos em que a atividade é prejudicial à gestação.
Mas sempre podemos avançar em relação à obrigação legal. Nos Correios, por exemplo, tivemos orgulho de resgatar, ainda nos primeiros meses de nossa gestão, um direito importantíssimo para todas as mães: a licença-maternidade de seis meses, que amplia o prazo mínimo de quatro meses previsto pela CLT para o benefício.
A licença-maternidade de seis meses havia sido implementada nos Correios em 2008 e vigorou por 12 anos, mas em julho de 2020, durante o governo anterior, foi reduzida para quatro meses. Outra medida adotada pela nossa gestão que vai além do que é previsto pela legislação foi a prioridade à transferência de empregadas que amamentam.
Adotamos essas ações por termos consciência da importância das mães no dia a dia da empresa e da sociedade brasileira. Respeitamos sua trajetória profissional e sabemos das dificuldades que muitas enfrentam, seja pela jornada dupla ou tripla, pela discriminação salarial decorrente do gênero e pelo fato de ouvirem, em entrevistas para empregos ou promoções, perguntas que nunca são feitas aos pais de seus filhos: “Você tem crianças? Com quem elas vão ficar?”.
Que esse Dia das Mães seja, na vida de cada família dos Correios, um marco de reflexão sobre o direito ao maternar com dignidade. Que possamos em um tempo breve ter em nosso País políticas de cuidado como nossos países vizinhos, a exemplo da Argentina, que desde 2021 reconhece o cuidado materno como trabalho para aposentadoria. E que o Brasil que está sendo reconstruído tenha a melodia de um tempo de muita esperança e paz com voz para todas as mães.
Feliz Dia das Mães!”
Fabiano Silva dos Santos
Presidente dos Correios