BRASIL SEM MISOGINIA|
Aderimos à campanha nacional de combate ao ódio e à violência contra a mulher  

Se por um lado a sociedade progrediu em relação à igualdade de gênero, do ponto de vista dos costumes, as atitudes de hostilidade em relação às mulheres estão aumentando. Pesquisas apontam aumento de 251% das denúncias de discurso de ódio contra as mulheres na internet em 2022.  Manifestação da ideologia patriarcal, que submete as mulheres a padrões pré-estabelecidos, a misoginia é a parte propulsora desse tipo de violência.  

Para mudar essa realidade, assinamos um acordo de cooperação técnica em apoio à iniciativa Brasil Sem Misoginia, campanha lançada pelo Ministério das Mulheres, em Brasília, nesta quarta-feira (25). Com a presença da primeira-dama, Janja da Silva, o evento mobilizou diversas instâncias e culminou na adesão de mais de 100 empresas privadas, entidades e movimentos sociais.  

Além de signatários da ação, somos, enquanto empresa pública, agentes de transformação social presentes em todo o país. Durante a vigência do acordo de cooperação, os mais de 87 mil empregados dos Correios e toda população com acesso aos nossos serviços serão impactados com campanhas de utilidade pública e ações de comunicação no âmbito do enfrentamento à misoginia e à violência de gênero em todos os setores da sociedade.  

Os pontos principais de atuação serão na prevenção do feminicídio, violência doméstica e sexual, apoio às mulheres nos espaços de poder, combate à violência on-line e à desigualdade social e econômica entre homens e mulheres (leia mais na Sala de Imprensa). 

No último dia 19, também aderimos ao Guia Lilás da Controladoria Geral da União (CGU), protocolo com orientações para prevenção e tratamento ao assédio moral e sexual e à discriminação no governo federal. Uma das primeiras decisões da atual direção da empresa foi a criação do grupo de trabalho Igualdade de Gênero e Raça, Respeito à Diversidade e Enfrentamento aos Assédios, que tem atuado na promoção da equidade corporativa e na implementação de políticas contra assédio e racismo.

Também foi determinado pelo corpo diretivo dos Correios o retorno da licença maternidade de seis meses às empregadas e do auxílio especial para dependentes com deficiência, benefícios que haviam sido extintos pela gestão anterior, e a prioridade na transferência para vítimas de violência doméstica.

Onde nasce a misoginia  

Em seu livro Down Girl, a lógica da misoginia, a filósofa americana Kate Manne busca esclarecer o termo e entender porque a hostilidade contra as mulheres continua aumentando. Segundo ela, as mulheres alcançaram direitos iguais formalmente, mas ainda não são tratadas como humanas. 

“Os vários movimentos de subordinação e hostilidade contra as mulheres são dinâmicos, ativos e se constituem em manobras contundentes. Eles colocam as mulheres no seu lugar quando elas parecem ter ‘ideias acima da sua posição’. São estados mentais que querem que o mundo permaneça ou seja alinhado com uma ordem patriarcal”, diz um trecho do livro.  

Além da violência física, são exemplos de manobras da misoginia o gaslighting (abuso psicológico), o mansplaining (machoexplicação) e o manterrupting (machointerrupção). O mansplaining, o homem explica para a mulher coisas básicas, que ela já sabe: o conhecido “eu vou te explicar”, dito com entonação paternalista. No manterrupting, o homem interrompe a fala da mulher, mostrando desdém pela opinião feminina. No gaslighting, o homem faz com que a mulher pense estar ficando louca, ou com problemas psiquiátricos.  

Para saber mais, acesse a página Brasil sem Misoginia no site do Governo Federal.