Ao longo de 2019, os Correios lançaram
uma série de selos destacando seis mulheres vencedoras em suas vidas. São elas:
Elza Soares, Hortência, Hebe Camargo, Carolina Maria de Jesus, Maria da Penha e
Aracy de Carvalho Guimarães Rosa, homenageada no selo que nesta data (4) fecha
com chave de ouro a série.
Por meio desta emissão, a Filatelia conta
a história do “Anjo de Hamburgo”, como Aracy ficou conhecida. Filha de pai
brasileiro e mãe alemã, Aracy (20/4/1908 – 3/3/2011), ainda criança, mudou-se
com os pais do Paraná para São Paulo, casando-se em 1927 com o alemão Johann
Eduard Ludwig Tess, de quem se separou cinco anos depois.
Mudou-se com o filho pequeno para a
Alemanha afetada pela intolerância e pelo ódio que o nazismo disseminava,
oprimindo e matando os judeus. Em 1936 assumiu a chefia da Seção de Passaportes
do consulado brasileiro em Hamburgo e, mesmo sabendo que Getúlio Vargas havia restringido
a entrada de judeus no Brasil, continuou a emitir os vistos para eles, possibilitando
sua entrada em nosso País. Assim, ajudou incontáveis famílias judias a escapar
dos campos de concentração de Adolf Hitler.
Em 1938, Aracy conheceu João Guimarães Rosa, um dos maiores escritores brasileiros, que acabara de ser transferido para Hamburgo. Uniram-se ainda na Alemanha, quando Guimarães Rosa era Cônsul-Adjunto. Sua obra “Grande Sertão: Veredas”, publicada em 1956, foi dedicada à companheira, justamente por seus princípios e valores.
Sobre
os Selo
A imagem do selo é uma foto tirada entre 1939 e 1945, pertencente ao acervo da família. A tiragem desta emissão é de 54 mil selos, ao valor do 1º Porte da Carta Comercial (hoje R$ 1,95). Os selos podem ser adquiridos nas agências ou na loja virtual dos Correios.
Para comemorar os 100 anos das relações oficiais entre Finlândia e Brasil, os Correios colocam em circulação nesta terça-feira (3) mais um selo da Série Relações Diplomáticas: Brasil/Finlândia, além de carimbo de 1º Dia de Circulação.
A independência do
país europeu do Império Russo ocorreu em 1917, sendo reconhecida pelo Brasil em
26 de dezembro de 1919. Alguns meses depois, o governo brasileiro abriu o seu
Consulado em Helsinki e em poucos anos ambos os países instalaram suas
embaixadas nas respectivas capitais.
A
agenda do relacionamento entre Brasil e Finlândia é bastante positiva. Em 2013,
o Plano de Ação da Finlândia para a América Latina e Caribe descreveu o Brasil
como “uma das engrenagens da economia mundial” e “ator
relevante” da política internacional a partir dos anos 2000.
A
cooperação em ciência, tecnologia e inovação é um dos principais eixos das
relações bilaterais. Com economia voltada para a geração de conhecimento e
inovação, a Finlândia contribui para o esforço brasileiro de promoção de
pesquisa em coordenação com os setores produtivos, com vistas a alcançar um
novo patamar de competitividade.
Com sistema educacional de reconhecida excelência, a Finlândia é relevante parceira nas ações de cooperação acadêmica. Diante da qualidade de seu ensino básico, considerado o melhor do mundo por índices internacionais, a Finlândia tem atraído missões de instituições de educação primária e secundária brasileiras interessadas em aprofundar seu conhecimento sobre as experiências finlandesas. O Brasil é também o principal parceiro comercial da Finlândia na América Latina.
Sobre o Selo – A obra de Eila Ampula, feita para a Residência Oficial do Embaixador da Finlândia em Brasília em 1973, foi uma escolha natural para o selo que homenageia as relações oficiais centenárias entre Finlândia e Brasil. Pescadores, musicistas, praias, florestas, animais e cenas do cotidiano brasileiro: foi nas linhas, curvas e cores vibrantes da natureza brasileira que Ampula se guiou para produzir suas conhecidas obras. Essa bela mistura do talento finlandês com a inspiração brasileira fez com que a artista plástica ganhasse fama internacional.
As técnicas utilizadas na produção do selo foram fotografia e computação gráfica. A tiragem desta emissão é de 240 mil unidades. Cada folha contém 24 selos, ao valor unitário de R$ 2,15.
O produto já está disponível nas principais agências e na loja virtual.
Curitiba – “Sempre tive o sonho de criar
a arte de um selo. Mas nunca pensei que fosse ter essa oportunidade.” A
designer gráfica e filatelista Giana Pundek Tenius recebeu na quinta-feira
(28), no edifício-sede da SE/PR, em Curitiba, o Selo de Natal 2019. A
artista foi a vencedora do concurso nacional promovido pelos Correios para a
escolha da arte da emissão especial deste ano.
Giana sempre sonhou em criar a arte de um selo
Foi a
primeira vez que a empresa realizou um concurso aberto voltado a estudantes e
profissionais das áreas de artes visuais, que tiveram a oportunidade de eternizar
seus nomes no acervo filatélico e artístico, nacional e internacional.
Quando
soube do processo de seleção, realizado em setembro e outubro, Giana começou a
pesquisar as emissões anteriores sobre o tema. Filatelista há 15 anos, ela
contou que tem uma “pequena coleção” de selos de Natal do Brasil e do exterior.
Após a pesquisa, decidiu abordar o Papai Noel dos Correios. “Admiro a campanha,
que é muito nobre”, afirmou.
Giana disse que o mais desafiador foi conseguir condensar uma história no espaço de um selo. Na arte feita em aquarela, ela expôs um cenário natalino, representado pela estrela, pela guirlanda, pelo pinheirinho e pelo número da casa. A figura central é uma menina levando aos Correios uma carta endereçada ao Papai Noel. A sombra da criança retrata seus sonhos e suas esperanças.
A artista
contou que fez vários esboços até chegar ao resultado final. Durante todo o
processo, contou com o apoio e a ajuda do namorado, o gerente de projeto
aposentado Carlos Alberto Pacheco de Carvalho.
A
confirmação de que havia sido a vencedora do concurso veio por e-mail. “Li e
reli a mensagem várias vezes para acreditar. Saí pulando de felicidade”, disse.
Giana ficou emocionada de saber que 1,2 milhão de selos vão levar a sua arte e
a mensagem de solidariedade do Papai Noel dos Correios mundo afora. “Espero que
faça com que as pessoas parem e reflitam que elas podem fazer a diferença”,
afirmou.
O selo
foi entregue pelo superintendente estadual de Operações, Paulo Kremer, que
também acompanhou a artista em uma visita à Casa do Papai Noel, no edifício-sede.
Giana e Carlos Alberto adotaram duas cartinhas da campanha.
Formada em Publicidade e nascida em Itajaí/SC, a artista mora em Curitiba, onde atua no mercado de design gráfico há 17 anos. Os Correios sempre estiveram presentes na sua família. A paixão pelos selos veio do avô e do pai, que eram filatelistas, e chegou aos filhos de Giana, de 20 e 16 anos.
Fonte: Coordenação de Comunicação dos Correios/Paraná
Cada vez mais os selos personalizados são utilizados por empresas, órgãos públicos e organismos internacionais para marcar acontecimentos importantes. Confira os principais lançamentos dos últimos dias:
CURITIBA/PR
Pequeno Príncipe – O selo personalizado e o carimbo comemorativo que retratam os 100 anos do Hospital Pequeno Príncipe foram lançados na última quinta-feira (28), em Curitiba. A peça filatélica homenageia também o Complexo Pequeno Príncipe, que, além do hospital, abrange as Faculdades Pequeno Príncipe e o Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe. Fundado em 26 de outubro de 1919, o Pequeno Príncipe é uma das principais referências no tratamento de crianças e adolescentes no Brasil, com mais de 300 mil atendimentos e 21 mil cirurgias por ano. Em breve o selo estará disponível para encomenda nas agências dos Correios de todo o país e na loja virtual.
BRASÍLIA/DF
Brasil/Kuwait – Os Correios realizaram, na última sexta-feira (29), na Residência do Embaixador do Kuwait, em Brasília (DF), o lançamento de selo personalizado e de carimbo comemorativo aos 51 Anos do Estabelecimento das Relações Diplomáticas Brasil/Kuwait.
Em 1968, foi criada a primeira embaixada do Brasil junto ao governo do Kuwait, funcionando cumulativamente a partir do Cairo. Em 1975, o Brasil inaugurou sua missão diplomática residente no emirado, gesto reciprocado pelo Kuwait em Brasília em agosto do mesmo ano.
O selo traz estampadas duas obras primas das capitais dos dois países amigos: as três torres do Kuwait, localizadas na capital do país, foram inauguradas oficialmente em março de 1979. A torre principal tem 187 metros de altura e representa um dos símbolos do nascimento contemporâneo do país. No Brasil, a peça filatélica enalteceu a Torre de TV Digital, conhecida como Flor do Cerrado, localizada em um dos pontos mais altos do Distrito Federal. O monumento foi o último projeto do arquiteto Oscar Niemeyer edificado antes de sua morte.
Força Nacional – Também na sexta-feira (29), foram lançados o selo personalizado e o carimbo comemorativo aos 15 Anos da Força Nacional, durante cerimônia de encerramento do Desafio Caveiras Brasil.
A Força Nacional é uma integração entre os estados federados e a União que presta apoio aos órgãos de segurança federais, estaduais e do Distrito Federal, sob a coordenação do Ministério da Justiça e da Segurança Pública. É composta por policiais militares e civis, bombeiros militares e profissionais de perícia dos estados e do DF. Atua em atividades destinadas à preservação da ordem pública e da segurança das pessoas e do patrimônio e no auxílio em ocorrência de catástrofes ou desastres coletivos.
Maçonaria – No sábado (30) ocorreu o lançamento do selo personalizado e de carimbo comemorativo ao Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito da Maçonaria para a República Federativa do Brasil – II Acampamento do REAA, no 1º Regimento de Cavalaria de Guardas – Setor Militar Complementar.
O evento baseia-se na vitória dos cristãos que, em 1099, depois de sangrentas batalhas, conseguiram sitiar e conquistar a Cidade Sagrada para manter, basicamente, a continuidade das peregrinações e reconstruir o Templo de Salomão, pela quarta vez.
Essa vitória, bem como a instalação do Reino Latino de Jerusalém, possibilitou a criação de Ordens, como a dos Templários, que protegia os fiéis em peregrinação, e a dos Hospitalários, que prestava assistência médica aos peregrinos em local próximo ao Santo Sepulcro.
Em comemoração aos 200 anos da
presença oficial suíça no Brasil, os Correios lançam hoje (25) uma emissão
postal especial da Série Relações Diplomáticas.
A imagem do selo foi eleita pelos
seguidores das redes sociais da Embaixada da Suíça no Brasil. A ideia foi unir,
em uma única imagem, dois símbolos importantes das culturas suíça e brasileira,
sendo que o Matterhorn e o Pão de Açúcar foram as imagens mais votadas.
O imponente monte suíço, o morro
brasileiro na baia da Guanabara e o céu foram pintados separadamente,
utilizando-se a técnica de aquarela. A montagem foi feita digitalmente,
mesclando as paisagens e suas vegetações tão distintas. O lago suíço se
dissolve nas águas da baia e dois veleiros deslizam, portando cada um a
bandeira do respectivo país.
A emissão, com tiragem de 240 mil exemplares, é composta por um único selo, com valor facial de R$ 2,15. A peça está disponível nas principais agências de todo o país e também na loja virtual dos Correios.
Presença suíça no Brasil: 200 anos de história
Foi
em 1817 que se iniciaram as negociações entre o Cantão de Friburgo e a Coroa
portuguesa para uma possível instalação de uma colônia Suíça em território
brasileiro. A proposta foi apresentada por Sebastien Nicolau Gachet, em viagem
ao Rio de Janeiro. A empreitada de Gachet foi apoiada pela Coroa portuguesa, e
Tomás Antônio Vilanova Portugal, Ministro e Secretário dos Negócios do Reino,
foi nomeado por João VI para organizar a nova colônia. Os primeiros suíços
chegaram ao Rio de Janeiro somente em 1819.
O projeto
emigratório do Cantão de Friburgo foi estimulado devido ao contexto de crise
econômica após o fim das Guerras Napoleônicas em 1815. O objetivo de Gachet era
incentivar os colonos ao trabalho com manufatura, sobretudo têxtil, uma
indústria que ainda era pouco explorada no Brasil, e também estimular a
ocupação de terras para a agricultura. Por outro lado, a própria Coroa
Portuguesa, instalada no Rio de Janeiro desde 1808, vinha aos poucos implementando
uma política de desenvolvimento do território. Nesse caso, considerava-se
essencial a abertura de estradas que facilitassem a comunicação da Corte com o
extenso território da América portuguesa e, também, o incentivo à ocupação de
regiões pouco povoadas. A experiência com os imigrantes suíços foi pioneira
neste sentido, embora não tenha sido a única. Na mesma época, foram fundadas as
colônias de Viana, no Espírito Santo e de Leopoldina, na Bahia.
Com os pormenores acertados,
foram selecionadas famílias da Suíça para que começassem a jornada de
instalação no Brasil. Com a intenção de ocupar e desenvolver economicamente
territórios próximos à nova sede da Corte, escolheram como destino a Fazenda do
Morro Queimado, no Rio de Janeiro. A viagem dos primeiros imigrantes suíços foi
feita entre setembro e outubro de 1819, em oito navios. Estima-se que por volta
de 2 mil pessoas realizaram a travessia. A viagem foi difícil e com um número
considerável de mortes. O deslocamento da Baía de Guanabara para Morro Queimado
também foi dificultoso, devido aos árduos caminhos de terra.
Desde
o início, a Corte brasileira teve o interesse em integrar esta nova colônia em
seu vasto território. Diversas foram as
legislações que versaram sobre a instalação dos colonos, indicando a doação de
subsídios, terras para plantio e animais. A ideia era que o local se
desenvolvesse economicamente, principalmente na produção de gêneros
alimentícios para consumo interno. Como parte desse objetivo, D. João achou
essencial manter as comunicações entre o Morro Queimado e o Rio de Janeiro.
Para isso, por meio de decisão de 24 de janeiro de 1820, foi inaugurada uma
Administração de correio no local, que seria responsável por levar e receber as
cartas da capital. Com o tempo, sobretudo porque buscavam trabalho em terras
mais férteis, muitos destes primeiros colonos deixaram Nova Friburgo e ocuparam
regiões vizinhas, como Macaé e Cantagalo.
Nesse
contexto de incentivo à colonização, os primeiros representantes oficiais da
Suíça iniciaram seu trabalho no Rio de Janeiro em meados de 1820. Essa foi a
primeira presença oficial do país no continente latino americano. Muitos anos
mais tarde, em 1958, a representação ganhou status de embaixada e
posteriormente, em 1972, foi transferida do Rio de Janeiro para a nova capital
do Brasil, Brasília.
Esta
emissão filatélica tem o intuito de comemorar os 200 anos da primeira imigração
Suíça para o Brasil. Este momento foi marcado por um contexto histórico
específico, que, nos dias atuais, é reconstruído e rememorado para sublinhar os
laços diplomáticos entre os dois países. No selo, é possível ver, de forma
contínua, dois símbolos de beleza natural, o Pão de Açúcar e o monte Matterhorn.
A imagem simboliza artisticamente a união, desde 1819, entre a então Corte do
Rio de Janeiro e o Cantão de Friburgo e é um belo exemplo de como momentos
históricos são reinterpretados no presente por meio de suportes de comunicação
como o selo postal.
Nesta segunda-feira
(25), entra em circulação o Selo de Natal 2019. Pela primeira vez os Correios
realizaram um concurso aberto a profissionais das áreas de design, artes
plásticas, publicidade e arquitetura para criar a arte desta tradicional peça
da programação filatélica anual.
A vencedora, a designer
e filatelista Giana Pundek Tenius, retratou de forma poética uma cena natalina
na qual estão presentes ícones típicos da comemoração, como a estrela, a
guirlanda e o pinheirinho. O destaque vai para a figura de uma criança levando aos
Correios uma carta endereçada a Papai Noel. A cena nos remete à principal
ação social da empresa e maior ação natalina do Brasil, a campanha Papai Noel
dos Correios, que em 2019 completa 30 anos.
A emissão comemorativa de Natal 2019, com tiragem de 1,2 milhão de exemplares, é composta por um único selo, com valor do 1º Porte da Carta Comercial (hoje R$ 1,95). A peça está disponível nas principais agências de todo o país e também na loja virtual dos Correios, podendo ser utilizada tanto para envio de cartas e cartões de Natal como para compor coleções dos apaixonados por selos.
Nesta sexta-feira (22), entra em circulação o nono selo da série Signos
do Zodíaco, Sagitário, situado entre Escorpião e Capricórnio e associado à
constelação de Sagittarius. Seu símbolo é o centauro e, com Áries e Leão, forma
a triplicidade dos signos do Fogo. É também um dos quatro signos chamados mutáveis,
juntamente com Gêmeos, Virgem e Peixes.
Segundo a astróloga Cláudia Lisboa, a mistura presente no signo de
Sagitário (metade animal, metade homem) “tem uma simbologia extremamente
interessante”, na medida em que a parte animal significa os instintos, as
emoções e a sabedoria de lidar com nosso corpo. Já a metade homem, diz, está
associada ao poder da mente, ao saber, à inquietude por conhecimento, à nossa capacidade
mental. A flecha apontada para o alto, explica Cláudia, remete à busca de algo
além do corpo físico e da mente, “à busca por espiritualidade, pela ciência,
pelo mistério que paira no ar e as pessoas querem desvendar. “
Para o astrólogo Oscar Quiroga, autor do edital do
selo de Sagitário, “este é o signo que melhor define e sintetiza o estágio
atual de nossa humanidade, que mistura a brutalidade dos instintos cegos com as
mais elevadas aspirações e ideais.” Por isso não é de se admirar, diz, que as
pessoas que nascem neste signo sejam tão contraditórias, difíceis de entender
por aqueles que se relacionam com elas.
A lenda de Sagitário é uma das mais belas da mitologia romana. Quer saber mais? Assista ao vídeo de Cláudia Lisboa, convidada dos Correios para fazer o lançamento oficial do selo de Sagitário, disponível no IGTV do @correiosoficial e também nos destaques do Instagram do @correiosfilatelia.
Sobre o selo – A arte
do selo destaca elementos que simbolizam o nono signo do zodíaco: o ícone (que
representa o arco e a flecha) e uma faixa vermelha (que representa o elemento
“fogo” – um dos regentes da natureza que caracterizam a personalidade dos
nascidos em Sagitário). Também estão presentes na peça o intervalo de tempo
governado pelo signo, a ilustração de um centauro e a representação de sua
constelação.
A
arte é de Adriana Shibata, que utilizou a técnica de computação gráfica. A
tiragem é limitada a 240 mil selos, com valor de 1º porte da carta não
comercial (hoje R$1,30) cada selo. As peças estarão disponíveis nas principais
agências de todo o país e também na loja virtual
dos Correios.
Os selos
postais são fruto do seu tempo. Ou seja, tudo que se escolhe colocar dentro
deste diminuto quadrado de papel está ligado ao contexto social e histórico no
qual ele foi lançado. Os selos são, portanto, símbolos do conjunto de crenças,
entendimentos e representações do que determinados grupos sociais escolhem
marcar sobre o momento em que vivem. No que diz respeito à presença negra na
filatelia, ela aparece em diferentes enfoques.
Uma vertente temática que dá visibilidade a esta questão são os selos que destacam personalidades negras, nas mais diversas áreas: literatura, música, esportes, dentre outros. As primeiras personalidades negras representadas em selos postais foram Carlos Gomes, grande compositor Brasileiro, em 1936 e Machado de Assis, um dos mais representativos escritores nacionais em 1939. Os dois, inclusive, foram representados em mais de uma emissão ao longo do tempo.
Nos esportes, destacam-se os selos em homenagem aos atletas Olímpicos Adhemar Ferreira da Silva e João do Pulo, em 1983 e 2016, respectivamente.
Por fim, no tema personalidades, merecem destaque os recentes selos, de 2019, que focalizam duas mulheres negras: a cantora Elza Soares e a escritora Carolina Maria de Jesus. Este é um grande marco para a filatelia brasileira uma vez que mulheres negras ainda foram pouco representadas em selos postais. Outras emissões mais antigas são da sambista Clementina de Jesus e de Maria de Conceição Nazaré, Mãe Menininho do Gantois.
Outra vertente diz respeito à questão da luta pela inclusão social. Os selos postais brasileiros da primeira metade do século XX representavam os negros em associação ao fim da escravidão. Assim, dava-se destaque ao abolicionismo e aos seus protagonistas da elite governante (como a princesa Isabel). Essa temática continuou a ser destacada ao longo do tempo, como se pode perceber pelo meio das seguintes emissões: Centenário da Lei do Ventre Livre, de 1971, Centenário dos Abolicionistas Precursores, de 1984 e Centenário da Abolição da Escravatura de 1988. Os selos dessa vertente, contudo, não abordavam que os problemas de racismo e exclusão social não foram resolvidos com a abolição.
Mas outros
selos recentes tratam da problemática da inclusão. Entre o final do século XX e
o início do século XXI, várias emissões destacam a resistência do movimento
negro, políticas de igualdade racial, bem como diversos aspectos da cultura
afro-brasileira. E isso se deu sobretudo devido a uma mudança de mentalidade
social e da conquista de espaços por parte dos movimentos negros. Em 1971, após
um protesto nas ruas, o dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos
Palmares, foi escolhido como o Dia da Consciência Negra. O objetivo era chamar
a atenção para as desigualdades que ainda hoje persistem, bem como solicitar
por melhores condições de vida para a população afrodescendente. Zumbi dos
Palmares, líder quilombola morto em 1695, foi escolhido como símbolo do
movimento. Utilizou-se, assim, da releitura de uma figura histórica para
reivindicar questões do presente.
Todas essas
ações tiveram repercussões algum tempo depois na esfera governamental. Em 1997,
Zumbi dos Palmares foi incluído no livro de Aço dos Heróis e Heroínas
Nacionais. Em 2003, a lei 10.693 colocou a obrigatoriedade do ensino de
História da África e cultura afro-brasileira nas escolas. Esta mesma legislação
indica que o Dia Nacional da Consciência Negra deve fazer parte do calendário
escolar.
Os selos
desse período ajudam a compreender o contexto no qual os movimentos negros conquistaram
cada vez mais espaço nos ambientes políticos e governamentais. Então, a
filatelia foi um meio de divulgação da participação e acesso desse grupo em
lutas sociais. Ou seja, os selos podem ser entendidos como documentos oficiais,
produzidos pelos Correios, representante do Estado, mas pleiteados por
determinados grupos, que demonstram mudança no entendimento sobre quais pessoas
e quais motivos deveriam ser divulgados diante da população mais ampla.
Um dos selos mais antigos associado a esse contexto é o relativo ao Ano da Luta Contra a Discriminação Racial, de 1971. Mais recentemente, o motivo continuou a figurar em emissões. Um exemplo é o bloco relativo aos 300 anos da Morte de Zumbi dos Palmares, de 1995. Este selo relaciona-se com a apropriação de Zumbi e da história de Palmares para levantar questões sociais do presente.
Os selos comemorativo e especial “Dia Nacional da Consciência Negra” e “Conferência Mundial contra o Racismo” também são exemplos disso. Ambos foram lançados em 2001 e possuem Editais assinados pela Secretaria de Estado dos Direitos Humanos do Ministério da Justiça. Isso demonstra como a questão já estava em voga nas esferas governamentais.
Em 2008, Zumbi dos Palmares aparece, em conjunto com outros, na folha de selos dedicada aos “Heróis Nacionais”. Essa é uma excelente forma de perceber como Zumbi, materializado em selo, foi reconstruído para simbolizar a luta dos movimentos negros do presente. Assim, a construção de “Heróis”, comumente feita no início da República, mais tarde também ganhou espaço para dar voz a grupos muitas vezes excluídos ao longo da história.
Uma emissão recente que remete à história de Palmares é aquela em homenagem ao Parque Memorial Quilombo dos Palmares, de 2012. Este selo, assim como a exposição filatélica “Orisun Asa: Celeiro de Brasilidade”, que se deu no Museu dos Correios, foram ações integradas às comemorações da Semana da Consciência Negra daquele ano. Em um âmbito mais geral, tais ações fizeram parte de um acordo entre os Correios e a SEPIR (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), celebrado em 2011, com o objetivo de promover a Igualdade Racial. Assim, é possível perceber como esta emissão esteve acompanhada de um contexto de ações dos próprios Correios e do Estado relativas à questão da igualdade racial. Por fim, merece também destaque o selo “Série América: Luta contra a discriminação racial”, de 2013. A “Série América” consiste na eleição de um tema comum todos os anos, a ser lançado pelas administrações postais integrantes da UPAEP. Portanto, percebe-se como essa questão atualmente tem cada vez mais espaço, não só no Brasil, mas em diversas outras partes do mundo.
Neste Dia da Consciência Negra, é importante refletir sobre questões ainda atuais e pertinentes na sociedade atual a respeito do tema. Os selos postais, se vistos como documentos passíveis de análise histórica, ajudam a compreender quais são os questionamentos e as demandas do presente e como, muitas vezes, elementos simbólicos e de comunicação ajudam a representar elementos cultuais que muitas vezes são esquecidos ou negligenciados ao longo do tempo.
Desde o surgimento do primeiro selo postal na Inglaterra, em 1840, ele cumpre um papel que vai além da demonstração do pagamento da tarifa de uma carta. O penny black, por trazer a figura da Rainha Vitória, constitui o primeiro exemplo do que esse comprovativo de porteamento veio a ser ao longo da história: a representação simbólica de uma figura de poder. Por este meio, divulgava-se e afirmava-se a imagem da soberana diante de seus súditos. O selo, portanto, deve ser entendido como um documento histórico envolto por ideologias e relações de poder. Ao longo do tempo, diversos Estados buscaram afirmar os símbolos que consideravam necessários para a manutenção de determinados regimes políticos. No Brasil não foi diferente. Embora os primeiros selos brasileiros, os Olhos-de-boi, não trouxessem em sua imagem qualquer relação com o cenário político, alguns anos depois, em 1866, o Imperador D. Pedro I foi focalizado.
Com a mudança do regime monárquico para o republicano, em 1889, as emissões lançadas a partir daquele ano cumpriam um papel claro de tentar fortalecer, por meio de símbolos, o novo sistema político então adotado para o país. Por isso, neste dia 15 de novembro, no qual tradicionalmente se comemora a proclamação da República, é oportuno refletir como os primeiros momentos do regime republicano foram delineados pela construção simbólica como forma de afirmação política. Nesse sentido, os selos postais podem ser considerados documentos relevantes para entender essa questão.
A proclamação da República no Brasil não contou com a participação popular e esteve ligada mais aos anseios de mudança de grupos de elite ligados ao poder. Os apoiadores da República eram, principalmente, os militares e as oligarquias do café, que há algum tempo se demonstravam insatisfeitos com os rumos tomados pelo governo imperial. A destituição de D. Pedro II, vinda a partir de uma ação militar, não contou com a participação direta do povo. Logo, o nascente regime republicano, frágil em suas bases, necessitava garantir a unidade nacional a partir do apelo ao imaginário popular, por meio da construção de novos símbolos. Contudo, não houve uma ruptura total com o regime anterior, haja vista que alguns símbolos imperiais se mantiveram. Exemplo disso são as cores e parte do formato da bandeira nacional e a melodia do hino nacional, composto em 1831.
A alegoria republicana: Marianne
Se, anteriormente, a figura de do rei era imperativa, agora, era necessário adotar outros símbolos que representassem a República como o regime do momento. E, assim, foi adotada a figura de Marianne. A influência, nesse caso, vem da Revolução Francesa que, ao derrubar a monarquia e instaurar a república, adotou uma alegoria feminina como representação da pátria.
A versão brasileira da alegoria republicana ganhou espaço nos selos postais pela primeira vez em 1891. A tentativa de remeter ao caso francês é visível, uma vez que a primeira Marianne do Brasil trazia na cabeça um barrete vermelho, símbolo típico da Revolução Francesa. Todavia, a versão que figurou em selos postais também foi representada de outras formas. Um exemplo foi a colocação de louros ou ramos de café para ornar a cabeça, sendo que este último símbolo também tinha resquícios do passado monárquico.
1ª Alegoria da República em selo postal – 1891
Série “Madrugada Republicana” 1894 – Marianne representada com coroa de louros na cabeça (também podem ser ramos de café)
A História brasileira recontada pelos selos postais da 1ª República
Outra estratégia de fortalecimento simbólico foi a adoção de determinados fatos ou figuras históricas como representantes ou heróis do novo momento político. Tal uso do passado está atrelado ao que o historiador Eric Hobsbawm chama de “Invenção das Tradições”. Assim, revoltas coloniais do período português, a exemplo da Revolução Pernambucana, foram resgatadas sob uma ótica muito particular: como antecessores lineares do regime presente. Ou seja, a República instaurada em 1889 era vista como consequência lógica destes movimentos. Foi também neste momento que Tiradentes, até então considerado figura pouco relevante da Inconfidência, foi construído como “Herói Nacional”.
Vale lembrar que, em muitos desses movimentos republicanos anteriores à Independência do Brasil, embora fosse evocada a formação de uma República, nem sempre ela era um conceito claro de organização política. No Antigo Regime, a palavra “República” podia ter diversos significados, sendo alguns deles bem diferentes daqueles adotados no final do século XIX.
Os selos postais permitem compreender este tipo de tradição inventada. Um caso interessante é a emissão lançada em homenagem ao Centenário da Revolução Pernambucana, em 1917. Neste mesmo ano, a bandeira adotada pelos revolucionários foi eleita como a bandeira de Pernambuco, o que demonstra a tentativa em construir um passado ligado a movimentos republicanos anteriores. O selo postal é justamente um dos elementos de comunicação que buscou, no momento do centenário, dar coerência a esta simbologia da origem/criação da República brasileira no passado colonial. Mais notável ainda foi o fato deste selo ter sido “reeditado” por conta do Bicentenário da Revolução, em 2017. Como base para a nova emissão, a bandeira de Pernambuco também foi adotada, mas, dessa vez, devido às técnicas mais avançadas de impressão, aparece em cores. Ou seja, a República da atualidade ainda busca sua coerência em símbolos do passado.
Selo postal em homenagem ao Centenário da Revolução Pernambucana – 1917
Selo postal em homenagem ao Bicentenário da Revolução Pernambucana – 2017
Existem outras alusões ao passado colonial nas quais figuram símbolos republicanos, como os primeiros selos comemorativos de 1900, alusivos ao 4º Centenário do Descobrimento do Brasil. Os períodos representados, em ordem, culminam no novo regime: Descobrimento do Brasil, Independência, Abolição da Escravidão e República (neste caso, representada pela figura feminina de Marriane/Liberdade).
Selos comemorativos ao 4º Centenário do Descobrimento: a república representada como fim lógico e linear na História do Brasil
Mais interessante ainda são os selos da mesma época na qual a alegoria da República aparece “invadindo” momentos históricos nos quais o regime ainda não existia. Um dos selos alusivos ao centenário da abertura dos portos traz o então Rei de Portugal, D. Carlos I e o Presidente do Brasil, Afonso Pena. Além disso, a imagem central focaliza a alegoria à República entregando a um viajante português da época colonial a bandeira do Brasil. Assim, a abertura dos portos, evento ocorrido em 1808, foi relido sob uma ótica do presente, republicana.
Selo ao Centenário da Abertura dos Portos, 1908 – Repleto de símbolos republicanos em conjunto com elementos históricos alusivos a 1808
A emissão do Centenário da Independência, de 1922, além trazer o famoso quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, é composta por mais dois selos. Em um deles, há a figura de D. Pedro I e de José Bonifácio, figuras do Império, porém, ambos ornados pela alegoria feminina da República/Liberdade e ramos de café. E, o último selo, também seguindo a lógica linear, traz a figura do presidente Epitácio Pessoa e a imagem do Rio de Janeiro, então capital do país.
Selos comemorativos ao Centenário da Independência: elementos de 1822 mesclam-se com ícones da República
Este “retorno” a alguns selos da 1ª República ajuda a refletir, neste 15 de novembro, sob uma ótica histórica, como os símbolos nacionais foram construídos a partir de um momento de disputa do poder, no qual o novo regime, diante do passado monárquico, precisava ser afirmado no campo das representações. E, na época, os selos postais foram um dos meios de comunicação utilizados para atingir este propósito.
Até
30 de novembro, os Correios receberão propostas de temas para os selos que
serão emitidos em 2021. Para participar, basta acessar o Blog
da Filatelia
e, na guia Emissões, selecionar a aba “Sua ideia pode virar selo”. O acesso também poderá ser feito pelo link https://bit.ly/32pQJFA.
As
emissões de selos são definidas pela Comissão Filatélica Nacional, a partir das
propostas recebidas da população. Os
temas podem ser artes e arquitetura, cultura popular, datas comemorativas ou
fatos históricos, esportes, fauna, flora, personalidades, meio ambiente e
turismo, dentre outros. Conheça os critérios de escolha das sugestões na
Portaria Nº. 3.063/2018, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e
Comunicações – MCTIC.
No dia 30/5/2019, o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) homologou as emissões filatélicas de 2020. Foram recebidas mais de 787 sugestões enviadas pela população, das quais 8 foram votadas pela Comissão Filatélica Nacional.
Os
temas escolhidos para o Programa Anual de Selos Comemorativos e Especiais dos
Correios para 2020 foram: Alfabeto em
libras, 150 anos do Chorinho, Centenário do nascimento da escritora Clarice
Lispector, Japão, Tokyo 2020 – Centenário da 1ª medalha de ouro do Brasil em
olimpíadas, Xadrez no Brasil, Postcrossing, Sistema Solar e Viticultura.