SOLIDARIEDADE EXPRESSA
Correios leva ajuda humanitária em casos de calamidade ou emergência

Correios realiza transporte gratuito de donativos em casos de estado de emergência ou de calamidade. (Foto: Divulgação/Correios)

Sandra Santos

Desde janeiro, fortes chuvas castigam Minas Gerais. Temporais caíram sobre várias regiões por horas e transformaram o cenário de muitas cidades. Ao virar o mês, 196 municípios mineiros estavam em situação de emergência e outros cinco em estado de calamidade pública. Em Belo Horizonte e região metropolitana, por exemplo, foi registrado o maior volume de chuvas para o mês de janeiro dos últimos 110 anos, desde que começou a medição.

Para que a ajuda humanitária chegue rápido aos milhares de desabrigados e desalojados espalhados por Minas, a atuação dos Correios é essencial. “Nenhuma outra transportadora, mesmo que o estado tivesse condições de pagar, teria prestado um serviço como este que os Correios prestam. Sem o apoio da empresa, essa distribuição de donativos ficaria muito prejudicada. São locais de acesso difícil. Os Correios acabaram fazendo com que os donativos, alimentos remédios, coisas urgentes, chegassem até às mãos das pessoas que precisam de forma rápida”, reconhece o governador de Minas Gerais, Romeu Zema. 

A ação institucional “Solidariedade Expressa” é uma iniciativa realizada pela empresa sempre que ocorrem situações que envolvem estado de emergência ou de calamidade. A qualquer momento, seja dia, noite, feriado ou fim de semana, os Correios estão a postos para fazer o transporte gratuito de donativos.

Em Minas, a empresa integra uma força tarefa especial, formada por Defesa Civil, Polícia Militar e Serviço Voluntário de Assistência Social (Servas) daquele estado. “A Defesa Civil coleta os donativos nos municípios de todo o estado. As doações ficam reunidas em batalhões da PM. Os Correios trazem essas cargas até Belo Horizonte, onde são preparados os kits de ajuda humanitária de acordo com regras internacionais. Da capital mineira, levamos esses itens para os municípios atingidos”, explica o assessor técnico da SE/MG Luiz Flávio Nardy, ressaltando que a capacidade logística dos Correios é fundamental para responder com eficiência e eficácia a necessidades como essa ocorrida em Minas.

Correios integra força tarefa formada por Defesa Civil, Polícia Militar e Serviço Voluntário de Assistência Social . (Foto: Divulgação/Correios)

Até o dia 11 de fevereiro, os Correios já haviam transportado cerca de 350 toneladas de donativos em Minas. “Fazer a ajuda chegar em tão pouco tempo a diversas cidades mineiras exige uma operação coordenada utilizando a malha logística de transportes dos Correios. Ressaltamos, também, a participação, dedicação e a solidariedade dos nossos carteiros, motoristas e operadores que vêm trabalhando com afinco para garantir o atendimento às necessidades da população”, destaca o superintendente estadual dos Correios em Minas Gerais, Luiz Enéas da Silva.

Corrente do bem – As chuvas continuam na região. O número de pessoas que tiveram que deixar suas casas ou que perderam tudo por causa das enchentes já soma cerca de 55 mil em Minas Gerais. Entre elas, está o carteiro Kevin Heitor, da AC Espera Feliz. A agência tem o mesmo nome que o município, que teve cerca de 85% da área urbana alagada.

“Saí para ajudar uns amigos que moram na beira do rio, ajudando a subir cadeira, televisão, e eu tranquilo, porque a água nunca tinha ido nem perto da minha casa. Daqui a pouco minha mãe me ligou, falando que a água estava subindo muito rápido. Em questão de duas horas, subiu três ou quatros metros. Já escutei das pessoas: ‘poxa, mas você não tirou nada?’. Não, eu estava ajudando os outros, a água nunca tinha subido até em casa”, conta Kevin.

Apesar de ter perdido tudo, o carteiro dá uma lição de resiliência e força ao se preocupar com toda a cidade. “Tem que saber olhar pra frente e ajudar os outros, principalmente aqueles que moram em áreas mais humildes. A gente agradece toda a ajuda”, ressalta.