Todo ano, os alunos de escolas públicas no Brasil recebem livros
didáticos novos. Isso é possível porque, há 25 anos, os Correios realizam com
eficiência, em todo o país, a megaoperação do Programa Nacional do Livro
Didático do FNDE. Para se ter ideia do tamanho da operação, em 2020 a empresa
vai entregar mais de 170 milhões de objetos, número 13% maior que no último
ciclo. Para isso, são mobilizados milhares de empregados em processos modernos,
sempre com o compromisso de levar os livros a cada estudante do Brasil.
O Ministério da Saúde estima que 135 mil pessoas vivem com HIV no Brasil e não sabem. Para viabilizar o diagnóstico, em 2019 o Sistema Único de Saúde (SUS) passou a oferecer kits de autoteste de HIV. Graças aos Correios, em alguns locais já é possível fazer a autotestagem na privacidade de casa, de forma gratuita.
O projeto “A hora é agora”, parceria entre Prefeitura de Curitiba, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e o Centers for Disease Control and Prevention (agência de saúde americana), desenvolveu uma plataforma virtual (www.ahoraeagora.org) onde é possível solicitar o envio do autoteste por meio dos Correios na capital do Paraná. Dois tipos de kits de autotestagem estão disponíveis: o que utiliza fluido oral e o que retira uma pequena amostra de sangue do dedo por punção digital.
Segundo a coordenadora do Programa Municipal de DST e Aids de Curitiba, Liza Bueno Rosso, o envio dos kits pelos Correios possibilita atingir um público maior. “As pessoas ficam mais à vontade recebendo e fazendo o teste em casa, com privacidade”, disse. O autoteste é recebido por correspondência, em embalagem sigilosa.
Desde janeiro, fortes chuvas castigam Minas Gerais. Temporais caíram sobre várias regiões por horas e transformaram o cenário de muitas cidades. Ao virar o mês, 196 municípios mineiros estavam em situação de emergência e outros cinco em estado de calamidade pública. Em Belo Horizonte e região metropolitana, por exemplo, foi registrado o maior volume de chuvas para o mês de janeiro dos últimos 110 anos, desde que começou a medição.
Para
que a ajuda humanitária chegue rápido aos milhares de desabrigados e
desalojados espalhados por Minas, a atuação dos Correios é essencial. “Nenhuma
outra transportadora, mesmo que o estado tivesse condições de pagar, teria
prestado um serviço como este que os Correios prestam. Sem o apoio da empresa,
essa distribuição de donativos ficaria muito prejudicada. São locais de acesso
difícil. Os Correios acabaram fazendo com que os donativos, alimentos remédios,
coisas urgentes, chegassem até às mãos das pessoas que precisam de forma
rápida”, reconhece o governador de Minas Gerais, Romeu Zema.
A ação institucional “Solidariedade Expressa” é uma iniciativa realizada pela empresa sempre que ocorrem situações que envolvem estado de emergência ou de calamidade. A qualquer momento, seja dia, noite, feriado ou fim de semana, os Correios estão a postos para fazer o transporte gratuito de donativos.
Neste 25 de janeiro, os Correios celebram os 357 anos da institucionalização dos serviços postais regulares no país e a criação do cargo de Correio-Mor das Cartas do Mar. O marco escolhido também homenageia os profissionais que, até hoje, percorrem avenidas, ruas e vielas para entregar aos brasileiros cerca de 20 milhões de objetos, todos os dias.
A entrega domiciliar de
correspondências teve início em 1835, mas só no Decreto 255, de 29 de
novembro de 1842, que a palavra carteiro foi usada oficialmente
pela primeira vez. O documento também previa a perda da comodidade de receber
as correspondências em casa, para aqueles que maltratassem o profissional.
É fácil constatar
que, ao longo do tempo, os carteiros ganharam não apenas o
respeito, mas a confiança e o carinho do povo. Não é à toa. Carregando incontáveis histórias
em suas bolsas, durantes suas andanças eles acompanharam o desenvolvimento
das cidades, o crescimento dos bairros, famílias se transformarem,
negócios surgirem… A vida se desenrolar, em meio a tantos passos da
jornada.
Atualmente, mais de 55 mil carteiros percorrem, por dia, cerca de 435 mil quilômetros, seja a pé, de carro, moto ou bicicleta. Para se ter uma ideia, isso corresponde a percorrer 98 vezes os pontos extremos do Norte ao Sul do Brasil, do Monte Caburaí, em Roraima, ao Arroio Chuí, no Rio Grande do Sul, ou 100 vezes os extremos de Leste a Oeste , entre o Ponta do Seixas, na Paraíba, e a Serra Contamana, no Acre.
Uma rotina desafiadora, cumprida com orgulho e dedicação. Faça chuva ou sol escaldante, seja com latidos ou lambidas carinhosas dos cachorros, lá estão eles, vestidos de azul e amarelo, movidos pela missão de aproximar pessoas, negócios, governos, entregando sempre as melhores soluções.
Carteiro em verso e prosa
Querido e admirado em todo o mundo, o carteiro tem sido fonte de inspiração para muitos artistas. Ao longo dos anos, estes profissionais foram retratados na música, no cinema, na pintura e na literatura.
A chegada de uma correspondência muito aguardada também inspirou a dupla sertaneja Tião Carreiro e Pardinho a escrever a canção “Carteiro”, em 1961: “eu estava no portão quando o carteiro passou. Tirou da correspondência uma carta e me entregou”.
“Quando o carteiro chegou e o meu nome gritou com uma carta na mão.” A música “Mensagem”, composta nos anos 1940 e sucesso na voz de Isaurinha Garcia, é apenas uma das que trazem o profissional em seus versos.
Uma das mais conhecidas composições que retratam o profissional é “Please Mr. Postman” (Por favor senhor carteiro), imortalizada em gravações dos Beatles (1963) e dos Carpenters (1974). Nos versos, um pedido: “por favor, senhor carteiro. Olhe e veja se há uma carta em sua bolsa para mim”.
O filme italiano “Il Postino” (O carteiro e o poeta), de 1994 retrata a amizade entre o poeta chileno Pablo Neruda e um carteiro. Mario, que quer aprender a fazer poesia, fica encarregado de levar a correspondência a Neruda, em exílio na Itália.
O cinema também conta, na película “L’Incroyable histoire du facteur Cheval” (A incrível história do carteiro Cheval), de 2018, como Joseph Ferdinand Cheval constrói um palácio em homenagem à filha Alice. Na história verídica, que se passa no final do século 19, o carteiro francês começa a recolher pedras durante sua caminhada no trabalho e passa as noites construindo o edifício, que fica pronto em 33 anos. O lugar tornou-se famoso ao despertar a atenção de escritores como André Breton e Anaïs Nin e de pintores como Pablo Picasso. O “Palais Idéal” é hoje patrimônio cultural da França.
Nas telinhas, o carteiro Jaiminho, do seriado Chaves, também ganhou a simpatia do público no mundo inteiro e foi até homenageado com uma estátua na cidade mexicana de Tangamandapio.
A figura carismática do profissional também foi a personagem principal de uma série de animação da televisão britânica, “Postman Pat” (Carteiro Paulo), de 1981 a 2004. Voltado ao público infantil, o programa mostra as aventuras do carteiro Pat Clifton que entrega correspondências junto com o gato Jess no vilarejo fictício de Greendale. A história também chegou às telonas, transformada em filme em 2014.
Foram as andanças pela cidade de Franca, interior de São Paulo, mais especificamente pelo bairro Jardim Paulista, que despertaram no carteiro Luís Fernando de Sousa um olhar diferente em relação à comunidade na qual trabalha. Há 22 anos no ofício, a pé ou de bicicleta, ele pôde observar a carência de diversas famílias, que não tinham o mínimo básico, como alimentos. A partir daí, Luís deu início a um trabalho social que se transformou em uma de suas paixões.
A formação em Educação Física, somada ao trabalho como carteiro – que o fez conhecer de perto a realidade das pessoas –, deu início ao projeto social “Meninos do Bem”. A iniciativa oferece aulas gratuitas de futebol a crianças e distribui cestas básicas arrecadadas voluntariamente. “As aulas são ministradas por mim. Também faço um acompanhamento dos boletins escolares e ensino os princípios básicos do futebol, exercícios físicos, além de incentivá-los a ter disciplina, dentro e fora do campo”, explica Luís Fernando.
Mas o
carteiro vai ainda mais longe nessa entrega, sendo responsável por recolher,
entre os colegas de trabalho do CDD Franca, alimentos que irão compor as cestas
básicas distribuídas para as famílias carentes do projeto, ou para aquelas
indicadas pelos demais carteiros. “Entregar essas cestas para mães e pais de
família, vê-los com os olhos cheios de lágrimas de emoção, é algo que me deixa
com o coração partido por estarem passando necessidade. Mas, ao mesmo tempo,
tenho a sensação de dever cumprido”, afirma.
Acompanhar
o progresso dos meninos que saíram do projeto e, agora, estão no mercado de
trabalho é outra satisfação do carteiro. “Fico muito feliz e realizado.
Enquanto Deus me der saúde, farei esse trabalho com amor”, destaca.
Se essa rua fosse minha
Já no
Espírito Santo, o carteiro Alexsander dos Santos é mais um dos profissionais
dos Correios que fazem a diferença pelas ruas por onde passam. Na empresa há 16
anos, desde 2005 ele atua em Vila Valério, a 240 km da capital Vitória. Com
cerca de 14 mil habitantes, o município, fundado em 1994, foi sendo numerado
aos poucos, mas ainda eram raras as placas de identificação das ruas.
No dia
a dia de trabalho como carteiro, Alex, como é chamado, foi conhecendo as
pessoas, as autoridades e ganhando a confiança do poder público. Assim, há
cerca de quatro anos ele recebeu um convite da Câmara Municipal: ajudar no
projeto para demarcação das ruas de Vila Valério.
“A educação salvou minha vida”. A frase forte e cheia de sentimentos é o grande lema de vida do carteiro Tiago da Silva, 30. Natural da cidade de Junqueiro, em Alagoas, o carteiro da AC São Miguel dos Campos vivencia uma jornada voluntária para celebrar, estimular e defender a leitura, o empreendedorismo e a inspiração. Para tanto, ele desembarca em escolas, ONGs, aldeias, igreja e grêmios estudantis. Nesses locais, realiza a distribuição de livros, incentiva o desenvolvimento de projetos de extensão e promove palestras e oficinas. Em cinco anos, o “Mochileiro pela Educação” já visitou 62 cidades brasileiras, distribuiu mais de três mil livros paradidáticos e realizou mais de 200 ações, entre palestras e oficinas.
Nos Correios desde novembro de 2013, Tiago sempre está com a agenda cheia. Para conciliar as duas atividades, retira dos ombros a bolsa de carteiro utilizada durante a distribuição domiciliária e coloca nas costas a mochila repleta de livros e sonhos. Suas ações ocorrem ao término do expediente, nos fins de semanas e também nos feriados.
O primeiro selo data do século 19. Mais de duzentos anos depois,
a peça ainda é utilizada nos objetos postais, mas de lá pra cá, muita inovação
foi aplicada a esse pequeno pedaço de papel.
A utilização em vários formatos é uma delas. Em 2002, os Correios lançaram o primeiro selo redondo brasileiro, dentro da emissão “Campeões do Mundo de Futebol do século 20”. Os países que já haviam ganhado a Copa do Mundo – Argentina, Alemanha, Itália, França, Uruguai e Inglaterra – participaram desse grande projeto filatélico, junto com os Correios do Brasil.
Em 2003, a peça alusiva à luta contra o HIV/AIDS foi lançada no formato de coração, e a do Natal, no formato triangular e autoadesiva.
Ao longo de dois meses, a campanha o Papai Noel dos Correios demonstrou o quanto essa grande corrente do bem, que une empresa, empregados e sociedade em geral, está cada vez mais forte. Neste ano, mais de 600 mil das cartas foram adotadas. Já são mais 1,8 milhões de cartinhas apadrinhadas em todo o país nas últimas três campanhas.
Nessa edição especial, quando a ação completa 30 anos, foi possível mais uma vez se emocionar tanto com histórias e personagens que marcaram a campanha como também renovar os sentimentos de solidariedade e esperança.
O Papai Noel dos Correios nasceu pela iniciativa de alguns empregados que, durante a rotina de trabalho, recebiam cartinhas escritas por crianças destinadas ao Papai Noel, mas sem endereço. Sensibilizados, alguns deles resolveram adotar as cartinhas e enviar os primeiros presentes. O relato da Dona Nilza, de 69 anos, é uma prova dessa iniciativa social histórica. A moradora do Rio de Janeiro ainda lembra do gesto de um carteiro, que, em 1956, entregou a ela duas bonecas, como havia pedido em uma cartinha que ela escreveu e entregou em uma agência do Correios.
Estampando o canto das cartas, as emissões filatélicas não só comprovam o franqueamento de objetos postais: são fonte de conhecimento e cultura. Personalizados, especiais, comemorativos ou promocionais, os selos também cumprem um papel artístico e social. Em 2019, fatos históricos e questões ambientais ganharam destaque e personalidades foram eternizadas. Relembre as principais emissões lançadas durante o ano:
Personalidades
A primeira emissão filatélica de 2019, lançada em 4 de janeiro, foi o selo comemorativo em tributo ao centenário do nascimento do professor Fernando Figueira, médico e catedrático, que deixou como herança um dos maiores legados da medicina brasileira. O ano seguiu com emissões homenageando pessoas com relevância social e cultural.
A série “Mulheres que
Fizeram História” celebrou a vida de Elza Soares,
Hortência, Hebe Camargo, Carolina Maria de Jesus, Maria da Penha e Aracy de
Carvalho Guimarães Rosa. Machado de Assis e Joaquim Nabuco foram lembrados na
emissão especial Imortais da Academia Brasileira de Letras. Os 130 anos do
nascimento de Cora Coralina, a mais famosa poetisa goiana e uma das mais
admiradas do país, receberam homenagem dos Correios por meio da emissão de selo
personalizado.
Nesta época do ano a missão dos Correios de conectar pessoas, instituições e negócios ganha novos verbos: sonhar, emocionar, doar, incluir…A campanha Papai Noel dos Correios está no auge, com mais de 500 mil cartinhas adotadas em todo o país. A maioria dos pedidos faz parte do universo lúdico infantil: bola de futebol, boneca, carrinhos, itens escolares. Mas muitas cartinhas revelam não apenas desejos de consumo e sim necessidades básicas de bem estar físico e emocional.
Eduardo de 11 anos, deficiente auditivo desde o primeiro ano de vida, mora em Cuiabá no Mato Grosso, e escreveu ao bom velhinho pedindo um aparelho auditivo. Um boneco do homem aranha apareceu como segunda opção. A realização do sonho, com tudo o que tinha direito, veio de outro por outro estado, o Rio de Janeiro. No final de novembro Eduardo colocou o aparelho no Centro de Saúde Auditiva Eurico Ângelo de Oliveira Miranda, do Hospital Dr. Moacyr Rodrigues do Carmo, em Duque de Caxias, Baixada Fluminense.
No Rio Grande do Norte crianças do Instituto de Educação e Reabilitação de Cegos do RN (Ierc) escreveram cartinhas em braile que foram transcritas para o português e disponibilizadas para adoção. O Instituto dos Cegos, em João Pessoa, na Paraíba, também escreveu cartas em braile. Para muitos esta foi a primeira experiência de escrever carta para o Papai Noel e os pedidos estavam na ponta da língua e dos dedos. Alegria, expectativa e inclusão marcaram esse momento mágico.