INSS
“E-mail, o que é isso?”: nossa entrega de cidadania a aposentados fora do digital

Pode parecer impensável que, em pleno século 21, ainda existam pessoas que nunca ouviram falar de e-mail. Mas basta passar alguns minutos em uma agência dos Correios para perceber que essa realidade é mais comum do que imaginamos. Desde o último dia 30, mais de 425 mil aposentadas, aposentados e pensionistas recorreram ao atendimento da estatal para obter informações sobre descontos indevidos em seus benefícios do INSS.

Um número que revela o tamanho da demanda — e a importância do acolhimento presencial. Nos guichês dos Correios, a pergunta “mas o que é e-mail?” ecoa com frequência surpreendente. Muitas vezes, a resposta é rápida: “quem entende disso é meu filho”. Só que nem sempre há um filho por perto. Às vezes, não há ninguém. Muitas dessas pessoas vivem sozinhas ou em áreas onde a internet sequer chegou.

É o caso de dona Celestina Menezes, moradora da zona rural do Distrito Federal. “A gente é da roça, não entende de internet, dessas coisas. Nem internet tem lá em casa. Aí, fica difícil. Tem que vir para os Correios mesmo. Vim ver se teve desconto na aposentadoria da minha mãe”, afirmou.

Essas histórias, que costumam passar despercebidas no Brasil hiperconectado, motivaram uma força-tarefa dos Correios, em parceria com o Governo Federal, para atender pessoalmente quem teve descontos indevidos no benefício do INSS — um alívio para quem não domina o mundo digital.

Logo no primeiro dia da ação, seu Luiz Lourenço, de 78 anos, estava lá na agência da Ceilândia (DF), uma das mais movimentadas da capital. Quando questionado se tentou resolver pela internet, foi direto: “Eu não sei mexer no celular pra entrar no site do Meu INSS.” A história se repete com seu Normando Ayres, de 81: “Eu não tenho internet.”

Outros tentaram — com ajuda dos filhos, pelo site ou pelo 135 — mas sem sucesso. Foi o caso de seu Francisco das Chagas, em Brasília, e do seu José de Ribamar, em Belém. Já dona Maria Gonzaga até conseguiu entrar no site, mas não entendeu o que viu. “Então vim tirar minhas dúvidas aqui”, contou.

O serviço, oferecido em parceria com o Governo Federal, será prestado por tempo indeterminado. “Os Correios são um espaço de confiança. Nosso atendimento é presencial, humano, e nossos profissionais foram treinados especialmente para isso”, destacou o presidente da instituição, Fabiano Silva dos Santos.

O dirigente lembra que os Correios são uma instituição federal, familiar ao povo brasileiro, e que isso traz segurança: “Nossos funcionários são empregados públicos, o que significa que têm fé pública. Isso dá validade legal ao atendimento que prestam”, garantiu.

Essa confiança foi o que levou seu João Batista, de Natal (RN), a procurar os Correios. “É o único lugar que eu confio. Eu não tenho muita prática com aplicativo, e quem não sabe usar pode cair num golpe. Aqui eu tô tranquilo. Sei que é uma casa que ajuda as pessoas.”

Para atender essa grande mobilização, mais de 5 mil agências próprias estão prestando o serviço em todo o País. E milhares de atendentes foram capacitados. “A gente vê a preocupação nos olhos deles. Mas, com calma, vamos resolvendo. É a nossa forma de ajudar a sociedade”, conta a atendente Odelcelina Siqueira, de Goiânia (GO).

Nas agências é possível verificar descontos indevidos e, se for o caso, iniciar o pedido de reembolso. Quem não teve desconto também recebe um comprovante. E, após 15 dias úteis, os aposentados podem retornar para saber se o pedido foi aprovado.

Num país cada vez mais digital, os Correios mostram que a conexão que mais importa ainda é a humana. Porque quando a tecnologia não dá conta, o que realmente acolhe é o calor de um atendimento presencial. “Foi melhor resolver aqui do que correr atrás em outro canto. Aqui nos Correios, foi especial”, resume dona Tereza Nogueira, aliviada após o atendimento em um lugar que, há anos, ela sabe que pode confiar.

Veja a cobertura dos primeiros dias de atendimento:

Jovens aprendizes dos Correios celebram formatura e conquistas  

João Victor: “ano de aprendizado e responsabilidade”. Foto: Divulgação/Correios.

Acreditamos que o sucesso do futuro se escreve no presente. Essa também é a lição que a 12ª turma de Jovens Aprendizes dos Correios levou para casa nesta terça-feira (18), em Brasília (DF). Além de receberem o certificado de conclusão do programa, os alunos também conquistaram o título de assistente administrativo pelo Senai, abrindo portas para novas oportunidades em suas carreiras.

Mais de 100 jovens, com idades entre 14 e 23 anos, saem dessa formação com uma experiência valiosa no currículo, adquirida em uma empresa pública de renome e credibilidade. Além de impulsionar o desenvolvimento profissional, temos o compromisso de incentivar o crescimento pessoal dos jovens que estão dando os primeiros passos no mercado de trabalho. Em 15 anos de Programa, mais de 20 mil aprendizes passaram por nossas agências, centros de distribuição, gerências e departamentos.

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Papai Noel dos Correios: o que faz a campanha ser tão especial

Juliana Miranda

Pet influencer: o pequeno e sociável chihuahua, Frederico Alfredo, usa suas redes sociais para divulgar a campanha Papai Noel dos Correios. Foto: Arquivo pessoal

A cada ano, a campanha Papai Noel dos Correios traz um espetáculo de emoções, generosidade e surpresas. Na sua 35ª edição, não foi diferente. A ação de solidariedade, que conecta cartas de crianças a corações dispostos a realizar sonhos, é uma tradição que emociona o Brasil.  

Embora o pedido de uma criança sempre represente mais do que um objeto, pois é um sonho, há aqueles que fogem do convencional (bolas, bonecas, carrinhos e material escolar, por exemplo) e arrancam risos e lágrimas de quem lê as cartinhas, seja pelo pedido, seja pela história por trás dele.

É o caso da carta de Egor, de 7 anos, um imigrante russo que mora no Ceará. “A minha família deixou a Rússia e agora vivemos no Brasil”, conta a criança. Um irmão, uma irmã e o gato preferido de Egor, Pedro, ficaram em Moscou. “Peço-lhe, Papai Noel, que traga o meu gato para o Brasil”, diz ele.

Carta de Egor (7) para o Papai Noel dos Correios. Foto: Divulgação/Correios

Já o pedido de Maria Luíza, de 10 anos, outra moradora do Ceará, não é para ela, mas para os vizinhos. “Quero pedir vários brinquedos para distribuir na minha rua, pois eles não têm muitos. Gosto muito deles, por isso faço esse pedido”, explica ela.

Pedro Henrique, de 9 anos, fez um pedido duplo, um beyblade para ele, e um olho de vidro para o pai, que perdeu a visão quando Pedro ainda era bebê. Na cartinha, o menino desenhou vários símbolos natalinos, além de um olho dentro de um coração.

Carta de Maria Luiza (10) para o Papai Noel dos Correios. Foto: Divulgação/Correios.

Por conta do trâmite que envolve o transporte internacional de animais, não foi possível trazer o gatinho de Egor, mas as três cartinhas foram adotadas e receberão presentes.

Um padrinho especial

Algumas vezes, não é a carta que é inusitada, mas o padrinho. É o que acontece com o baiano Frederico Alfredo. Morando atualmente no Espírito Santo, ele é influencer e trabalha com voluntariado, atuando como terapeuta em hospitais de sua cidade. Há três anos, ele usa suas redes sociais para divulgar a campanha Papai Noel dos Correios, chamando seus milhares de seguidores para adotarem cartinhas. Muito atuante, Frederico Alfredo é um pequeno e sociável cão da raça Chihuahua.

O envolvimento de Frederico Alfredo com o Papai Noel dos Correios foi herdado de sua tutora, a advogada e atriz Jamili Saade. Há mais de 20 anos, a mãe de Jamili tinha o hábito de pegar várias cartinhas da campanha e distribuir entre a família. Após adulta, Jamili passou a pegar suas cartas e, com a chegada de Frederico Alfredo, viu a possibilidade de contribuir para a divulgação da campanha. Desde então, o padrinho não perde uma edição, sempre vestido a caráter, seja de árvore de Natal ou de Papai Noel.

Outra curiosidade é que Jamili e o marido, o também advogado Daniel Pedroso, já foram “viciados” em máquinas de pegar pelúcia, que geralmente está em shopping centers ou outros estabelecimentos comerciais. Ao longo dos anos, o casal acumulou dezenas de brinquedos, que hoje são destinados a doações, inclusive, a cartinhas do Papai Noel dos Correios. O Instagram de Frederico Alfredo é @frederico_alfredo.

Campanha monumental

Celebrando os 35 anos do Papai Noel dos Correios, o Cristo Redentor, umas das setes maravilhas do mundo moderno, estampou na última quarta-feira (18) a marca da maior campanha de Natal do Brasil. A iluminação especial, inédita na história dos Correios, foi viabilizada pela CNP Seguradora, nossa parceira na venda de seguros. A seguradora também é uma das maiores apoiadoras da campanha, adotando centenas de cartas.

A projeção é uma forma de agradecer a solidariedade do povo brasileiro ao longo das décadas de campanha e a dedicação de cada empregada e cada empregado que fazem o Papai Noel dos Correios acontecer. “Graças à união desses esforços e ao empenho de todos, em 2023, pela primeira vez atendemos 100% dos pedidos feitos pelas crianças e neste ano nossa meta é repetir esse marco histórico: nenhuma criança vai ficar sem presente”, afirma o presidente dos Correios, Fabiano Silva dos Santos. Leia mais.

Números

Em 2024, a campanha Papai Noel dos Correios celebra 35 anos de solidariedade. Neste ano, mais de 300 mil cartas já foram adotadas, superando a marca de 2023, quando, pela primeira vez, todos os 270 mil pedidos recebidos foram atendidos.  

Também foram disponibilizadas para adoção, de forma inédita, cartas de menores assistidos pelas Coordenadorias da Infância e da Juventude dos Tribunais de Justiça das capitais, resultado de uma parceria entre os Correios e o Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

Luta contra a fome

A campanha Papai Noel dos Correios 2024 também ganhou um reforço de peso nesta edição : a ONG Ação da Cidadania. A organização atenderá todas as cartinhas da campanha natalina que pediram cestas básicas, item escolhido por quase 600 crianças como presente. A união entre as duas instituições reforça o compromisso com a construção de um país onde a fome seja erradicada e todos tenham a oportunidade de viver com dignidade. Leia mais.