Entra em circulação desta quinta-feira, 23 de abril, a emissão postal comemorativa 150 anos do Chorinho. Com arte de José Carlos Braga, é composta por um bloco de 6 selos, de valor facial 1º Porte da Carta (R$ 2,05 cada selo). A peça possui formato diferenciado, e representa a fusão entre um bandolim e um pandeiro, instrumentos típicos do gênero musical Choro. A boca do bandolim é formada pela lua, que na arte aparece complementando a paisagem dos arcos da lapa, local onde o Chorinho desenvolveu-se em seus primórdios. Os seis selos trazem os instrumentos utilizados no Choro: flauta transversal, bandolim, violão de 7 cordas, cavaquinho, pandeiro e clarinete. Esta emissão foi feita em parceria com a Casa do Choro do Rio de Janeiro, responsável por assinar o edital. O bloco estará disponível nas principais agências de todo o país e na loja virtual dos Correios.
O Choro surgiu de uma união singular de ritmos, sendo sua história marcada pela chegada de instrumentos e influências musicais europeias com a mudança da família real portuguesa para o Rio de Janeiro em 1808. Destacam-se como influência para o gênero que então iria surgir a quadrilha, a valsa e a polca. Mas não só os elementos europeus foram importantes para a história do Choro, como também a incorporação da música africana, especificamente o lundu, estilo caracterizado pelo uso de “percursão, palmas e refrões”. (DINIZ, 2003, p.17).
Foi em 1870 que se iniciaram os primeiros conjuntos de Choro. Especificamente, o flautista Joaquim Callado organizou o mais importante grupo da época, o “Choro de Callado”, formado por músicos conhecidos à época como “Chorões”. Este ano é tido como marco historiográfico acerca do gênero e, por isso, em 2020 celebramos os 150 anos do Choro no Brasil. Juntamente a Callado, outros músicos da época foram responsáveis pela consolidação deste estilo musical, como o pianista Henrique Alves de Mesquita, a pianista Chiquinha Gonzaga (que inclusive já foi homenageada em selo postal), o regente Anacleto de Medeiros e o Pianista Enersto Nazareth.
Existem diversas versões a respeito da origem do nome “Choro”. De acordo com André Diniz, no Almanaque do Choro, uma das teorias, do maestro Batista Siqueira, indica que o termo seria a junção do verbo “chorar” e chorus (palavra latina para “coro”). A denominação “chorinho” também é utilizada para fazer referência ao gênero. Em 1910, ambas as palavras começaram a ser utilizadas nos selos e capas dos discos para fazer referência ao gênero (RIZZI, 2016, pos.2032). Esta emissão é mais um marco na divulgação da cultura e dos gêneros musicais, de grande importância para o Brasil e para o mundo, por meio da filatelia.
Roda de Choro Virtual
Dia 23/4 é o Dia Nacional do Choro, data escolhida em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha uma das figuras exponenciais da música popular brasileira e em especial do choro. Os Correios, pensando neste momento de isolamento e restrições, convidam a todos para, a partir de hoje, participar de uma grande Roda de Choro Virtual e apresentar a excelência da nossa música, da nossa raiz, o nosso Chorinho e homenagear artistas que fazem parte dessa história que ficou consagrada com Pixinguinha. Artistas como Hamilton de Holanda e seu irmão Fernando Cesar e grandes escolas de música, Clube do Choro e Casa do Choro, já fazem parte dessa roda. Participar é simples.
1. Escolha sua música de Chorinho preferida,
2. Grave seu vídeo com a sua apresentação musical
3. Publique nas redes sociais.
Você pode fazer isso de três formas:
Post: publique seu vídeo gravado como post marque as hashtags #filatelia,#correiosoficial #chorinho e #150anosdoChorinho.
Stories: no seu vídeo gravado marque com @correiosoficial para compartilharmos e criarmos a grande roda.
Live: se puder, divulgue antes com um post e marque as hashtags #filatelia,#correiosoficial #chorinho e #150anosdoChorinho
*Frase de Heitor Villa-Lobos (DINIZ,2003 p.11)
Referências: DINIZ, André. Almanaque do Choro. a história do chorinho, o que ouvir, o que ler, onde curtir. Rio de Janeiro: Zahar, 2003 RIZZI, Celso. Música brasileira. E-galáxia, 2016. Edição do Kindle.