Para a 14ª emissão do ano, lançamos o Bloco Homenagem ao Monumento do Cristo Redentor em que a arte composta por 4 obras originais do artista Oskar Metsavaht, ao fundo uma fotografia em tons de cinza onde o Cristo Redentor em primeiro plano aparece sobre o Monumento Natural das Ilhas Cagarras, unidade de conservação localizada em frente à Praia de Ipanema, no Rio de Janeiro. Os 3 selos, sobrepostos ao fundo, são obras icônicas do olhar do artista para o Cristo Redentor, revelando sua ‘pele’, formada por milhares de pequenos triângulos de pedra-sabão. As fotos foram impressas em preto com fundo prata para ressaltar os detalhes do monumento. Acima dos selos apresentamos a assinatura comemorativa junto da logomarca oficial do Santuário Cristo Redentor.
Em 1921, nos preparativos para as comemorações do centenário da independência, um grupo de leigos chamado “Círculo Católico” lançou novamente a ideia que já circulava no imaginário nacional desde o final do século XIX: a construção de uma estátua de Jesus Cristo sobre o Monte Corcovado. O engenheiro carioca Heitor da Silva Costa apresentou o projeto vencedor, que trazia a imagem de Jesus sobre um pedestal, segurando uma grande cruz com a mão esquerda, e o globo com a mão direita.
Em 1922, sob a liderança da escritora Laurita Lacerda, cerca de vinte mil mulheres apresentaram um abaixo-assinado ao presidente Epitácio Pessoa, pedindo autorização para a construção do monumento. Em 1923, Dom Sebastião Leme, organizou uma grande campanha de arrecadação para o monumento, que foi construído com doações do povo brasileiro.
Naquele mesmo ano, após críticas da Escola Nacional de Belas Artes, Dom Sebastião Leme solicitou a Heitor da Silva Costa a alteração do projeto, para que pudesse ser visto de longe, com maior simbolismo religioso. Com a ajuda do pintor Carlos Oswald, Heitor da Silva Costa projetou a imagem de Jesus com o tronco ereto e os braços abertos, com o mundo aos seus pés.
Em 1924, Heitor da Silva Costa viajou a Paris, onde contratou o escultor francês Paul Landowski, especialista no estilo art decó. Entre 1924 e 1926, Paul Landowski realizou uma maquete e a escultura em tamanho real da cabeça e das mãos do monumento, cujos moldes em gesso foram enviados ao Brasil em partes numeradas. O engenheiro francês Albert Caquot realizou os cálculos estruturais.
Antes de retornar ao Brasil, Heitor da Silva Costa decidiu que o monumento em concreto armado seria todo revestido por um grande mosaico de pedra sabão, um material bonito, maleável, resistente ao calor, ao frio e à erosão. Ele foi construído em cinco anos, entre 1926 e 1931, unindo a engenharia, a arquitetura e a escultura, graças ao trabalho primoroso dos operários. O arquiteto Heitor Levy foi o mestre de obras da construção, e Pedro Fernandes Viana foi o engenheiro fiscal.
Em 1929, Dom Sebastião Leme solicitou que um singelo coração fosse moldado no peito da estátua, tornando-a uma imagem estilizada do Sagrado Coração de Jesus. O monumento foi inaugurado em 12 de outubro de 1931, dia de Nossa Senhora Aparecida. Por isso, foi construída na base do monumento uma capela dedicada à Padroeira do Brasil.
Ao longo destes 90 anos, os Correios emitiram vários selos retratando o monumento ao Cristo Redentor. Convidado pela Arquidiocese do Rio de Janeiro e o Santuário Cristo Redentor para imprimir seu olhar sobre o monumento, Oskar Metsavaht mergulhou na construção da estátua modernista em concreto armado que resultou numa pesquisa artística, arquitetônica e conceitual sobre o Cristo Redentor. O artista apresentou uma leitura contemporânea de sua simbologia, onde espiritualidade, arte e arquitetura se cruzaram em uma divina geometria, criando um dos mais belos e significativos símbolos da cultura universal.
Após esta imersão, Oskar Metsavaht realizou a exposição individual “Cristo Redentor − Divina Geometria”, lançada em 2016, no Museu Histórico da Cidade do Rio de Janeiro, que seguiu para São Paulo em 2019, no Museu de Arte Sacra.
E agora, para celebrar os 90 anos desse monumento icônico, Oskar foi mais uma vez convidado para homenagear esse símbolo nacional com a criação de um bloco postal para esta data comemorativa, composto por três de suas obras da série “Divina Geometria” como selos.
Assim, entre tantas curiosidades descobertas ao longo dessa imersão do artista, o fato dessa mobilização da sociedade para a construção do Cristo Redentor ser representada através dos milhares de mosaicos de pequenas pedra-sabão, onde cada um caracteriza uma pessoa ou família que contribuiu com doações ou trabalho, revela que a construção do Cristo Redentor foi um projeto pioneiro de crowdfunding.
Oskar percebeu que poderia provocar a reflexão e, principalmente, a sinergia neste trabalho com o conceito de tecido social, que é uma ferramenta para descrever e compreender as inter-relações sociais que perpassam toda e qualquer sociedade, onde tanto sua coesão quanto o seu esgarçamento variam ao longo da História. Todas essas vertentes convergem com o conceito que permeou a construção do Cristo Redentor, bem como refletiu neste trabalho artístico, que primeiramente resultou numa exposição e, em seguida foi registrada em um livro. Agora, através dos Correios, o monumento ao Cristo Redentor, ao comemorar seus 90 anos, é homenageado e propagado por meio da Filatelia.
Vem novidade por aí.
No dia 12 de outubro de 2021, data de 90 anos da inauguração do monumento Cristo Redentor, está previsto, dentre as ações comemorativas organizadas pelo Santuário Cristo Redentor, o lançamento do bloco postal de um dos símbolos mais reconhecidos do Brasil.
O bloco está a venda na loja virtual e em breve nas principais agências de Correios.