Kárita Sena
Em um país conhecido por sua diversidade de culturas, economias e povos, muitos brasis constituem o gigante Brasil. O território nacional abrange desde grandes e movimentadas metrópoles a pequenas cidades e vilas de zonas urbanas e rurais. São mais de 210 milhões de habitantes e só uma instituição consegue chegar a todos eles: os Correios. Em 60% dos municípios brasileiros, a empresa é a única representante da União.
É o caso da pacata Serra da Saudade, município com a menor população do Brasil. Os seus 781 moradores são conhecidos pelo nome na agência postal da cidade. A demanda pelos serviços de Correios vão desde consulta na Serasa, à emissão e regularização de CPF, passando pelo envio de encomendas, logística reversa, e entrega de cartas.
Ao lado da agência dos Correios, a pracinha e a igreja matriz formam o cenário principal do pequeno município. Há mais de dez anos em Serra da Saudade, o atendente dos Correios Lucas Faria recebe regularmente convites para jantar, jogar baralho e conversar, fruto de uma longa convivência com os moradores. “Já sou de casa”, conta ele, que também faz a distribuição postal na cidade.
Além de Serra da Saudade (MG), Borá (SP) e Araguainha (MT) são os municípios com menor número de habitantes no país, segundo o IBGE. Com uma população de 837 moradores, em Borá não passa ônibus nem tem semáfaro, mas tem Correios. A empresa faz a ligação da população com outros municípios da região e do país, tendo o cartório e a prefeitura municipal entre os principais clientes.
Gerente da agência e também responsável pela distribuição postal na cidade, Reinaldo Pova já passou por vários municípios do interior de São Paulo em seus 21 anos como empregado dos Correios. Há 60 dias na cidade, ele está se adaptando ao ritmo boraense. “Aqui todo mundo conhece todo mundo. É uma cidade bem pacata que só tem os Correios de representante do governo federal, fora um corresponde bancário. Então, não tem como ficar sem. Os Correios são importante em todo lugar”.
Na cidade de Araguainha (MT), os 935 habitantes realizam a maior parte das atividades bancárias pelo Banco Postal dos Correios. Recebimento de malotes, serviços postais da Prefeitura e da área de educação, pagamentos de aposentadoria e salários dos servidores municipais e estaduais são feitos na agência que, junto de quatro pequenos mercados, compõe a cena comercial da cidade.
“Os Correios fazem parte da vida da população de Araguainha”, explica a empregada Edna Santiago, gerente da unidade unipessoal dos Correios no município. “A empresa é a ligação desse povo humilde e sofrido do interior desse país. Somos uma parcela muito importante dessa cidade que valoriza a vida do simples e nossos recursos hídricos”, complementa Edna.
Grande entre as pequenas
A tranquila e hospitaleira Figueirão, no Mato Grosso do Sul, pode ser considerada grande entre os pequenos. Com 3.051 habitantes, a cidade é a menor em população no MS. Ponte entre a zona rural e urbana no município, os Correios encaminham desde documentos da prefeitura, a sêmen bovino para inseminação artificial, postados regularmente por uma fazenda da região.
O agente de Correios Flávio Barbosa faz a distribuição postal na cidade e também gerencia a agência, entregando uma média de 90 objetos simples por dia. Além da inclusão postal, a unidade promove ainda a inclusão bancária, assim como ocorre em outros pequenos municípios do país. “Os Correios são muito importantes para a região. Seja para serviços bancários ou postais, os moradores contam com a empresa”.