Reflexões sobre a História dos Correios e as comemorações do dia 25 de janeiro

Entre os séculos XV e XVI, em consequência da expansão territorial de algumas monarquias europeias acompanhada do crescimento mercantil, as trocas de correspondências se fizeram cada vez mais necessárias. Os monarcas, devido à necessidade de estabelecer comunicações a distância tanto para fins políticos quanto mercantis, começaram a designar vassalos específicos que passaram a ser responsáveis pela entrega de cartas. Em Portugal, D. Manoel I criou o Ofício de Correio-mor em 1520, e o deu em mercê a Luís Homem. Em 1606, o ofício foi vendido para Luís Gomes da Mata Coronel, passando a compor o patrimônio daquela família. Em 1657, o poder postal dos Gomes da Mata foi expandido, sendo que eles conseguiram para si o ofício do Correio-mor das cartas de mar. Foi nesse período que foram nomeados assistentes para diversos domínios ultramarinos. Na América portuguesa, isso ocorreu na década de 1660, quando o Alferes João Cavaleiro Cardoso foi nomeado Assistente de Correio-mor do Rio de Janeiro.

Frequentemente menciona-se 25 de janeiro de 1663 como a data em que Cavaleiro Cardoso foi nomeado para seu posto. Contudo, as fontes primárias até agora encontradas por historiadores especialistas no assunto não permitem comprovar este fato (MACHADO, 2008; SALVINO, 2018). Sabe-se que este indivíduo foi nomeado como Assistente do Correio-mor do Rio de Janeiro, em conjunto com outros assistentes para os demais domínios ultramarinos de Portugal, em novembro de 1662. Em 19 de dezembro do mesmo ano, o rei enviou correspondência ao governador do Rio de Janeiro comunicando-lhe a nomeação, sendo que o Alferes tomaria posse efetivamente em julho de 1663 (SALVINO, 2018, p177-179). Nenhuma menção, portanto, ao mês de janeiro.

Por que, então, anualmente se comemora este dia como o início dos serviços postais regulares no Brasil? A data de 25 de janeiro de 1663 foi indicada em algumas obras de historiadores oitocentistas de renome, sem contudo haver a citação da fonte. A primeira delas provavelmente foi a de Pizarro de Araújo, Memórias históricas do Rio de Janeiro, sendo a repetição feita por Varnhagen, em sua História Geral do Brasil,nos anos 1850 (SALVINO, P.187). Contudo, a inexistência da fonte primária não nos permite concluir de fato que a nomeação de João Cavaleiro Cardoso foi a 25 de janeiro de 1663. A data, entretanto, por estar citada, embora sem referência específica, nessas obras de história, foi tomada como oficial e atualmente é celebrada como o “Dia do Carteiro”.

Apesar da falta de comprovação documental da data, o fato de a mesma ter sido escolhida para celebrar um marco memorialístico do correio, por si só, já é assunto para reflexão. Ao longo dos anos, a data foi comemorada de diversas formas e isso indica como instituições tais quais os correios escolhem determinados marcos para contar e reescrever sua história. Talvez caiba afirmar que importa menos a fidedignidade da data e sim o que ela passou a significar ao longo dos anos, tendo em conta as construções e representações feitas ao seu redor. Um exemplo disso se dá na rememoração da data em selos postais, lançados em diversas ocasiões. Dentre os mais recentes, destacamos a folha 350 anos dos Correios: história, pessoas e ação, de 2013, na qual diversos marcos da memória da instituição são destacados, desde 1663 até a contemporaneidade.

As celebrações, contudo, trazem em seu bojo uma idealização da história postal como contínua, como se os correios ao longo do tempo fossem sendo construídos de maneira linear e evolutiva, tendo no Correio-mor e na nomeação de seu assistente do Rio de Janeiro o marco fundador da trajetória. Essa visão não deixa entrever o quão complexa foi a construção do sistema postal e de comunicações no período moderno, que funcionava a partir de uma lógica política e cultural bastante diferente da nossa, do momento presente.

Exemplo disso é a própria história dos Assistentes de correio-mor e sua atuação nos domínios ultramarinos nos séculos XVII e XVIII. Sabe-se que na América portuguesa, por diversos motivos, esses oficiais postais foram impedidos de atuar. Nesse período, as pessoas que enviavam cartas acreditavam ser muito mais eficiente mandá-las por fora do sistema postal, ou seja, por vias informais. Isso revela a resistência a submeter-se a um sistema ao qual seria necessário pagar uma taxa para o recebimento da carta, sendo que as outras formas de envio nessa época eram gratuitas e consideradas igualmente eficientes.

Em fins do século XVIII, a partir de uma série de reformas de homens de governo que tinham contato com ideias pontuais do Iluminismo, a questão dos correios transformou-se. Em 1797 o Correio-mor foi extinto e o sistema postal passou a ser gerido diretamente pela Coroa portuguesa. Isso implicou em uma série de mudanças no território da América portuguesa. Se antes os Assistentes de correio-mor tiveram pouco sucesso, a partir desse momento, os novos Administradores de Correio passaram a atuar de forma mais consistente em diversas capitanias. Mas talvez o segredo do seu sucesso tenha sido justamente não ir de encontro à antiga estrutura de envio de cartas, que era feita de maneira informal, às margens deste sistema. Embora o monopólio postal tenha sido instituído para cartas enviadas por mar entre Brasil e Portugal pelo Alvará de 20 de janeiro de 1798, o mesmo não ocorreu para as cartas trocadas entre as capitanias, ou seja, de circulação interna. Significa que na época, os correspondentes podiam optar por utilizar tanto os correios quanto outros meios. Os serviços postais, assim, se afirmaram na medida em que eram mais uma dentre as diversas possibilidades a serem escolhidas pelo público.

No século XIX, especialmente após a Independência em 1822, os correios começam a ser pensados pelos novos estruturadores do Estado brasileiro como elo importante de conexão da nação, que ainda estava em vias de formação. Assim, foram criadas novas Administrações, novas rotas e giros e, aos poucos, foi-se instituindo o peso da instituição como a mais preparada para o envio de todas as cartas e documentos escritos. Em 1829, com nova reforma, instituiu-se que todas as cartas (de terra e de mar) deveriam ser enviadas pelos correios, caso estes existissem no território em questão. Os indivíduos que quebrassem essa regra deveriam ser penalizados por meio de multa (OLIVEIRA, 2010, P.482). Estabeleceu-se, portanto, o monopólio postal.

A partir de então, os correios foram se expandindo em todo o território nacional, garantido assim a unidade comunicacional nestas tão vastas extensões geográficas. Os Correios, que desde princípios do século XIX se identifica com os objetivos do Estado, hoje, como empresa pública, cumpre importante função de garantir o direito dos cidadãos se comunicarem. Embora cada vez mais as novas tecnologias permitam a comunicação imediata de forma virtual, em detrimento do envio por meio físico, é importante lembrar que nem todos os locais do Brasil contam com esse tipo de inclusão digital. O papel tradicional dos correios, firmado somente no século XIX, ainda é válido e deve ser motivo de ponderação na atualidade.

O dia 25 de janeiro, conhecido como “Dia do Carteiro” lembra da importância do trabalho do mensageiro para a entrega da correspondência. A data evoca, quase de forma mítica, embora com certa fragilidade documental, o princípio fundador da história institucional. Contudo, deve-se lembrar que o século XVII era um período no qual as comunicações a distância pouco se identificavam com as funções do Estado contemporâneo tal como o conhecemos. Esta data, entretanto, por ter sido escolhida como marco fundador e celebratório, deve ser considerada como momento de reflexão das transformações históricas da instituição postal. A partir desse processo complexo, se faz necessário lembrar seu objetivo na atualidade, que está indubitavelmente ligado à garantia de um direito, por parte do Estado, à população brasileira.

Referências

GUAPINDAIA, Mayra. O Controle do Fluxo das Cartas e as Reformas de Correio na América Portuguesa (1796-1821). Doutorado, Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, 2019.

MACHADO, Luiz Guilherme. História geral dos Correios portugueses nos séculos XVI ao XVIII. 2008. Disponível em: <http://historiapostal.blogspot.com.br>. Acesso em 21/01/2020.

OLIVEIRA, Helena de. Os meios de comunicação no Brasil: estudo dos manuscritos dos Correios. Estudos Linguísticos, São Paulo, 39 (2): p. 477-487, mai.-ago. 2010, pp.477-487.

SALVINO, Romulo Valle. Guerras de papel: Disputas e estratégias em torno da comunicação escrita na América portuguesa (c. 1650 – c. 1750). Doutorado, Universidade de Brasília, 2018.

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Correios lança hoje selo do signo de Aquário

Entra em circulação nesta terça-feira (21) o décimo primeiro selo da série Signos do Zodíaco, Aquário. A peça traz estampados o ícone de Aquário, duas ondas paralelas – razão e sentimento; o intervalo de tempo governado pelo signo; e uma faixa verde representando o elemento “ar” – um dos regentes da natureza que caracterizam a personalidade dos nascidos em Aquário. Destacam-se no selo, ainda, a representação da constelação do signo e a ilustração de um vaso grego (ânfora) utilizado pelo aguadeiro – na antiga Grécia, um empregado especial que servia o néctar aos Deuses.

Para o astrólogo Oscar Quiroga, autor do edital – documento que contém o histórico da peça e seus detalhes técnicos, uma espécie de “certidão de nascimento” do selo postal –, é no signo de Aquário que se dá a percepção de que juntos os seres humanos são capazes de realizações que cada um, individualmente, não teria como imaginar, quanto menos realizar. Ou seja, a força do grupo, a comunhão de interesses em torno de um objetivo comum, se destaca no signo de Aquário, seja nos poderes que compõem o Estado seja nas grandes corporações e empresas.

O astrólogo Marcelo Dalla, convidado pelos Correios para fazer o lançamento oficial do selo nas redes sociais, diz que Aquário vem nos ensinar sobre humanitarismo, criatividade, pioneirismo e vanguarda. Segundo ele, as pessoas nascidas sob este signo estão sempre de olho no futuro para captar tendências e trazer novas soluções. Confira o vídeo com Marcelo Dalla no IGTV do @correiosoficial.

Informações técnicas: A arte é de Adriana Shibata, que utilizou a técnica de ilustração digital. A tiragem é limitada a 240 mil selos, com valor de 1º porte da carta não comercial (hoje R$1,30) cada selo. As peças estarão disponíveis nas principais agências de todo o país e também na loja virtual dos Correios.

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Primeira emissão especial do ano homenageia a Estação Antártica Comandante Ferraz

Na quarta-feira (15), foi lançada a primeira emissão especial da programação filatélica 2020, que homenageia a Estação Antártica Comandante Ferraz, reinaugurada nessa data com a presença do vice-presidente da República, Hamilton Mourão, e do ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, Marcos Pontes.

A Estação foi fundada em 1984 e revitalizada entre 2007 e 2008, passando a 2.250m². Após 28 anos apoiando a comunidade científica, na madrugada do dia 25 de fevereiro de 2012, a unidade sofreu um incêndio que afetou 70% das instalações. Para garantir a presença do Brasil na Antártica, durante a reconstrução das edificações definitivas da nova Estação Antártica Comandante Ferraz foram instalados os Módulos Antárticos Emergenciais. As obras de reconstrução tiveram início em 2016, após realização de um concurso para escolha do projeto arquitetônico moderno e de design inovador.

Composta por 17 laboratórios, sendo 14 no edifício principal, a nova Estação conta ainda com os setores privativo, social, de serviços e de máquinas, totalizando uma área construída de cerca de 4.500m2 e capacidade para acomodar até 64 pessoas. A construção foi feita pela Marinha do Brasil, no mesmo local ocupado pelas instalações anteriores, de forma a minimizar os impactos causados pelas alterações provocadas pelo ser humano.

Sobre a emissão – Uma foto aérea da Estação Antártica Comandante Ferraz produzida pela Marinha do Brasil, com arte-finalização de Jamille Sallum, ilustra o selo. A tiragem é de 360 mil unidades, no valor de R$ 1,95 (1º Porte Carta Comercial) cada. As peças estarão disponíveis nas agências de todo o país e também na loja virtual.

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Retrospectiva 2019: relembre os principais selos lançados em 2019

Estampando o canto das cartas, as emissões filatélicas não só comprovam o franqueamento de objetos postais: são fonte de conhecimento e cultura. Personalizados, especiais, comemorativos ou promocionais, os selos também cumprem um papel artístico e social. Em 2019, fatos históricos e questões ambientais ganharam destaque e personalidades foram eternizadas. Confira a matéria no Blog dos Correios e relembre as principais emissões lançadas durante o ano.

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Correios lança o décimo selo da série Signos do Zodíaco

Neste domingo (22), os Correios lançam o décimo selo da Série Especial Signos do Zodíaco: Capricórnio.

O símbolo do signo Capricórnio faz referência a um animal misto. A representação da cabeça do bode junto com a cauda do peixe faz menção à terra, que molda a matéria, e a água, que faz todas limpezas necessárias. Essa figura mitológica se relaciona com as ambivalências do signo, que constrói seu caminho a partir do equilíbrio e da tensão dos opostos.

Unindo todas as suas qualidades, pode alcançar qualquer um dos seus objetivos, da profundeza dos oceanos ao topo das montanhas. Todo limite pode ser superado com dedicação e trabalho árduo.

Segundo o autor do edital do selo de Capricórnio, o astrólogo Oscar Quiroga, “de uma forma ou de outra é no signo de Capricórnio que se sintetiza a complexidade do caminho humano, feito de ambição de conquista e da solidão que resulta das conquistas distanciarem as pessoas umas das outras, em vez de as unir e aproximar.”

A astróloga Bárbara Abramo destaca que Capricórnio é um signo que estará muito em evidência em 2020 porque ele será preenchido por três planetas de alcance social: Júpiter, Saturno e Plutão. “As características construtoras e realistas e até mesmo mais nacionais do signo ficarão em evidência.” Essa junção de planetas fala também da necessidade de se voltar para os valores essenciais e para a natureza, diz a astróloga. Confira o vídeo de lançamento do selo no perfil dos Correios, no Instagram.

A emissão – O selo foi ilustrado com elementos que simbolizam o signo de Capricórnio. No canto inferior esquerdo está seu ícone, que simboliza Enqui, divindade da mitologia suméria, que era metade cabra, metade peixe. Acima, uma faixa marrom que representa o elemento “terra” – um dos regentes da natureza que caracterizam a personalidade dos nascidos nesse signo –, o nome e o período governado por Capricórnio (22 de dezembro e 19 de janeiro), a ilustração de uma cabra com rabo de peixe e, na parte lateral direita, a representação de sua constelação.

A arte é de Adriana Shibata, que usou a técnica de computação gráfica. A tiragem é de 240 mil selos, com valor de R$1,30 cada selo. As peças estarão disponíveis nas agências de todo o país e também na loja virtual.

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Selos postais, museologia e o registro da memória

Hoje, 18 de dezembro, é celebrado o Dia do Museólogo. Como toda data comemorativa, é importante refletir sobre sua importância a partir do significado da museologia nos dias atuais. Além disso, vale fazer uma aproximação entre esta área de conhecimento e a filatelia.

De acordo com a Lei Nº 7.287, de 18 de Dezembro de 1984, que regulamenta a profissão, o museólogo é responsável pelo planejamento, direção, administração e supervisão de museus e instituições culturais similares. Pode atuar na área de pesquisa, educação e administração/conservação do acervo museológico. Apesar de a lei ser dos anos 1980, esta carreira não é recente. O primeiro curso de museologia brasileiro é o Curso de Museus, criado em 1932 e ministrado pelo Museu Histórico Nacional. Hoje em dia, tem caráter de graduação e está sob responsabilidade da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO).

Não obstante a criação pioneira do curso de Museus, de acordo com um estudo de Luciana Ferreira da Costa, durante todo o século XX só foi criada mais uma graduação, em 1969, na Universidade Federal da Bahia. Somente no início do século seguinte os cursos de museologia se espalharam pelo país, hoje contando com 16 no total. Essa expansão é explicada devido às políticas de incentivo aos espaços museais no início dos anos 2000 (a Política Nacional dos Museus – PNM) que resultaram, dentre outras ações, na criação do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM). Em conjunto, o incentivo à expansão do ensino universitário promovido nos mesmos anos resultou na criação de novos espaços para a museologia. A área, então, passou a estar sob a tutela de instituições de ensino e pesquisa de qualidade, sendo a maioria dos cursos atualmente ofertados por universidades federais.

A formação de novos museólogos nos últimos anos é bastante positiva no que concerne à filatelia, uma vez que os selos e as coleções filatélicas podem ser objeto de análise destes profissionais. O próprio Museu Nacional dos Correios conta com museólogos responsáveis pelo acervo da instituição, inclusive o filatélico. Além disso, alunos de graduação recentemente passaram a se interessar pela temática e surgiram trabalhos que tiveram como fontes de estudo o acervo filatélico do Museu dos Correios. É o caso das duas monografias de Natasha Meija Buarque, sobre a presença de mulheres nos selos postais brasileiros. Por outro lado, a filatelia se beneficia da análise feita pelo método específico da museologia. Passa-se, então, a produzir conhecimento a partir da utilização dos selos como fonte.

O espaço de atuação dos museólogos vem a conhecimento do público: os museus nos selos postais brasileiros

Outra questão que deve ser levada em consideração é a representação em selos do espaço de atuação do museólogo. De uma maneira geral, os museus foram focalizados em anos diversos e há uma tendência para figurar uma obra ou parte do acervo e não a fachada do museu em si. Este tipo de registro tem uma vantagem: o selo, como objeto que circula, é responsável por levar ao conhecimento da população amplas informações visuais e textuais sobre as instituições museais e seus acervos. Ou seja, qualquer pessoa que adquira um selo sobre esta temática poderá ter contato com o que reside dentro de um museu sem conhecê-lo fisicamente.

É interessante notar como os museus e os selos postais guardam entre si semelhanças. Ambos são responsáveis, à sua maneira, em conservar e registrar aquilo que é tido como significativo na construção cultural, social e histórica de determinados grupos.

Assim, o selo, como objeto responsável pelo registro memorialístico daquilo que é considerado importante por determinados setores da sociedade, ao longo do tempo, trouxe os museus e seus acervos como parte essencial das políticas de cultura do Brasil. Isso é visível, inclusive, nas datas de lançamento dos selos. O primeiro a ser circulado com esta temática é de 1968 e é uma homenagem ao Museu Nacional pelos seus 150 anos. Nesse período, consolidavam-se os passos para a profissionalização da museologia, que se desenvolvia então somente em curso ministrado no Rio de Janeiro. Coincidentemente, o último espaço a ser celebrado em selo é também o mesmo Museu, que completou seu bicentenário em 2018, mesmo ano em que a instituição, infelizmente, foi acometida por um incêndio. Em comum entre as duas emissões, está a presença da Harpia ou gavião-real, ave símbolo do Museu Nacional.

A filatelia, em 1968 e em 2018, trouxe à tona a importância desta instituição, lembrando que os museus e seus profissionais, os museólogos, são de grande relevância tanto no passado quanto no presente e, por isso, objetos de registro filatélico.

Referências:

BUARQUE, Natasha Meija. A Visibilidade das Mulheres por Meio da Filatelia Brasileira: Identificação e Problematização de Gênero no Acervo Filatélico do Museu dos Correios (1843- 2015). Trabalho de Conclusão de Curso em Museologia. UnB, Brasília: 2018.

COSTA, Luciana Ferreira da. Percurso Histórico da Formação em Museologia No Brasil. XIX Encontro Nacional De Pesquisa Em Ciência Da Informação. Universidade Estadual de Londrina. Anais Eletrônicos, Londrina, 2018.

LEI Nº 7.287, de 18 de Dezembro de 1984. Dispõe sobre a regulamentação da profissão de museólogo. Disponível em <http://cofem.org.br/legislacao_/legislacao/#lei-7287>

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Autorizada venda de selos personalizados de dinossauros paranaenses

O selo personalizado também é item de colecionismo. Por isso é comum filatelistas e clientes em geral procurarem os Correios para comprar selos que foram encomendados por outras pessoas.

Quando autorizados pelo cliente que fez o primeiro pedido, os Correios disponibilizam esses selos personalizados para encomenda, nas agências de todo o país e também por meio da loja virtual.

Para os colecionadores temáticos, destacamos aqui os selos dos dinossauros cujos fósseis foram encontrados no Paraná, o Vespersaurus paranaensis e o pterossauro Caiuajara dobruskii.

Um dinossauro pequeno, carnívoro, com braços curtos, e bípede – cujo peso do corpo se sustenta no dedo central dos pés. Esse é o Vespersaurus paranaensis, um espécime inédito no mundo, encontrado na região de Cruzeiro do Oeste, município de 21 mil habitantes no Noroeste do Paraná. A descoberta do fóssil foi anunciada em entrevista coletiva em junho deste ano, como resultado de pesquisas feitas pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Universidade de São Paulo (USP) e do Museu Paleontológico de Cruzeiro do Oeste. O estudo sobre o primeiro dinossauro “100% paranaense” foi publicado no periódico científico Scientific Reports.

O novo dinossauro, que teria vivido há 90 milhões de anos, no período Cretáceo, foi encontrado no mesmo sítio paleontológico em que já haviam sido descobertos inúmeros indivíduos do pterossauro Caiuajara debruskii. O nome saiu da junção de vésper (oeste, em latim; homenagem à cidade em que ele foi encontrado) e saurus (lagarto, também em latim).

Entre as principais características anatômicas que fizeram com que eles merecessem uma nova classificação, diferenciando-os das espécies conhecidas de pterossauros, está o fato de eles terem o “bico”, ou seja, a parte final da mandíbula, mais inclinado para baixo do que os outros.

Além disso, os animais apresentam concavidades no céu da boca e na arcada inferior, sendo esta última mais pronunciada, e cuja utilidade os pesquisadores ainda não desvendaram. Os pesquisadores estimam que o animal tenha vivido no período Cretáceo Superior, há cerca de 80 milhões de anos.

A importância desta descoberta, além de ser uma espécie nova, está no acúmulo de fósseis no local. Esta é a primeira acumulação de pterossauros encontrada no país, e a terceira em todo o mundo. A primeira ocorreu na Argentina, na década de 1990, e a segunda na China, em 2014. Entre as três, a acumulação do Paraná é a com maior número de indivíduos identificados até então.

Uma possível explicação para essa concentração consiste no fato de que a região de Cruzeiro do Oeste era um deserto na época em que estes animais habitavam o local. Por isso, os pterossauros provavelmente se concentravam em torno de algum tipo de oásis, o que explicaria as condições em que os ossos foram encontrados (desmontados e misturados).

Vá até uma agência ou acesse a loja virtual.

(Fontes das informações: https://www.gazetadopovo.com.br/parana/primeiro-dinossauro-paranaense/ e https://veja.abril.com.br/ciencia/nova-especie-de-pterossauro-e-descoberta-no-brasil/)

Confira outros selos que também podem ser encomendados

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Pacto pelo Brasil e 20 anos do Ministério da Defesa são temas de selo

Nesta quarta-feira (11), os Correios lançam selo personalizado e carimbo comemorativo aos 20 anos do Ministério da Defesa. Criado em 1999 para reforçar a articulação das Forças Armadas e dar mais fluidez à sua relação com outras áreas do Estado, o ministério tem sob sua responsabilidade uma vasta e diversificada gama de assuntos.

Uma de suas principais atribuições é o estabelecimento de políticas ligadas à defesa e à segurança do país, além da implementação da Estratégia Nacional de Defesa (END), lançada em 2008 e atualizada em 2012.

O Ministério da Defesa é o órgão do Governo Federal incumbido de exercer a direção superior das Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica. Também fazem parte de seu escopo de atuação temas de grande alcance, como o Serviço Militar, o orçamento de defesa, as operações militares e a cooperação internacional em defesa, entre outros.

Combate à corrupção – O lançamento de selo personalizado e carimbo comemorativo ao Pacto pelo Brasil marcou as comemorações do Dia Internacional de Combate à Corrupção. A cerimônia filatélica abriu o evento na tarde da última segunda-feira (9), no auditório do edifício-sede dos Correios, em Brasília. O objetivo foi disseminar a importância da prevenção e do combate à corrupção, conscientizar sobre postura ética e controles internos e provocar uma reflexão sobre a necessidade de prevenção e combate à corrupção.

O Dia Internacional Contra a Corrupção remete à data em que o Brasil e mais 101 países assinaram a Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção, em 2003, na cidade mexicana de Mérida. 

Já o Pacto pelo Brasil é uma proposição lançada durante as atividades do 6º Encontro Nacional dos Observatórios Sociais, realizado em 2015, em Brasília. A iniciativa visa, com ações integradas e coordenadas de todos os segmentos da sociedade, a construção de uma agenda positiva nacional que direcione ações para erradicação da corrupção no país. 

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Personalizados marcam Relações Brasil-Coreia e 2 milhões de doações ao Hospital de Amor

No dia 31/10/2019, Brasil e Coreia do Sul celebraram o 60º aniversário do estabelecimento de relações diplomáticas. Para comemorar a data, desde março está ocorrendo uma série de eventos comemorativos nos dois países.
Atendendo a pedido do Departamento de Japão, Península Coreana e Pacífico do Ministério das Relações Exteriores, os Correios eternizaram a logo da data comemorativa com a emissão de selo personalizado e carimbo comemorativo, lançados na última sexta-feira (6) pela manhã, durante evento no Palácio do Itamaraty, em Brasília.

A Coreia do Sul é importante parceiro comercial do Brasil na Ásia, com intercâmbio de US$ 6,1 bilhões entre janeiro e setembro deste ano. O estoque de investimentos sul-coreanos no país é de cerca de US$ 6 bilhões, principalmente nos setores eletroeletrônico, automobilístico e de semicondutores.

Além das negociações do acordo de livre-comércio ora em curso, Brasil e Coreia do Sul têm ainda trabalhado para expandir a cooperação em áreas estratégicas como educação, ciência, tecnologia e inovação.

O Brasil abriga a maior comunidade de coreanos na América Latina. São cerca de 50 mil pessoas, estabelecidas principalmente na cidade de São Paulo, que contribuem de maneira decisiva para o estreitamento dos laços entre os dois povos.

Salvando vidas

Dois milhões de doações que ajudaram a salvar vidas! Para registrar o expressivo número de doações recebidas pelo Hospital de Amor de Barretos (SP), os Correios lançaram na última quinta-feira (5) selo personalizado e carimbo comemorativo.

Há 16 anos Hospital de Amor e Correios são parceiros na campanha Direito de Viver, uma ação de arrecadação de recursos financeiros que acontece anualmente nos estados do Acre, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins.

A parceria, que começou em 2003, tem um grande desafio: promover doações nas agências dos Correios para o HA, que é referência nacional em oncologia. Presentes em todo o país por meio de suas agências, os Correios têm o importante papel de ampliar a captação de recursos para o Hospital de Amor, com a ajuda de seus clientes que entendem a importância do trabalho desenvolvido pela instituição.

Segundo Henrique Prata, presidente do Hospital, desde o início da parceria já foram arrecadados mais de R$ 20 milhões, representando cerca de dois milhões de doações únicas.

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Sua ideia pode virar selo: prazo encerrado

Terminou no último dia 30 de novembro o prazo para cadastramento de propostas de temas para os selos que serão emitidos em 2021. Em maio de 2020 os Correios divulgarão a programação filatélica do ano. As emissões de selos são definidas pela Comissão Filatélica Nacional, a partir das sugestões recebidas da população.  

Os Correios agradecem a todos que participaram e informam que já é possível registrar sugestões para 2022. Basta acessar o Blog da Filatelia e, na guia Emissões, selecionar a aba “Sua ideia pode virar selo”. O acesso também poderá ser feito pelo link https://bit.ly/32pQJFA.

Os temas podem ser artes e arquitetura, cultura popular, datas comemorativas ou fatos históricos, esportes, fauna, flora, personalidades, meio ambiente e turismo, dentre outros. Conheça os critérios de escolha das sugestões na Portaria Nº. 3.063/2018, do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações – MCTIC.

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